Quando todos me encaram como cobras prontas para dar o bote. Falo de maneira firme meu nome de mentira, e o pior que eles acreditam com facilidade .
"Até porque sempre fui insignificante".
Victória beija Dancan "Quer dizer se engolem, né".
Eu tento disfarçar.
"Porque passei por aqui? Maldita hora!".
Taylor me leva até o palco e me deixa nos degraus, Coloca em minha mão, um copo com vodka.
E sem hesitar viro de uma vez.
-CARALHO! Você é doidona cristinhinha.
Nem dou atenção a ele.
Pego o violão, e todos param para me olhar.
Victória nem me encara, só ri.
Vejo seus cochichos com Dancan.
Já Taylor me olha como se fosse me comer ou como se me desafiasse.
Com os olhos fechados toco "Don't Tell Me de Avril Lavigne".
Começo meio tímida, mas com o tempo solto a voz.
Sinto como se não tivesse ninguém ali. E tudo se torna mais fácil.
Ouço um copo cair no chão, era Victória, besta com minha voz.
Taylor aplaudiu de pé, como se fosse o melhor show da vida dele.
-A garota manda bem ( diz Dancan de longe com a Voz rouca).
Em seguida toco "Fall in Line de Chistina Aguilera".
Todos prestam muita atenção.
O som ecoa pelo local.
Minha voz cria força, o Dj ajuda com os efeitos atrás. Meus olhos estão fechados, mentalizo mil coisas menos aquele lugar.
Deixo a música me levar.
Eu de vez enquando, abro o olho para ver quem está ali e vejo um loiro encostado na parede com os olhos também fechados, apreciando a música.
"Não sou a única que me concentra na música".
No final todos aplaudem de pé e eu só observo sem acreditar no que vi.
Esse loiro olha fixamente para mim e sai sem dar uma palavra. "Nem aplaudiu que estranho..."
Quando vou até a porta para vê-lo novamente, um braço me puxa pela cintura.
-Ou cristinhinha roqueira, você vai fugir de mim até quando..
-Sério não tô afim, me deixa ir.
-Está com medo de quê? A polícia não vai baixar aqui, então relaxa e traga um narga com a gente.
- Não curto.
Ele me trás para perto de si. Praticamente colado, sinto meu corpo esquentar, mas não é o quero.
"Será que é o álcool?".
-Transa comigo e eu faço você perder esse medo.
Ele fala em alto e bom tom. Victória escuta e lança uma gargalhada.
-Será que entra ? Ela é bem pequena (diz Dancan com sarcasmo ).
Isso me deixa tão puta que cuspo na cara dele de tanto nojo.
Ele me olha como se não acreditasse no que vê.
-Hummm corajosa ( diz Dancan tirando sarro).
-Olha só. Mal chegou e já acha que manda..( Victória responde balançando a cabeça com deboche ).
Corro para saída, esbarrando em um monte de gente estranha. Ele está na fúria me caçando.
"Se ele me pegar, eu tô fudida".
Ele me pega a força e me encosta na mesa de bebidas, então minha reação é dar um chute no seu saco.
Pego a garrafa mais próxima e jogo em sua cabeça com tudo.
Os cacos se espatifam no chão, o som para, e o pessoal começa se afastar. Olhando incrédulos.
Tento ligar para polícia, mas eles não atendem.
Corro desesperada pela rua, sem identificar em que cor está o semáforo.
Então um carro lindo e caro quase me atropela.
-Sai da rua criança..
Um homem de óculos escuros e loiro sai do carro e vem em minha direção.
Ele se agaicha e olha para minha perna, e então ele pergunta:
-Porque não olhou o sinal? Poderia ter morrido e você quase destruiu meu carro importado.
"Ninguém merece. Esse cara de novo? Espera.."
-Anda levanta!! ( ele esbraveja )
- Não consigo..
-Era só o que me faltava, não tenho o dia todo não minha filha!
-Me ajuda-a..
Em alguns instantes, apago ali mesmo.
Mas consigo sentir o toque de mãos quentes em meu corpo. Me segurando firme e me levando para algum lugar.
Sinto um cheiro bom e focos de luz passando por meus olhos. São postes.
Depois de um tempo outro tipo de luz invade meu campo de visão. Uma luz branca.
Paredes vermelhas, cores salmão também, uma escada de vidro enorme com luzes embaixo, quadros espalhados, um aquário gigante com luzes coloridas mais sem peixes.
O loiro passa por mim e pergunta:
-Quer chá, água, bolacha?
Ele está secando os cabelos com a toalha.
Provavelmente saiu do banho.
-Aceito uma bebida..( digo olhando para seu corpo angelical ).
-Você não tem nem idade pra isso, garota.
-Tenho 20 anos pra sua informação!
-Não me importo, não perguntei.
Ele responde de maneira grosseira e sem olhar para mim.
O loiro grosseiro caminha até a sacada e acende um cigarro.
Eu me dirijo a ele, mas ainda estou zonza, assim acabo voltando a me sentar no sofá espaçoso. Colocando a mão na cabeça.
-Qual o motivo pra você correr feito louca?
-Você era o cara que ouviu minha música né, eu o vi ( corto sua pergunta ).
-Responde a minha pergunta, sua mal educada.
-Responde a minha então, é mais importante ( retruco )
Seus olhos se estreitam.
-Olha é melhor você cair fora daqui enquanto pode. Já estou me irritando com sua rebeldia, criança.
-Para de me chamar assim...
-Então se comporte como uma mulher.
-Machista ( digo sem nem hesitar ).
-Como? Você deve estar louca.
Ele passa a mão nos cabelos para dissipar sua irritação.
- Não vou discutir com você,é perca de tempo. ( Ele apaga o cigarro, e toma o uísque da mesa com gelo).
Vou até ele, roubo de sua mão a bebida e viro de uma vez.
Ele me olha sem expressão nenhuma.
Meu estômago rejeita o líquido e eu acabo vomitando em seu tapete.
"Cara que bagulho ruim da porra".
"Nossa! Minha canela está inchada. Agora que percebi. E meu joelho direito também".
Ele cuidou de mim.
Quando estou prestes a vomitar novamente. Corro para um banheiro.
Ele segura meu cabelo e me agaicha.
-Faz o resto aqui mesmo, vai.
E então eu coloco tudo pra fora e ele passa as mãos em minhas costas.
-Valeu.
-Fica aí! Vou buscar água.
O moço busca a água, levanta minha cabeça e põe o copo na minha boca como se fosse uma babá.
Bebo devagar.
O celular dele toca, e para minha surpresa o sujeito não atende.
Ele me ajuda a se levantar e eu esbarro nos copos meu e dele.
O de água e o de uísque. Eles se quebram cortando meu pé.
-Meu Deus você não me dá sossego ( ele esbraveja )
O loiro enfurecido, pega detergente e água. Lava minha canela. Coloca algodão e fita crepe.
Observo seus cuidados e sua delicadeza mesmo estando irritado.
-Se apoia em mim, para você não cair. Vou te levar de carro ao hospital.
-Sério.. Ahh bacana ( digo meio sem entender o que falo ).
-Você não pode se apoia no álcool pra fugir da sua vida chata e sem graça.
Fico boquiaberta "não passo por isso mas ele tá se preocupando mesmo".
As escadas parecem ter mais degraus que antes
-De elevador eu vomito, odeio. ( atravesso as palavras)
Ele me pega no colo e desce a milhão comigo pela escada.
-Vou me arrepender disso. ( ele bufa )
-Você é lindo...
-Bateu com a cabeça, foi?
Eu aceno que não. Mas ele nem olha.
Ele me encosta no carro e abre a porta.
-Dá seu telefone gato. ( digo num tom sedutor )
-Você tá se jogando pra mim? Fala sério. Você não faz meu tipo. E eu detesto crianças.
Logo mudo minha fisionomia de feliz a chateada.
Ele me coloca dentro do carro. Tenta arrumar o sinto pra mim.
-Tá, tá, sei! Eu sei, ouuuuu. ( digo sem paciência )
Ele bate a porta com tudo.
Vai para dele, liga o carro e dirige.
Tá uma tempestade lá fora, ele roe as unhas de nervosismo.
"Me sinto mal por ele. Responsável por uma desconhecida".
Ele me lembra do... Light.
Isso me faz escorrer uma lágrima e ele percebe mas não diz uma palavra.
Tiro o sinto, abro a porta e corro passando pelos carros na avenida.
Ele entra em choque e me segue no meio da chuva.
"Eu só quero o light agora, só isso..".
Ajoelho no chão sem forças na frente de um posto de gasolina, em prantos, tomada pelo medo, tristeza e solidão.
Avisto ele logo atrás de mim.
Começo a socar o chão e aperto meu estômago com força.
"Me controlam e me manipulam o tempo todo. Ninguém nunca quis ser meu amigo de verdade. E agora eu preciso de Light".
Ele tenta me levantar e eu tiro suas mãos, ele aparece em minha frente me encarando seriamente. Se agaicha em minha altura com o mesmo olhar frio sem nenhuma expressão.
-É isso que você quer? Se sua resposta for sim, garota, eu te largo aqui.
-Eu quero o Light, só isso. Só ele é verdadeiro pra mim, mais ninguém.
- Não sei quem é esse, mais eu posso procurar.
-Sério?
- Não agora mas... quando você estiver melhor.
Ele estende a mão como se fosse uma segunda chance. E eu aperto com força, em seguida ele me puxa, coloca seu casaco de couro preto em mim, e me leva de volta ao carro.
-Vou molhar tudo.
-Entra logo e para de tagarelar.
Chegamos no hospital minha febre está altíssima, ele corre no balcão e pede um médico com urgência, mas eles fingem demência.
Ele passa a mão pelos cabelos, olha pra mim, e abro um sorriso falso.
Ele bate no balcão e começa a dar um show, não escuto o que diz porque minha cabeça está pesada e quente, nada é processado.
Sinto um frio na barriga, e minhas vistas vão escurecendo.
O loiro chega perto de mim.
Ele pega minha cabeça para que eu não bata com tudo no chão.
Rapidamente surgem macas e enfermeiros.
Minha mente finalmente se vai, tive sensação de morte "é terrível".
Quando abro os olhos ele está na cadeira de visita, com óculos de grau, escrevendo no notebook.
-O que tá fazendo??( pergunto sem força na voz, ainda mole por causa dos remédios ).
-Trabalhando enquanto você durmia.
Ele levanta, fecha o notebook, liga a TV baixinho.
E eu acompanho seus movimentos com os olhos.
Ele pega a comida de hospital e arrasta a cadeira pra si, próximo a mim.
-Anda come!
Ele dá para que eu segure e eu balanço a cabeça como se não conseguisse nem apoiar.
Ele me ajeita, me coloca mais pra cima e estende a colher num aviãozinho.
-Abre a boca antes que eu me irrite, não tenho o dia todo.
Eu obedeço.
O que cai para fora, ele põe de volta na minha boca.
-Qual seu nome?
-Que diferença faz? ( Ele como sempre frio ).
-Por favor, só quero saber..
Ele não me diz, porém chega uma mulher mais parecida com uma aeromoça.
-Eiri, posso falar com você um minuto. É sobre o livro. ( ela diz num tom suave).
"Caraca ela é perfeita".
-Já volto ( Ele anuncia e sai ).
Depois de 15 minutos, ele retorna com uma pasta cheia de folhas.
-Ocupado? ( falo tentando sorrir).
-É minha vida isso aqui.
-Tem filhos?
-Porque você pergunta tanto?
-Calma Eiri.
Ele me fuzila com os olhos e eu relevo.
Passam-se algumas horas, a médica me examina e da alta.
Me passa o último litro de soro, e ele acompanha tudo do vidro.
Me observando frio.
No carro o silêncio reina
-Onde você mora ?
-Não tenho pra onde ir...
Ele breca com tudo e vou para frente mesmo com sinto.
-O que você faz, mora na rua?
-Quase isso, se quiser me adotar fica a vontade.
Ele revira os olhos.
Eiri me leva a um restaurante caro e pede coisas leves pra mim.
Eu torço a cara, faço bico mais né, "preciso comer salada."
Ele come tão delicado, parece até uma dama, tento imita-lo e ele me olha feio.
Ele paga a conta absurda.
"Isso era meu salário praticamente".
Por fim ele me leva de volta a sua casa.
Pega um cobertor e um travesseiro. Joga no sofá e diz:
-Vai durmir aí. entendeu? ( Ele diz numa voz intimidadora )
-Ah é e você vai durmir sozinho, é?
Ele nem responde, pega uma cerveja na geladeira e se manda para o escritório a minha frente.
