Capítulo 13

65 5 5
                                    

"A perfeição no amor consiste no sacrifício dos desejos do amante que deseja somente agradar a pessoa amada."
Machado de Assis

04 de julho de 1960

Fecho minha janela com o cuidado de sempre mas hoje eu não estava afim de correr então, comecei a caminhar tranquilamente pela grama até sair do quintal de casa. Nem parece que meus pais podem aparecer a qualquer minuto.

Caminho pela rua escura e mal iluminada até a esquina, o local onde era o ponto de encontro meu e de Thomas sorrio para ele que se levanta da calçada assim que chego perto dele.

Ele se aproxima de mim e da um beijo em minha testa.

— Está linda — ele diz cruzando sua mão com a minha enquanto começamos a andar.

— Estou acabada — respondo e reviro os olhos — o que é isso em sua mão?

— Uma toalha de chão — ele diz e levanta, me mostrando — não colocamos isso ontem e percebi que seu vestido ficou cheio de grama.

— Estou dizendo a outra coisa — respondo dando risada.

— Ah — ele mostra e da risada — é uma flor que eu trouxe pra você — ele me oferece e eu sorrio — eu esqueci de trazer nesses últimos dias para você.

— Sabe que não precisa me presentear todo dia com uma flor, não é? — digo enquanto coloco a flor atrás da minha orelha.

— Mas eu quero — ele responde — gosto de te dar presentes, queria poder te dar muito mais do que apenas flores...

— Não precisa — interrompo — nenhum deles teriam a mesma sensação de ganhar uma flor — ele faz careta — flor é simplicidade Thomas, e eu adoro isso.

— Prometo que ainda te compro uma rosa — ele diz — se não, minha vizinha vai acabar notando que estão faltando algumas margaridas em seu jardim.

Começo a dar risada enquanto ele me acompanha. Não demorou muito mais tempo para chegarmos ao mesmo lugar de ontem, caminhamos para a mesma árvore que estávamos encostados antes de Connor chegar e meio que estragar nosso encontro.

Jones estende a toalha quadriculada na grama e se senta apoiando suas costas na árvore, faço a mesma coisa que ele porém encostando minha cabeça em seu ombro enquanto seu braço passa pelos meus ombros e acariciam meu braço.

— Deis de quando você tem uma câmera? — ele pergunta a tomando de minha mão e a olhando detalhadamente.

— Cassie e as meninas que me deram — respondo e ele me entrega de volta — como foi ontem, com...Connor? — hesito em perguntar, a briga com Cass vem em minha cabeça e eu fecho os olhos tentando esquecer.

— Horrível — ele responde e suspira — ele estava pior do que eu pensei...se afogando em bares todas as noites, arrumando brigas com qualquer um. Está se afastando da tia e da prima...

— Nossa — digo — ele sempre está apresentável quando eu o vejo que nem parece.

— Eu sei — Jones diz — quando fui no aniversário no seu irmão e encontrei Connor achei que ele já tinha superado o lance com os pais, mas só se intensificou. Ele diz que ainda vai se vingar deles.

— Como?

— Vai pegar a empresa que eles construíram e tomar para ele — ele responde e suspira — disse que não está muito longe de conseguir já que o pai dele está doente e ambos já são velhos.

— Acha que ele seria capaz? — pergunto.

— Não sei, eu nunca o vi daquele jeito — Jones faz carreta — espero que não.

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora