No Fim Do Arco-íris

II

Quando acordei, estava no hospital. Conseguia ouvir o médico falando com meus pais, do lado de fora do quarto. Algo sobre eu ter tido um possível ataque de pânico...

- NUNCA MAIS FAÇA ISSO! - falou Thomas enquanto me dava um tapa - Quando quiser me dar um susto, tenta algo mais leve...

Thomas começou a chorar de novo, e eu não sabia como consolá-lo, na verdade nem sabia, o que realmente tinha acontecido, ainda estava muito confusa. Meus pais entraram no quarto, minha mãe tentava parecer neutra, e meu pai claramente estava preocupado, ele podia ser duro e ranzinza, mas amava a gente.

- Como se sente? - Perguntou minha mãe.

Estranhamente, me escapará a voz novamente, mas respondi com um suspiro aliviado, que pareceu entender. Thomas que estava sentado, com as pernas cruzadas, nos pés da cama, me fitava, tentando entender minha expressão, quando finalmente tive força, para perguntar o que tinha acontecido.

- você teve um ataque de pânico. - respondeu o médico - e eu gostaria de entender o porquê.

Thomas me olhou, como se soubesse o motivo, afinal de contas, sempre o contava sobre os tais "sonhos". Mas não sabia o que acontecerá, entre o caminho de minha casa até o hospital.

- Você se sentiu sozinha? - perguntou meu pai - quando acordou?

Eu me sentei na cama, tentando lembrar.

- Não... Eu não... Eu não lembro.

- Do que você se lembra? - perguntou uma segunda médica.

- Eu... Acordei, com falta de ar, estava assustada... E... Não conseguia chamar por ninguém. - falei virando minha cabeça em direção a médica.

- Teve um pesadelo, querida? - perguntou minha mãe.

Balancei minha cabeça em negatividade, mas é óbvio que menti, e me senti meio mal por isso.

- Foi alguma coisa sobre "antes" ? - perguntou meu pai.

Me virei para ele surpresa, ele nunca toca nesse assunto, ele nunca pergunta sobre "antes".

- Não...

- Bom. Um evento traumático, pode ser a causa do seu ataque de pânico. Tem certeza de que não foi isso? - perguntou o médico.

Balancei minha cabeça positiva, mas não tinha tanta certeza assim... Depois disso pediram para Thomas se retirar, relutante mais foi.

- Foi algo relacionado a ontem? - perguntou meu pai.

- Não.

- Thomas te fez se sentir assim? - perguntou minha mãe.

- Não... - "porque está acusando ele?".

- Thomas te disse algo antes de sair? - meu pai rebateu.

- Thomas colocou minhoca na sua cabeça? - perguntou minha mãe.

Porque estão fazendo tantas perguntas sobre Thomas? Thomas não tinha culpa de nada, Thomas me protegia, mais até, que eles, ele não seria o responsável.

- Thomas não fez nada. - olhei indiguinada.

- Thomas é o único que fica com você, ou é ele, ou é algo que você não que nos contar. - falou meu pai, aumentando o tom de voz.

Eu abaixei a cabeça, talvez seja realmente Thomas... Ele é a única pessoa, com quem realmente me preocupo, talvez tenha pensado de mais, que Thomas ficaria encrencado, por minha culpa, de entrei em pânico...