Entre a vida e a morte

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A caminho da casa do meu loiro preferido..
-Acelera, acelera... ( calso pânico em Adam ).
-Caaaaaaaalllma mulher de deus, quer que eu bata o carro e caia do penhasco.
-Nãaaaaaao ( grito em seu ouvido ).
-Entãaaaaoo ( ele devolve ).
Rimos da nossa infantilidade.
-Caramba tá cheio de buracos
-Culpa sua ( digo numa voz bruta ).
-Vai a merda.. ( ele me xinga e depois ri ).
Ele me espera na porta e então subo.
Bato na porta como uma criança impaciente.
-Que é? ( ele abre )
-Oi amor.... sentiu saudades?
-Não, te vi ontem .
"Tinha que ser.. "
-Que merda são essas.
-Não são merdas, são flores.
-Dá no mesmo.. o que eu vou fazer com isso?
-Colocar num vaso, não é óbvio?
Ele desvia o olhar, suspirando forte,
"Sabia que ele ia ficar nervosinho".
-Qual é o motivo da visita?
-Posso entra? ( tento passar mas sou barrada por suas mãos ).
-Não até me dizer um motivo aceitável.
-Que merda!!! Sou sua mulher agora me deve respeito.
-Quem disse que você é minha mulher?
-Eu disse.
-Só porque te dei um anel de presente.. não significa..
Até ele explica eu já entrei, procuro uma jarra pra por as flores, coloco-as na mesinha de centro.
Pego um copo de café e ligo a Tv.
-Tá achando que eu to brincando ?
-Não. ( continuo sendo folgada )
"Até porque ele não vai me jogar pra fora".
-To quase te jogando pra fora.. ( eu olho pra ele horrozida ).
"Ele lê pensamentos"
-Não leio pensamentos se é o que pensa.
-Hooooou que medo.
-Fala logo, VOCÊ não veio aqui a toa, se for pergunta sobre minha filha..
-Nada eu achei ela uma gracinha, mais vim só te fala pra vende os carros e mais umas coisas.
-Já vendi
-Quêeeee?
-Você está 4 horas atrasada.
Não esperava por essa.
-Vendi meus dois carros, o vermelho e o azul, pra pagar os funcionários, e algumas contas pendentes de lá.
-Você teve a mesma idéia que eu.
-Não VOCÊ me deu a idéia, na reunião..
-Ahhhhh você me escuto que lindooooo
Ele me olha cansado ,quase bufando, revirando os olhos e desabando no sofá com a cabeça.
Faço carinho em seu cabelo e ele gosta.
Ele se levanta me puxa pelas pernas, e me joga em seu ombro.. como no casamento de minha mãe.
-Eiri me PÕE NO CHÃO AGORA.
-Não.
Sinto um sorrisinho escapar dele.
Ele me joga na cama e minha reação é jogar travesseiros.
-Aéeee ( ele ameaça ).
Ele arremeça em mim também.
Ficamos nos debatendo com travesseiros.
Ele faz cócegas nas minhas coxas e eu o chuto.
-Tá mal criada, Katharina, você não era assim ( seu olhar é sedutor ).
Eu riu sem me controlar.
Ele se deita na cama, olhando o teto e eu deito em cima dele, admirando o quão gostoso ele é, ainda mais de blusa social aberta.
Ele acarcia meu cabelo e eu bagunço o seu.
-As vezes da vontade de socar esses seus dentes perfeitos. ( ameaço num tom provocador)
-Tenta, só vai perder a mão ( ele responde seduzindo como sempre )
-Achei que não ia mais ouvir seu coração bater. ( digo para desabafar )
-Claro que vai... eu sou forte.
-Se acha né? ( dou risada de sua resposta ).
-Não.. mais sou melhor que a maioria.
Aperto sua boca até fazer um biquinho.
-Tem um carro apitando lá fora. ( Eiri aponta pra janela)
Antes que eu de um beijo nele.
-É o Adammm, putz
-Esqueceu até seu irmão, acha que da conta de ser minha sucessora na empresa?
-Haaaa ata, claro ( dou uma gargalhada sarcástica de sua resposta).
-Mais é.
Agora buguei legal.
-Tá falando sério?
-E eu por acaso brinco ? ( ele passa a mão em meu rosto e me dá um selinho ).
-Então aceita que foi seduzido por uma criança? ( provoco fazendo desenho com os dedos em seu peito ).
-Não, não fui.
-hummmm... haa! entendi ( me viro concentrando na frase escrita em seu corpo )
-Porque você mostrou ser uma mulher.
Meus olhos queimam, e sinto que tem algo por vir.
-É você que faz meu coração bater, a vida ter um sentido.
Baixo a cabeça colando em sua barriga para que ele não me veja chora.
-Aiiii mantega derretida, se for baba em mim ,vai pagar. ( ele ameaça num tom irônico).
-Tira a cabecinha dai, tira, antes que eu fique duro.
-Eiri que horror. ( eu fico vermelha )
-Quer fazer ? ( ele pergunta com uma cara maliciosa )
-Não.
-Então sai de cima gata.
-Você me chamo do que?
-Aiiii senhor.
-Repete... aiii que fofo, fala de novo
-Gata.
-Ahhhhhh ainnn que linduuu
-Aff.. ninguém merece ( ele revira os olhos ).
Chego até Adam saltitando feito um pônei.
-Eai ?falo a respeito da empresa.
-Que empresa?
-Iiiii já viu que você fez outra coisa.
-Nãaaao não jamais, que isso.
-Ué qual o problema de transa com ele?
-Adammm menos.
Eiri me observa da janela com o famoso wisque com gelo nas mãos e um cigarro na boca.
-Como ele fica sexy assim... ( digo e Adam faz careta de nojo ).
Ele grita de lá
-Amanhã as 8 da manhã quero você na Foster.. ouviu?
-Certooooo meu mozãoo..LINDOOOO, TESÃO DA MINHA VIDAA.
Ele sai da sacada, como se não me conhecesse e eu riu " adoro tira-lo de sua zona de conforto ".
-Cara que broxante ( diz Adam num tom debochado )
E eu finjo que vou bater nele, assim ele encolhi os ombros.
Entramos no carro..
E eu fico olhando o anel, completamente boba, louca por ele.
-Ou você mora com Eiri ou você fica lá em casa pikachu ? Se não.. você vai pira, e quando você pira, eu piro junto.
-Não sei, to resolvendo, não quero pressiona ele.
Na manhã seguinte, gelada, coloco uma blusa de frio e quentinha vermelha, pego uma saia na gaveta de roupas " que nunca vou usar por ser ousada".
Mais uma saia preta curta com a barra de coro não tem problema.
Amarro meu cabelo num rabo de cabelo alto, capricho na maquiagem, e coloco meia calça de renda com desenhos de rosas, que se concentran bem nas coxas.
-Aonde vai tão sexy assim? ( pergunta minha mãe )
-Pro meu "primeiro" dia de trabalho.
-Hummm
Eu espero uma crítica mais nada acontece.
"Eu ouvi milaaaagreeeee".
-Adam?
-Já sei, bora. ( ele da um tapa na porta do carro ).
-Mãee..
-Vai querida, boa sorte, tomara que consiga o que quer.
-Brigada.
-Toma leva esse terço com você.
Eu pego de suas mãos, coloco dentre as palmas e faço um pedido, e assim ela sorri.
E aceno para dona Lena já do carro.
Na empresa separo os papéis, e coloco um café com biscoitos na mesa de meu chefe loiro.
Uma moça simpática me ensina o trabalho, e me manda por saltos.
-Não consigo.
-Você acustuma.
Ela estende um copo com café pra mim, aproveito e pego pretzels.
-Comendo em serviço? ( anuncia Eiri a chegada)
-Ximm ( de boca cheia respondo ).
A moça ri de mim.
Entro em sua sala e começo a ler manuscritos.
-Pode senta aí.
-Aonde?
-Na minha cadeira.
Fico sem graça, mas obedeço.
Converso com todos e começo a pegar a manha da coisa.
As pessoas são fechadas, mas tem um bom papo, Sigg é aquele que faz nossas vontades.
Ele me ronda, e vai aonde eu vou.. isso tá estranho.
Nas reuniões dou minha opinião, no caso apresento propostas de melhorias, e á muitas discordâncias. Cortes de gastos é uma delas.
Eiri me da um papel, para que eu elimine tudo que não é necessário e eu rabisco tudo, a folha quase toda.
Ele faz o que eu digo, e assim os números que estavam em queda, agora estão na faixa verde. Tudo está ocorrendo bem, peço para que não só pessoas de cargos importantes deem seu ponto de vista, mais no geral, de faxineira a segurança. Afinal todos são um e sem eles como ficaria?
No meu quinto dia na Foster..
Quando estou prestes a entrar na sala de Eiri.. ouço a voz de uma mulher
-Ela vendeu a filiada em Dubai, nossa fonte de riqueza senhor, o que faremos?
E então meu nome é sitado e eu presumo que acontecerá alguma merda.
-Ela fez certo, se não vendesse, como estaríamos agora?
Gal fica sem ter o que dizer.
-Esse posto era meu?
-Ué, agora você quer de volta, não deu de bandeja? Não foi você a primeira a abandona o barco.. hein? Agora vê que a maré ta mansa e quer voltar?
Gal fica imóvel e não dá um piu.
Eu entro para aliviar o caos e coloco umas pastas em sua mesa.
Ele faz contato olho no olho, e eu entendo que é para eu sair.
O olhar da Gal não é mais solidário e sim de rivalidade.
Me concentro em meu computador, querendo ou não tenho uma mesa e um computador na frente de sua sala. Isso me dá de certa forma " voz" aqui dentro.
Dias se passam e Eiri não vem ao escritório, a pilha cai em cima de mim ou seja trabalho em dobro.
Pergunto a Sigg e ele diz que não sabe.
Largo tudo na mão de Gal, que por sorte está no cargo ainda pelos anos que trabalha com ele.
Chego na casa de Eiri e a porta está encostada, ele está sentado no sofá imenso segurando um copo de wisque com gelo.
Me aproximo e ele não percebe
-Eiri?
Ele me olha sem reação, neutro.
Está mais magro, pálido, e sua respiração parece péssima.
Sua mão está segurando o peito.
-Eiri... fala pra mim o que houve com você?
-Eu to legal.. não pareço bem?
-Não. Parece um morto vivo.
Ele ri mais algo o incomoda.
Conto pra ele sobre a empresa e que venderam além de Dubai, a de Madri.
Restando só a daqui mesmo.
Ele bebe um gole de wisque e então ele solta o copo, que cai no chão e ele tosse, saindo sangue, ele coloca a mão na boca, aparando o líquido que cai, e ele mesmo se surpreende com a poça de sangue.
Minha reação é pegar um copo da água, mais ele começa a tossir ainda mais. Pego o celular de Eiri para ver o contato de Sigg.
-Droga, bloqueado, merdaa ( esbravejo )
Meu tempo tá se esgotando e eu não consigo pensar em ninguém que mora perto.
Adam vai demorar uma cota, até lá ja era.
A não ser que....
-Gal? Gal atende? Por favor não me deixa na mão agora.
Droga ela não atende, penso num pior ainda.. " ai deus".
-Alô..
Me voz pifa mas... preciso falar com ele
-Kate é você?
-Oi.. light preciso da sua ajuda.
Ele chega em menos de 10 minutos.
-Me ajuda light a levantar ele..
-Que que houve ?
-Não dá tempo ele ta morrendo light.. me ajuda
-Ta ta dá ele aqui eu levo
Light põe Eiri nas costas e desce o elevador.
Eu pego documentos.. tudo, até o nome do convênio.
Ligo no caminho para lá e eles dizem que pode ir direto, que eles atedem.
"Uma notícia boa graças a deus ".
Eiri geme de dor em meu colo no banco de trás.
-Vai LIGHTTT
-TO TENTANDO O TRÂNSITO TA PARADO.
-Larga o carro
-Que? ficou maluca.
-Sim fiquei, larga a porra do carro, nós vamos a pé.
Ele coloca o Eiri nas costas e vai até a porta do hospital.
Eiri tá tão grogue que não sabe nem se estou ali.
Os enfermeiros o põe numa maca e leva pro pronto socorro.
Eles não me deixam entra, fazem exames e tudo.
Light consegue retira o carro da muvuca.
Depois de 5 horas de espera.
Light não saiu do meu lado, apesar de dizer que ele podia ir.
O médico me chama de canto e diz.
-O Andrew passa bem.
-Ufaa, mais como sabe o nome dele?
-Já faz anos que ele passa comigo.
-O que ele tem?
-Já faz um tempo que ele vem infartando...
"O que...? Meu coração quase para agora".
-Desde dos 16 anos de idade ele sofre com isso, geralmente ele tem 1 a cada 2 ou 3 anos. O que me assustou foi ele ter 2 em um único mês.
-Meu deus doutor... e agora, tem jeito? Tem cura? O que posso fazer? Quanto é?
-Callllmaaa, jovem, ele tá descansando agora, mais ele vai precisar fazer uma cirurgia.
-Ahhhh não, nãoo, eee é como?
-Bom as chances são..
-Fala.. doutor
-25% de dar certo.
Sinto a bile subir na boca e voltar, aquela sensação de perigo.. é real, não posso mais perde ninguém.
-Ele vai precisar de sangue também, vai perder muito, e nosso estoque está no limite.
Coloco as mãos na cabeça.
" to sem saída".
Converso com o light e ele se oferece para doar , eu pergunto se ele tem certeza e diz que sim.
-Que sangue que é o seu jovem? ( pergunta o doutor)
-A é A positivo.
Certo. Do paciente também é. Vamos recolher um pouco.
O doutor se aproxima de mim, como se esperasse algo.
-As chances são mínimas, o que vai fazer?
-Vou apostar nos 25%
O doutor da um passo pra trás, e com a voz meio chocada diz
-Tudo bem.
-Se é pra ele parar de ter isso, é melhor arriscar né?
O médico não dá uma palavra, só preenche uns papéis.
-Preciso que assine aqui.
-Pra que?
-Caso ele morra na cirúrgica.
O médico é tão frio que dá até medo.
-Ele não vai morre, é forte. Eu sei porque.. sou MULHER DELE.
Light finge que não ouviu mais senti o peso das palavras.
-Ok marcarei pras 10 da manhã.
Eu aceno num sinal de sim com a cabeça.
Ligo para Adam, Gal.... pena que a Estela não está aqui, ela saberia o que fazer.
Vou até a sala, pego na mão de Eiri e amarro o terço que minha mãe me deu.
Eu tento não chora, seguro ao máximo e digo beijando sua mão.
-Você vai sair dessa... vai dar certo, porque se não der.. não vou saber o que fazer.

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