Capítulo 18

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Margarida

Estive mais um bocadinho a mimar o menino lesionado até que acabou o jogo. Tínhamos ganho 2-0 com uma boa exibição da equipa. Nós estávamos numa sala pequena perto da zona onde os jogadores recebiam os familiares após o jogo. Aqui estávamos muito mais confortáveis que na enfermaria e, se fosse necessária, aquela divisão já estava livre.
Margarida- Se calhar é melhor sairmos já estou a ouvir os rapazes lá fora.
João Félix- Olha a minha mãe mandou-me agora mensagem a dizer que se acabou de sentar na sala onde ficam as famílias.
Margarida- Vamos lá para fora depois logo vemos os comentários ao jogo.
Quando saímos da divisão onde estávamos vimos a sala das famílias já com imensa gente e com alguns jogadores. Saí da salinha a agarrar no braço do João para o ajudar a equilibrar-se e este rapidamente avistou os pais e o irmão.
Margarida- Queres ajuda a ir ter com os teus pais?
João- Acho que não é preciso, eu consigo. Se cair só preciso que me ajudes a levantar.- Respondeu a rir.
Margarida- Engraçadinho... Se os teus pais quiserem falar comigo por causa do que aconteceu chama-me.
O João foi ter com os pais e o irmão e eu aproximei-me da Maria (mulher do Pizzi). Desde que cheguei ao Benfica tinha criado relações mais fortes com determinados jogares como já era expectável. Os jogadores com quem mais me dava eram o João, o Pizzi, o Florentino, o André Almeida, o Ruben Dias e o Gedson. Para além de ter uma ligação mais forte com estes jogadores (e uma ligação extremamente forte com um deles), também tinha criado uma ligação com a família de alguns como era o caso da de Pizzi. A Maria e eu tínhamos ficado super amigas nos últimos tempos. Tínhamos vários gostos em comum, saíamos imensas vezes à tarde, quando estávamos livres, para por as conversas em dia e para ir às compras e íamos muitas vezes jantar a casa uma da outra. Os pequeninos eram uns amores, o mais velho, sempre que ia lá jantar, queria sempre sentar-se ao meu lado e queria que brincasse com ele a toda a hora; o mais pequenito, estava sempre muito calminho e nunca estranhava o colo quando a Maria mo dava para lhe pegar um bocadinho.
Margarida- Então o Afonsinho?
Maria- Olha está para ali com o pai a falar com o Rúben. E tu? Vi-te a sair com o João Félix... A lesão é grave?
Margarida- Não, foi apenas um entorse que em princípio é ligeiro. Vamos ver como as coisas evoluem. Se inchar nas próximas horas é que é pior.
Maria- Temos que ir beber um cafezinho esta semana. Vamos ao Sheraton, está-se tão bem lá... Sempre que lá vamos perdemo-nos com as horas, mas para falar a verdade isso acontece-nos em todo o lado.
Margarida- Só precisamos de marcar um dia e fica combinado!- Quando digo isto sinto um corpo pequenino a agarrar-se à minha perna.
Afonso- Tia, tia viste só o golo que o papá marcou?- Esticou-me os braços indicando que queria que lhe pegasse ao colo.
Margarida- Foi grande golo campeão, e tu? Estás bom?
Afonso- Sim!- Respondeu encostado, de seguida, a cabeça no meu ombro.
Margarida- E onde é que deixaste o mano?
Afonso- Ele ficou em casa dos avós. O papá e a mamã dizes que ele ainda é muito pequenino para tanta confusão.
Margarida- Quando ele for um pouco mais crescido vem contigo apoiar o papá e a equipa.
Estivemos mais um bocadinho de conversa até que ouvi o João a chamar-me. Quem não gostou muito que este me chamasse foi o Afonso, que não queria sair dos meus braços.

João Félix

Os meus pais assim que me viram ficaram muito preocupados. Estavam com receio que tivesse feito uma lesão grave. A Margarida tinha ido ter com a Maria e neste momento estava com o Afonso ao colo. Ela tinha mesmo muito jeito para crianças tanto que cada vez que o Afonso sabia que ela ia a sua casa ficava animadíssimo. O miúdo podia estar a fazer qualquer coisa num sítio qualquer, que quando a via largava tudo e corria-lhe para os braços.
Mãe- Filho tinhas dito que a médica te tinha dito para a chamares caso nós quiséssemos falar com ela por causa da lesão. Será que lhe podemos dar uma palavrinha?
João- Sim, claro, só preciso de a chamar.- A Margarida não estava muito longe e assim que a chamei esta ouviu logo. O Afonso não queria sair dos braços dela, também não o julgo... Sempre que ela me envolve nos braços a vontade que tenho de sair daquele aperto é nula. Ela aproximou-se de nós.
Margarida- Olá boa noite, como estão?
João- Mãe,pai é a Doutora Margarida, Margarida são os meus pais. Aqui o Hugo já sabes quem é apesar de nunca se terem visto.- Assim foram apresentados cumprimentaram-se.
Pai- Boa noite, será que nos pode explicar melhor o que aconteceu ao João? Ele já esteve aqui a explicar-nos mais ou menos, mas falar com a médica que o observou é sempre diferente.- Disse sorrindo.
Margarida- Pois claro, e nós estamos aqui para ajudar! Então o que o João fez foi uma entorse de grau 1 no tornozelo esquerdo. A entorse foi devido à entrada que o jogador adversário teve, mas deveu-se principalmente ao facto de o João ter apoiado mal o pé quando se fazia à bola na marcação do livre resultante da falta sofrida anteriormente. Já estive a ver o lance e o pé dele fica completamente de lado, por isso, está claro, que torceu o tornozelo. Se não inchar nas próximas horas não há problema nenhum. Fica agora 2 ou 3 dias a fazer um treino condicionado alternado com fisioterapia, e depois voltamos a observar para ver se há evolução. Agora o esforço tem que ser reduzido e não pode puxar muito pelo tornozelo. Tem que estar em repouso. Em princípio daqui a uns dias pode treinar normalmente. Dei-lhe um anti-inflamatório intravenoso para ser mais eficaz e já lhe dei uns comprimidos para tomar assim que sentir dor. Agora é fazer gelo, por a pomada e a ligadura e muito repouso.
Mãe- Ai graças a Deus que não é nada de muito grave.
Margarida- Não, estejam descansados que não é nada que não se resolva rapidamente.
João- Posso tirar a ligadura para tomar agora banho, ou ainda não convém porque a pomada está a fazer efeito?
Margarida- Podes tirar, mas depois tem que se por a pomada e a ligadura outra vez.
João- Está bem!
Entretanto alguns jogadores começaram a recolher aos balneários e eu fui também.

Margarida

O mister, depois da conversa com os pais do João, chamou-me para ficar a par da lesão e depois fui ter com a Maria e com o Afonso que quis logo vir para o meu colo.
Afonso- Titia podes levar-me para ao pé do papá? Tenho saudades dele.
Maria- Querido o pai já não demora.
Margarida- O que me dizes se a tia te levar ali para uma salinha muito fixe? Quando o balneário estiver mais vazio vamos lá. Pode ser?
Afonso- Sim!
Maria- Vê lá amiga, não te preocupes ele espera mais um bocadinho.
Margarida- Não faz mal! Nós vamos ali para um salinha perto do balneário e quando estiver mais vazio vamos. Eu preciso de ir falar com o João para saber como é que ele se sente depois de ter tomado banho. Ele teve que apoiar o pé, só espero que não tenha ficado inchado.
Maria- Amiga para a próxima tens que o ir ajudar no banho!- Sussurrou-me com um sorriso.
Margarida- Não sejas parva.- Respondi-lhe a rir.
Afonso- Estão a rir-se do quê?
Maria- Nada filho. É só a tia que não sabe aproveitar as ocasiões.
Margarida- Maria! É o meu melhor amigo!- Respondi baixinho.



Meu Deus que jogo! Este sim foi um jogo de emoções fortes!
Agora sim, olá meus queridos!
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Beijos até à próxima <3333

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