Capítulo 21

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A distância de um amor!

Não há amor, sem dor,
Não há sentimento sem renuncia,
Não a paixão, sem riscos,
Não há ninguém que exista
Sem amar,
Sem Amor,
Sem calor,
Sem dor,
Não hás dias que não passem,
Não há tempo que desgaste
Aquilo que está em destaque
Um olhar, um sonhar, um pensar...
Não há despedida, sem um novo encontro,
Não há encontro, sem haver se despedido,
Mais a certeza é que não há fim
Por que seja pra onde vá, você está guardado em mim
Em minha vida,
Em meus pensamentos,
Em minhas lembranças
Por que sei que estás aqui, em meu interior....
Valdirene de Souza Cavalcante

21 de julho de 1960

Acordo com um raio de luz batendo em meu rosto, abro um sorriso enquanto me espreguiço me lembrando da incrível semana que tive ao lado de Thomas.

Fico na ponta da cascata maravilhosa que a pequena cidade de Teneville nós propõe. Eu sempre soube sobre dessa maravilha mas nunca tive a oportunidade de nadar.

— Está com dificuldades ai, bonitão? — pergunto colocando as mãos na cintura enquanto Thomas finalmente consegue subir na cascata.

— Eu consigo me virar — ele responde.

Toco a ponta do meu vestido azul com bolinhas brancas e o puxo para cima, o retirando do meu corpo ficando apenas de lingerie não muito transparente, peguei da minha mãe escondido porque todos os que eu possuo estão rasgados e velhos.

— Annie! — Thomas grita se virando de costas para não olhar para mim, provavelmente envergonhado por eu não ter avisado e nunca ter me visto sem um vestido.

— Thomas tudo bem — digo — eu estou com lingerie por baixo.

— Esse é o problema — ele responde ainda de costas.

— Pode olhar!

— Não me tente Annie — ele sussurra colocando a mão na cabeça como se estivesse em uma briga interna — eu te respeito e...

— Mas eu não quero que me respeite! — começo a brincar e ele bufa alto.

— Senhor — ele diz e aponta para o céu — você está vendo, não sou eu, é ela!

— Vem logo antes que eu mude de idéia e pule sozinha! — o alerto.

Thomas passa a mão no rosto e se vira para mim, mas ele só olha para o chão enquanto retira sua camiseta preta cheia de estampa de coqueiros.

— Olha pra mim — peço.

Ele fecha os olhos e respira fundo começando a levantar seus olhos até mim. Sorrio enquanto vejo seus olhos escurecer, me admirando.

— Nossa...— ele sussurra.

— Vamos! — estico minha mão para ele que, ainda hipnotizado, a pega. Thomas olha para frente e contamos até três e pulamos na água gelada.

Naquela mesma madrugada eu e Thomas brincamos dentro da água, fora da água, conversamos, observamos o céu, cantamos e tenho que dizer: já podemos desistir de ser cantores!

Quando entramos pela última vez na água e saímos, Thomas me fez sentar em sua frente e pegou nossas toalhas de banho. A minha ele me deu para secar meu corpo e a dele, ele insistiu para que eu deixasse ele secar meu cabelo, e foi isso que ele fez enquanto contava piadas me fazendo dar risada ou mais acontecimentos deles e de seus amigos da cidade em que ele mora.

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