Capítulo 18

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Meu coração
Tem mania
De usar virgula
Quando a gramática
E o cérebro
Dizem para usar
O ponto final
Desconhecido

12 de julho de 1960

Uma semana se passou, não vi Thomas deis de então mas eu queria Deus como eu queria vê-lo novamente! Nem que fosse para apenas dar um tapa na cara dele mas eu queria vê-lo como eu nunca quis antes, esse nosso término não fez bem para meu coração. Fiquei todas as madrugadas acordada, até o horário que estavamos acostumados a voltar para casa, não conseguia dormir e não parei de pensar se ele estaria lá, me esperando.

Todos os dias, quando eu abro minha janela um pequeno papel voa para dentro do meu quarto, um papel com a letra de Thomas. Ele dizia que queria se explicar, que sentia minha falta, que esperava que eu tivesse bem, que ele ainda me ama mas que apesar de tudo respeita meu tempo e minha opinião e também espera que algum dia eu mude de idéia e nos encontremos para que tudo seja esclarecido do jeito que deveria.

Não sou uma pessoa que acredita em desculpas, mas sim em atitudes. E é tão difícil odia-lo quando ele faz esse tipo de coisas. Está cada dia mais forte minha vontade de abandonar meu orgulho e ir falar com ele.

Ele sempre compreende muito as pessoas, sempre se coloca no lugar dela pra tentar entender o porquê essa pessoa fez tal coisa muitos deveriam aderir, inclusive eu.

Andrew no mesmo dia em que eu voltei pra casa com meu irmão, quando teve oportunidade me ameaçou dizendo que eu tive sorte que minha mãe não deixou que ele fosse atrás de nós, mas que da próxima vez que tal coisa acontecer ele vai me bater até deixar meus ossos à mostra, eu não duvido que ele possa fazer tal coisa. Minha relação com minha mãe ainda está na mesma, falo somente o suficiente para ela mas consigo ver que deis do dia em que eu falei quase tudo o que queria, ela começou a dar muito mais atenção ao meu irmão.

Ela voltou a colocá-lo a dormir, voltou a contar piadas que apenas crianças dão risada, começou a perguntar como tinha sido o seu dia. E Henry adorou tudo aquilo, quando começava a falar não parava mais, aquele brilho nos olhos dele voltou a se acender e confesso: é muito bom ver meu irmão feliz.

Já faz tempo que não vejo Cassie também, deis do dia da nossa briga não nos vimos mais. Eu sinto muita falta dela, precisava dela aqui do meu lado nem que fosse para brigar comigo. Eu deveria vê-la, ir até sua casa, há essas horas ela já deve ter chegado em casa ou está chegando.

— Mãe — chamo e entro em seu quarto e ela para de ler a revista — estou indo na Cassie, não irei demorar.

— Tudo bem — é só o que ela responde e abre um sorriso pra mim.

Desço as escadas sentindo minhas mãos soar de ansiedade, será que ela quer me ver, ou conversar comigo? Janne e Rose vieram em casa a alguns dias atrás e tentaram mudar minha cabeça para conversar com Cassie, fiquei tentada mas não deixei ser vencida, maldito orgulho!

Assim que abro a porta saio correndo em direção a casa dela. Espero que ela já tenha chegado em casa, mas paro bruscamente quando vejo Amber caminhando em minha direção com um sorriso vitorioso no rosto. Fecho minhas mãos com força sentindo a raiva invadir minhas veias e a palma das minhas mãos começarem a pinicar.

— Como vai Annie, depois do término com Thomas? — ela debocha.

— Se eu fosse você, ficava longe de mim — ameaço me aproximando da mesma, que recua dando um paço para trás mas não deixo de ficar cara a cara com a vadia.

— Olha vejo que está nervosa — ela diz — não quero te deixar mais nervosa ainda mas...Thomas foi a minha casa noite passada — ela morde os lábios e sinto um frio em minha barriga.

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora