Margarida
Tinha adorado passar este bocadinho com o João. Já tinha imensas saudades dos nossos momentos juntos, apesar de não haver demonstrações de afeto no exterior. Ambos sabíamos que isso podia afetar as nossas vidas pessoais e profissionais, por isso preferíamos não agir como agíamos quando estávamos sozinhos. Para além disso nós não éramos namorados, na verdade nem sabia bem o que éramos, e também por isso não fazia sentido atuar como tal.
Quando chegámos a casa e abri a porta não queria acreditar no que estava a ver... O João atrás de mim só se ria e eu, para dizer a verdade, também tinha bastante vontade de me rir, mas primeiro tinha que me "zangar". O meu primo e a minha melhor amiga estavam os dois agarrados aos beijos na sala da minha casa. A Inês estava encostada à parte de trás do sofá e o meu primo estava à frente dela, com as mãos apoiadas nas costas do sofá, e esta posição fazia-nos pensar que o beijo estava a dar para o ardente antes de nós chegarmos.
Margarida- Então mas que poucas vergonhas vêm a ser estas?- Perguntei enquanto eles olhavam para mim e para o João com os olhos muito abertos. O João continuava a rir-se atrás de mim, por isso dei-lhe uma pequena palmadinha na mão para ele se controlar.- Uma pessoa chega a casa e o que é que vê?! A melhor amiga e o primo quase a engolirem-se um ao outro!
Luís- Oh Margarida, eu pensava que não vinhas assim tão cedo para casa...
Margarida- Pois mas vim! Pelo menos iam para o quarto não é?!
Inês- Amiga... Desculpa...
Margarida- Estou a brincar com vocês.- Disse começando a rir.- Mas vá não é para se porém nestas poucas vergonhas na minha sala. Podiam ter ido para a casa da Inês ela está sozinha e assim não corriam o risco de serem apanhados.
Luís- Tens razão para a próxima vamos para lá.- Disse rindo também.
João- Puto vocês não têm noção da cara que a Margarida fez quando viu o espetáculo.- Confessou desmanchando-se a rir.
Margarida- João!
João- Bem eu acho vou levar aqui a menina.- Disse pondo-me a mão no ombro.- Vens jantar lá a casa?- Perguntou virando-se para mim.
Margarida- Posso ir!- Disse pegando-lhe na mão.- Nós vamos ali ao meu quarto buscar umas coisas, comportem-se.
Puxei o João para o meu quarto e comecei a arrumar as coisas que precisava para amanhã. Era provável chegar tarde a casa e já sabia como era... Não ia ter vontade nenhuma de estar a arrumar as coisas.
João- Podias levar isso tudo que estás a arrumar e dormias lá em casa...- Disse como quem não quer a coisa.
Margarida- Mas amanhã tenho que ir para a universidade de manhã...
João- Eu levo-te e depois vou-te buscar para te levar ao Seixal. Não te preocupes! Apenas fica comigo... Para além disso ainda não me deste a recompensa completa...- Disse com um sorriso malicioso.
Margarida- Está bem eu vou contigo. Amanhã vais fazer de meu chofer- Disse rindo.
João- Eu sou tudo o que quiseres.- Disse piscando o olho.
Guardei tudo o que precisava e saímos para ir para a casa do João.
Margarida- Tenham juízo meus meninos.- Disse ao meu primo e à Inês.
João- Usem proteção!- Disse na brincadeira ao qual eu respondi com uma palmadinha no braço.
Inês- Se calhar nós podemos dizer o mesmo, não achas Luís?- Perguntou olhando para o meu primo.
Margarida- Não te estiques Inesinha...- Disse meio envergonhada.
Saímos de casa e fomos em direção ao carro do João.
Margarida- Está a custar-me teres que atravessar a ponte amanhã para me vires deixar à universidade... Se calhar era melhor eu ter trazido o meu carro ou era melhor vires deixar-me antes de ires dormir. Não te quero incomodar.
João- Sabes que nunca me incomodas! Faço tudo o que estiver ao meu alcance para te ver feliz. Não queres ficar lá em casa?
Margarida- Sabes que quero...
João- Então pronto não há cá mais conversa quanto ao atravessar a ponte amanhã. Até podias ter que ir para outro sítio qualquer e eu ia levar-te. Ia levar-te porque gosto muito de ti e só te quero ver feliz.- Disse enquanto olhava de vez em quando para mim devido ao facto de estar a conduzir.
Margarida- Às vezes dizes coisas que me deixam sem palavras... Sinto que às vezes não sou capaz de retribuir tudo aquilo que tu és e tudo o que fazes para mim.
João- Não digas essas coisas... Eu sei o quanto tu gostas de mim e sinceramente estou muito agradecido por me teres deixado levar-te a jantar em minha casa neste momento e não a outro rapaz qualquer. Tu és incrível para mim!- Disse isto tudo com a mão na minha perna e estas palavras tinham-me deixado emocionada.
Margarida- É perigoso dar-te um beijinho enquanto conduzes? É que estou com uma vontade imensa de o fazer depois de tudo o que disseste.
João- Acho que pior mesmo era não me dares nenhum beijo depois de tudo o que disse.- Respondeu com um sorriso nos lábios.
Margarida- És um amor meu ferrinhos.- Disse enquanto me aproximava dele para lhe dar um beijo na bochecha.
João- Não me chames isso, não estragues o momento.- Disse a sorrir.
Margarida- Adoro-te!- O João piscou me o olho num sinal de que sente o mesmo e foi o resto da viagem com a mão direita na minha perna, apenas tirando-a quando precisava de mexer nas mudanças.
Quando chegámos o João deu-me uma t-shirt dele, porque já sabia que eu adorava andar com roupa descontraída em casa, e porque também já sabia que eu preferia as roupas dele às minhas, devido ao facto de todas as suas roupas terem o seu cheiro.
João- A minha mãe descobriu-nos...- Disse abraçando-me por trás enquanto eu estava a mexer as coisas que estavam no fogão.
Margarida- Como assim João?
João- Ela já me tinha perguntado o que se passava, porque ando mais feliz, mas eu não lhe disse nada apesar dela ter desconfiado... Instinto de mãe... Mas ontem parece que ela ouviu um "Vai já dar um beijinho ao João" antes do nosso aquecimento. Não recebi nada...
Margarida- Pois já sei do que foi. Foi o meu rico primo e a minha melhor amiga que decidiram picar-me quando os fui cumprimentar antes do jogo. Só me apercebi que os teus pais estavam ali perto quando fui ter com a equipa ao aquecimento...
João- Não faz mal. A minha mãe ficou mesmo muito contente e só me disse para não te magoar. Ela gosta de ti mesmo não te conhecendo! Diz que és bonita e simpática e não se engana...- Disse dando-me um beijo na bochecha.
Margarida- Das vezes que estive com ela também a achei bastante simpática!
João- E quando fomos ao Colombo ela percebeu que estavas comigo e quando se despediu de mim mandou-te um beijinho.- Disse apartando-me um pouco mais contra si para estarmos mais juntos.
Margarida- Estás a deixar-me nervosa João!
João- O quê? A minha mãe ou a minha proximidade?- Disse querendo brincar comigo.
Margarida- Os dois João! Não me deixes nervosa que ainda queimo o jantar.
Ele riu-se contra o meu pescoço deixando me corada e deu-me um beijo saindo, depois para por a mesa e, voltando de seguida, para fazer a salada.
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No capítulo passado uma das leitoras da história foi capaz de "prever" o que ia acontecer! Boa!
Um beijinho e até ao próximo capítulo <3333
