Capítulo 14

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Acordo com um raio de luz atravessando minha janela que pousa bem no meu olho. Droga por que eu sempre esqueço de fechar as cortinas? Me sento na cama meio tonta e coço meus olhos, tentando despertar melhor.

Enguro minha testa quando percebo que a casa está silenciosa demais. Cadê os passos apressados de Henry pelas escadas? Ou Andrew brigando com ele por qualquer coisa? Ou minha mãe me gritando para acordar? E o cheiro de ovos logo pela manhã?

Tem algo de errado...

Saio do meu quarto e ando pelo corredor para ir ao banheiro, enquanto caminho percebo que as portas do quarto de Henry e dos meus pais estão abertas e sem nenhuma alma viva por lá. Depois de escovar meus dentes de lavar meu rosto desço as escadas.

— Mãe? — chamo.

— Aqui!

Pulo o último degrau e acabo tropeçando no meu próprio pé e quase bato a cara na porta, felizmente apoio minhas mãos na mesma sustentando todo o meu peso do meu corpo, ainda bem que ninguém viu.

— Annie? — minha mãe pergunta - que barulho foi esse?

Fez-se um barulho alto quando minhas mãos encostaram com tudo na porta.

— Não foi nada — respondo enquanto caminho para sala, ela sorri para mim assim que me sento no sofá a sua frente — cadê Andrew e Henry?

— Seu pai — ela enfatiza me olhando feio, esqueci por um momento que estava falando com minha mãe e não chamei Andrew de pai, não que ele fosse — foi trabalhar e Henry foi para à escola, aonde mais eles iriam?

— Mas eles foram cedo demais — respondo depois de espreguiçar, minha mãe começa a dar risada enquanto tricotava - o que foi?

— Annie, já são dez para o meio dia — ela responde e eu arregalo meus olhos em surpresa

— O que? — pergunto me levantando do sofá — por que não me acordou?!

— Você estava dormindo tão bem que eu não queria te acordar — ela responde dando de ombros.

— E você ia ficar com fome todo esse tempo?!

— Claro que não, seu pai preparou o café da manhã para mim — ela responde empolgada, minha mãe sempre amou quando Andrew fazia uma coisa especialmente para ela, se sentia uma rainha. Palavras dela — e outra, você merece um descanso de vez em quando. Ninguém disse que séria fácil para você cuidar dessa velhota aqui.

— Mãe, eu faço comida para você e te ajuda a descer as escadas! O que eu faço de difícil? — coloco as mãos na minha cintura.

— Você lava, você passa, você limpa, você cozinha...quer que eu continue?

— São minhas obrigações mãe — reviro os olhos.

— Tanto faz — ela da de ombros e volta a tricotar — você já acordou tarde e ficar reclamando não vai fazer você voltar no tempo para acordar cedo.

— Vou fazer nosso almoço — digo me levantando do sofá.

— Na verdade, eu queria apenas uma salada — ela diz e eu a olho — tudo bem...com arroz.

— Já volto — respondo com um sorriso no rosto e volto a caminhar.

Depois que almoçamos, limpei minha
casa todinha enquanto minha mãe ficava atrás de mim falando e falando. Como não tinha mais nada para fazer, convenci minha mãe a dormir um pouco enquanto eu lavava o pequeno cesto de roupa no banheiro. Com muita relutância ela foi.

Assim que a coloquei no quarto, passei no banheiro e peguei o cesto de roupa suja e desci arrastando ele pela escada. Estava com preguiça de carrega-lo.

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora