— Pensei que resolveria a droga do problema — Andrew diz entrando no meu quarto sem bater na porta. Mania estúpida.
— Que problema? — pergunto confusa.
— Sua mãe — ele responde — Você disse que iria cuidar dela e olhe só para ela! Está pálida, com os olhos fundos e a boca seca.
— Não é minha culpa — digo — fiz café da manhã e almoço e ela se recusou a comer, ainda teve a coragem de jogar um pão em mim quando eu insisti para ela comer.
— Não me interessa — ele responde se aproximando de mim, engulo em seco — estou extremamente cansado e sem paciência então quando eu digo para você cuidar da sua mãe, você cuida dela!
— E o que que eu tenho feito todo esse tempo? — respondo e logo em seguida me arrependo amargamente quando sinto Andrew pegando com força no meu braço. Ele se aproxima de mim ficando cara a cara enquanto minha respiração se descontrola.
— Tira ela da cama de algum jeito — ele diz entre dentes, coloco minha mão em cima da sua tentando amenizar a dor do aperto enquanto concordo com a cabeça.
Assim que Andrew me solta e se vira, percebe que Henry estava ali na minha porta observando tudo.
— O que foi Alexandre? — Andrew pergunta e coloca as mãos na cintura. Henry olha para mim e eu balanço a cabeça em negativa, dizendo para ele não fazer qualquer coisa que ele está pensando em fazer.
— Nada — Henry responde dando de ombros.
— Acho bom — é a ultima coisa que Andrew diz antes de sair do meu quarto. Solto minha respiração aliviada.
Henry caminha em minha direção, pega em minha mão e me faz sentar na cama. Quando ia pergunta o que ele estava fazendo ele pede silêncio com o dedo indicador. Ele pega o braço em que Andrew apertou e coloca seus pequenos lábios em cima do local, dando um beijo. Sorrio.
— Henry...
— Agora vai sarar — ele diz e abre o sorriso mais lindo desse mundo. Abraço meu irmãozinho de lado — estou com fome.
— A janta já está pronta — respondo — só tenho que arrumar um jeito de tirar a mamãe do quarto.
— Por que ela ta assim Ann?
— Não sei Henry...— suspiro — ela nem quer me ver direito.
— Eu consigo fazê-la descer — Henry diz convicto.
— Sério? — pergunto e ele acente com a cabeça — então vai lá e me prove que você é a criança mais persuasiva que conheço.
— Eu não sei o que é isso, mas tudo bem — ele responde e logo sai correndo para o quarto de mamãe com um sorriso no rosto. Não duvido do meu irmão.
Desço as escadas e assim que entro na cozinha vejo que Andrew já está a mesa. Quando ele me percebe ergue uma sobrancelha e cruza os braços.
— Henry irá convencê-la — respondo me virando para o fogão colocando os pegadores de comida em seus devidos lugares.
— O que tem para comer? — Andrew pergunta
— Arroz, feijão e fiz ovos mexidos — respondo sem o olhar.
— O que? — ele pergunta ao mesmo tempo em que mamãe coça a garganta nos fazendo olha-la. Andrew sorri para a mesma e afasta a cadeira ao seu lado para ela se sentar, assim que faz, ele pega na mão da minha mãe e da um beijo. Olho para porta e vejo Henry sorrindo para mim.
— O que o que? — minha mãe pergunta olhando para meu pai.
— Nossa mistura é ovos mexidos — Andrew responde e suspira.
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Era pra ser você
Teen FictionQualquer um em sã consciência não leria a minha história, afinal de contas isso não é um conto de fadas, é a desgraça da minha vida. Não só a minha mas a da minha mãe que está morrendo por causa do câncer, do meu pai alcoólatra que espanca a mim e m...