Capítulo 22

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"O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que está dispostos a fazer por ele."
— Ellen G White

22 de julho de 1960

Pulo pela janela como qualquer outro dia, porém caminho lentamente até a esquina. Nunca pensei na possibilidade de não querer ver Thomas, e me surpreendo por querer correr para longe e me certificar de que ele nunca mais olharia para mim novamente.

Mas sei que ele nunca pararia de me procurar, odeio o conhecer tão bem.

Respiro fundo e lentamente, preciso me acalmar ou meu objetivo de fazer Thomas me odiar não dará certo. Será mais fácil para ele passar o resto da vida me odiando do que continuar a me amar e sofrer por causa disso.

Como pude ser tão, mais tão estúpida?

Sinto meu corpo gelar, meus olhos arderem e minha respiração falhar tudo de uma vez só assim que avisto ele apoiado no poste. Thomas sorri pra mim fazendo meu coração despedaçar dentro do peito. Não demorou muito para ele passar suas mãos pela minha cintura me puxando contra seu tórax.

Fecho meus olhos inalando seu cheiro de sabonete mas logo me dou conta do que realmente tenho que fazer.

Empurro Thomas e passo a mão pelo meu vestido, como se seu toque o sujasse.

— Mais que droga — digo fingindo impaciência — por que você sempre tem que ser grudento!?

— O que?

— Não me diga que além de estúpido, é surdo! — rebato colocando minhas mãos na cintura, Thomas franze o cenho estranhando meu comportamento.

— Annie, você está bem? — ele pergunta aproximando sua mão da minha, porém lhe dou um tapa na mesma a afastando antes mesmo de me tocar.

— Estou ótima, Jones! — digo.

A boca de Thomas abre e fecha rapidamente, como se ele estivesse se surpreendido.

— Jones? — ele pergunta com sua voz transbordando indignação — achei que tivéssemos deixado isso para trás.

— Então você é mais tolo do que eu imaginei — dou de ombros.

— Annie pare com isso e me conte o que aconteceu — ele cruza os braços tentando parecer sério, mas sei que há milhares de perguntas em sua cabeça tentando achar uma explicação plausível para meu comportamento repentino.

— Nada que te interresse — respondo sem olhar para ele.

— Tudo que é sobre você me interessa — ele joga e eu fecho meus olhos sentindo meu coração bater mais forte.

Aguente firme!

— Você poderia — começo — por um minuto parar com essas frases idiotas achando que eu irei me impressionar?

— Não digo para te impressionar — ele responde — digo porque é verdade!

— Começou — toco em minhas têmporas impaciente enquanto bato os pés contra o chão áspero e preto da rua.

— Por que está agindo dessa maneira Annie? — ele diz com a voz baixa apontando pra mim com os olhos brilhando com o brilho da lua.

Ele está tão lindo...

— Quer que eu diga a verdade? — ele acente com a cabeça implorando com os olhos — eu quero terminar com você — vejo sua afeição passar de séria para perplexa — ai meu Deus, eu estava precisando dizer isso à um bom tempo!

Era pra ser você Onde histórias criam vida. Descubra agora