-Controle tá ai, se vira ( ele pronuncia do escritório)
-Grosso! ( grito)
-Não mandei me dá trabalho.
Afundo minha cabeça no travesseiro, me cubro e tento durmir.
"Logo vejo Victória rindo de mim, Me jogando tinta..mas não era tinta.... sangue.. não.
Depois,Taylor com olhar malicioso. Vem tirar minha roupa e eu grito."
-PARAAAAAAA!
Uma mão encosta no meu rosto e eu pulo do sofá quase caindo.
-Calma, ei olha pra mim.. não tem ninguém além de mim aqui.
Olho para ele assustada e ofegante.
-Você não vai abusa de mim vai?
-Claro que não, nunca faria isso.
Então o abraço com força, mas ele não retribui, só fica parado.
-O que você quer de mim garota?
-Não me deixa só, fica comigo.. Eiri.
Ele me analisa, afasta minhas mãos e fica de pé.
-Ei! Me alivia, por favor, não vou conseguir dormir... sem você.
Nem sei o que falo, simplesmente as palavras saem.
Então eu fico de pé, e ele se inclina na minha direção.
Ainda inexpressivo..
-Tá. Foi você que pediu..
Então fecho os olhos, e sinto seus lábios nos meus, lento e devagar. Diferente de Light que parecia estar com fome o tempo todo.
Eu abro passagem para a língua e ele a coloca. Logo, sinto mais desejo de me aprofundar.
"É tão bom".
Ele desce sua mão a minha cintura e me trás para si. Pressionando meu corpo e o apertando.
Meus cabelos atrapalham, e ele os tira, ainda me beijando.
Aqueles minutos passaram-se como segundos.
O loiro se separou. Abrindo os olhos devagar.
Eu o olho carregada de desejo.
"Só isso? Não!"
Me jogo em seus braços, colando os lábios nele.
Estou desesperada e carente.
Ele me olha, e seus olhos pela primeira vez brilham.
Ambos corpos estão quentes, só falta a atitude para levar a cama.
Ele se separa de mim, mais uma vez.
-Chega por hoje.
-Me deixa dormir com você (
"Nunca fui tão atirada, mais me subiu um fogo por esse homem..".
Ele põe as mãos no bolso, dá um passo para trás, e me diz sem olhar no rosto.
-Só dessa vez. Vê se não se acustuma.
-Tá! Pode deixa. EIRIIIII..
-Meu nome é Andrew. Eiri é só meu nome artístico.
"Esse nome não é de um autor de livros? Será?"
-Anda! Antes a que eu desista dessa idéia idiota.
-Sim senhor.
Entro igual uma louca sem teto.
"Que cama linda de casal, que quarto maravilhoso, só esse quarto da meu apartamento inteiro".
Ele se deita com o braço no rosto.
E eu me viro para o outro lado e fico de conchinha. Bem na beirada da cama.
Passado algum tempo, sinto uma luz entrar pela janela, mas não quero abrir os olhos.
Sinto também, alguém me cobrir e dar Passos até a porta.
Dou uma leve espiada. Avisto ele sem camisa, e com uma sereia tatuada no braço. Ela pega do ombro e para perto do cotovelo.
Não tem nada de fofo nela. Mas é linda. Chega a ser arrepiante.
"Hummm...ele é musculoso!".
Eu respiro fundo, mais ele nem olha pra mim, só sacode a camisa social para vestir.
Sua precisão com o cinto é um arraso. Ele põe e o arranca com força para pegar outro.
"Essas atitudes estão mexendo comigo".
Ele está experimentando um a um.
Ele se olha no espelho, arruma o cabelo. Abre a porta do quarto olha pra mim e sai.
Eu olho para o teto, troco de travesseiro, pego o dele e deito novamente.
Sentindo aquele perfume suave.
Há alguns fios loiros no travesseiro também.
"Isso se chama estratégia".
Riu sozinha. Afundando meu rosto no travesseiro e balançando impacientemente as pernas.
"Ahhh. estou feliz de novo..."
Tudo graças a ele.
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A Última viga
RomansaUma menina de 20 anos entra em uma faculdade famosa, uma das mais disputadas do país,com intuito de melhorar o comportamento, fazer novas amizades e se "Libertar" da vida chata e monótona que levava em Port Angeles. Ela tenta se inturmar, mas acaba...