No Fim Do Arco-íris

I

A claridade entrava gentilmente no quarto, era uma manhã de domingo, no meio do verão, não eram nem nove horas ainda, pois o despertador não havia tocado. Olhando para as estrelinhas no teto, imaginava como seria meu dia. " Talvez seja um dia normal... Com acontecimentos normais "

Me viro de lado na cama, e sinto algo nos pés da cama, havia me esquecido dele... O despertador toca. Ele coloca o travesseiro sobre a cabeça, e resmunga algo, pedindo para desligar, mas ao invés, eu o chuto, o fazendo cair da cama.

- Pedi para desligar, não me derrubar!

Falou indignado, enquanto me fitava com o cabelo castanho claro, todo bagunçado, e o olhar verde cinzento, que me refletia esperança. Me virei para o lado oposto, o evitando.

- Tudo bem? - perguntou - Ainda chateada?

- Bom dia pra você também Thomas. - Tentei ignorar sua presença.

Ele sentou-se ao me lado, tentando fazer me sentir melhor, mas acho que naquele momento seria impossível.

- Não precisa me animar... Sério.

- Ele não sabe o que fala! Você é especial do seu jeito... E você é minha irmã, não importa o que digam.

Thomas sempre tão gentil... As vezes gostaria de retribuir sua positividade.

- As vezes ele passa dos limites... E querendo ou não... Tommy... É a pura verdade.

- Desde quando você aceita a verdade? Pensei que você gostasse de duvidar de tudo.

Me virei para ele, dei um leve sorriso de canto, e sussurrei.

- Obrigada...

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Desci as escadas de casa, tentando ignorar a presença do meu pai, que estava na sala, conversando com alguém pelo telefone. Fui direto para cozinha, minha mãe estava lá, os cabelos loiros estavam soltos, e seus olhos azuis me fitavam com um olhar triste. Provavelmente não quis comentar o evento de ontem a noite, pois não direcionou nenhuma palavra a mim. Thomas chegou logo atrás de mim, agora seus cabelos estavam comportados, ele disse bom dia a minha mãe, e sentou-se ao meu lado.

Tomamos um vitamina de banana e morango, enquanto Thomas ainda se via tentando me animar, então fingi um sorriso pra ele se sentir melhor. Meu pai entrou na cozinha, parecia irritado.

- Bom dia. - falei.

Ele me olhou, e me ignorou completamente, meu irmão fez a mesma coisa, e desta vez ele respondeu com um sorriso. As vezes me perguntava o porquê disso... Mas nem sempre sua educação vai ser correspondida no mesmo nível.

- Animado para o jogo de hoje Tommy? - perguntou meu pai animado.

- Na verdade... - respondeu - Estava pensando em faltar.

- Como assim? - perguntou - Você é o melhor jogador do time!

O que não era mentira, Thomas jogava muito bem beisebol, mas sabia seu motivo de querer faltar, ele não queria me deixar sozinha, porque estava "triste", mas ele não podia deixar de fazer as coisas que gosta, só por minha causa.

- Você deve... - nem terminei de falar e meu pai interrompeu.

- Você vai. - falou seco, quase o fuzilando com aqueles olhos verdes profundos.

Acho que se o olhar nos olhos diretamente, sua alma seria sugada, para a selva mais densa, que nunca havia sido explorada antes, mas em outras palavras, é pedir pra morrer.