(Este capítulo passa-se no dia seguinte à conversa entre o João e o Pizzi)
Margarida
A partir de hoje ia começar a ficar com os meus dias ainda mais preenchidos do que o que já estavam. Alguns dias da semana tinha que ir à universidade apresentar trabalhos sobre o estágio e também ia ter algumas aulas práticas no hospital associado à minha universidade. A minha vida neste momento estava a esgotar-me de tal maneira que não sabia até que ponto é que isto ia continuar.
Hoje já ia para a universidade quando saísse daqui. O tempo livre que tive no Seixal foi tão pouco que mal consegui estar com o João...
Quando saí do Caixa conduzi até à universidade e entrei rapidamente, porque tinha que ir ter a uma sala que estava mesmo do outro lado do edifício.
Como tinha chegado um pouco mais cedo, ainda estavam amigos meus no corredor à espera para entrar.
Inês- Olha quem é ela! A nossa desaparecida! Amiga, já estava com saudades tuas!- Disse abraçando-se a mim.
Eu e a Inês éramos inseparáveis e, na altura em que viemos estudar para Lisboa, fomos as únicas do grupo que continuaram mais próximas.
Margarida- Já não vives sem mim.- Disse a brincar.
Inês- Eu digo-te com quem é que tu já não consegues viver.- Respondeu-me baixinho com um sorriso na cara.
Sim, a Inês sabia do João e dizia-me com toda a segurança do mundo que eu gostava dele. E não como amigos como eu estava sempre a dizer. "Magz tu estás apaixonada por ele!", mas eu não sabia... A minha cabeça, neste momento, era um turbilhão de emoções e sentimentos que eu não conseguia decifrar.
Entretanto o professor chegou e entrámos. Era hoje que íamos ficar a saber as nossas notas naquele trabalho que tinha demorado tanto tempo a fazer.
Eu e o meu grupo ficámos bastante contentes com a nota que o professor deu ao nosso trabalho. Sem dúvida que o nosso esforço tinha sido recompensado!
Quando a aula acabou saímos da universidade e fui com a Inês dar uma volta. Não estávamos juntas há algum tempo e precisávamos de por a conversa em dia.
A Inês acabou por dormir na minha casa, visto que amanhã cedo tínhamos que ir para a universidade. A primeira aula era lá, mas a segunda era no hospital. Quando saísse do hospital ia a correr para o Seixal, porque lá também tinha imensas coisas para fazer.
No outro dia de manhã ao final da primeira aula
Margarida- Inês Maria, tu despacha-te que assim não temos tempo de chegar ao hospital!
Inês- Olha lá que aqui a Maria és tu.- Disse rindo.
Margarida- Andas aí namorando e depois tenho que ir a abrir.
Inês- Eu não namoro com ele e tu sabes disso.
Margarida- Mas até lhe achas uma certa piada... O Alex é giro.- Disse-lhe a rir.
Inês- Sim, é giro mas não é rapaz para ter uma relação. Ele gosta mais de andar à rédea solta.- Assim que ela disse isso começamos as duas a rir.
No hospital tínhamos estado com médicos a analisar processos de doentes que estavam lá internados e daqui a uns dias, acho que íamos começar a ajudar os médicos que estavam a fazer urgências.
Depois das aulas fui para o Seixal. Ainda tinha tempo de fazer qualquer coisa antes do almoço. Cheguei ao Caixa e saí quase a fugir do carro para ir tratar de uns assuntos no escritório.
Xxxx- Onde é que vais com tanta pressa?- Imediatamente parei ao ouvir aquela voz tão conhecida e virei-me.
Margarida- Ia para o escritório. Saí agora do hospital, tive lá aulas.- Ele aproximou-se de mim e puxou-me para um abraço.
João- Anda cá! Fala a uma pessoa como deve de ser.- Disse rindo.
Quando nos separamos o João deu-me um beijo na cabeça e foi em direção contrária à minha.
Quando entrei no meu escritório vi um montinho de papéis na minha secretária. Apenas me sentei e fiz-me escorregar pela cadeira. Estava tão cansada...
Ao almoço sentei-me com os rapazes e estivemos todos animados a conversar.
Treinador- Margarida posso dar-te só uma palavrinha?
Margarida- Claro que sim.- Respondi levantando-me.
Treinador- Queria-te pedir que fosses agora com o João à fisioterapia. Ele já fez massagens de manhã e agora vai fazer uns exercícios e mais massagens. O fisioterapeuta que está com ele vai agora tratar de outro jogador e precisávamos de ti.
Margarida- Não se preocupe eu vou com ele.
Depois de almoço segui com o João para o ginásio onde iríamos fazer alguns exercícios por causa da entorse que este tinha sofrido.
João- Zee já não me dói o tornozelo, porque é que ainda não posso treinar com o resto da equipa?
Margarida- Não sejas apressado. Tens que ficar completamente bom para que daqui a uma semana não fiques outra vez com dores.
João- Pronto está bem. A sorte é que hoje, em vez do fisioterapeuta, tenho te a ti que és bonita e meiguinha.
Margarida- Isso é tudo saudades por não termos quase estado juntos ontem?- Perguntei a rir.
João- Talvez seja.- Respondeu-me piscando o olho.
Estive a ajudá-lo a fazer os exercícios e depois fiz-lhe as massagens.
Margarida- Hoje queres ir jantar lá a casa?
João- Posso ir. Hoje não precisas de estudar?
Margarida- Vou tirar o dia para dar atenção ao menino.
João- Ui estou a sentir-me extremamente importante.
Margarida- E és! Mesmo muito importante até!
Quando acabei o acompanhamento do João fui tratar de uns assuntos com o Doutor Afonso e ele foi para casa. Quando eu estivesse pronta do Caixa o João ia ter comigo.
Afonso- Então como correu o treino com o João?
Margarida- Bastante bem! Acho que ele está a evoluir muito rápido. Na minha opinião devíamos fazer-lhe uns testes para ver melhor a condição do seu tornozelo, o que acha?
Afonso- Claro! Quando achares que é a altura certa fala comigo.
Estive a tratar de mais umas quantas coisas e fui para casa. Quando cheguei vi o carro do João parado à minha porta e estranhei, porque ele não me tinha avisado que já tinha chegado. Assim que ele me viu, saltou logo do carro.
João- Zee estava tão preocupado contigo! Liguei-te quinhentas vezes e não atendias, por isso decidi vir para aqui. Podias já estar em casa e ter o telemóvel sem som. Mas não! Fogo não sabes o quão assustado estava pensando que podia ter acontecido alguma coisa.
Margarida- Tem calma. Está tudo bem!- Disse abraçando-o e agarrando-lhe a cara com as duas mãos.- E se reparares enviei-te uma mensagem quando saí do Caixa para saberes. Depois disso não recebi nada teu.- O João pegou no telemóvel e confirmou o que lhe tinha dito.
João- Desculpa, não reparei. Nesta altura já devia estar desorientado... É que demoraste tanto tempo e eu...
Margarida- Mas pronto agora já te podes acalmar, porque está tudo bem. Vamos lá subir que não é para ficarmos na rua.- Disse pegando-lhe na mão e indo para casa com ele.
Mais um capítulo! Estou com tantas ideais boas para escrever! Espero mesmo que gostem do capítulo de hoje e dos que ainda estão para vir.
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Beijinhos a todos até à próxima <333
