❁|Capítulo 2|❁

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Muuuuuito obrigada pelos votos e pelos comentários no capítulo passado!!! Vocês são uns amores, me incentivaram bastante, quero colocar todo mundo num potinho e cuidar :3 

Espero que gostem desse novo capítulo! Ele vai contar os acontecimentos na visão da nossa princesa protagonista 


Por sobre os muros do palácio real do Estado de Wei era possível ver a nuvem de fumaça se expandindo e se elevando até aglomerar-se, eclipsando o Sol e deixando aquele dia ainda mais aterrorizante para a família real de Wei.

Os gritos dos soldados e dos cidadãos inocentes quase eram ocultados pelo ressoar da batalha, do tilintar de espadas se encontrando, da carne sendo fatiada e perfurada pelas lanças e flechas do exército inimigo. A capital de Wei estava um caos, ela fora invadida pelo impiedoso Estado de Qin num piscar de olhos, como a brisa rápida antes da tempestade.

A família real de Wei já estava pronta para fugir, exceto o próprio rei, que se recusava a trair seu povo em troca de apenas mais alguns anos de vida. Afinal, o rei de Wei já estava velho e doente, então, se fosse morrer, iria morrer com honra, sentado em seu trono e segurando sua espada.

No entanto, sua filha mais velha, a princesa Liyu, se recusava a aceitar a rendição de seu pai ao estado inimigo.

– Princesa Liyu!? – o rei de Wei falou estupefato ao ver sua filha adentrar a sala do trono, sozinha e segurando uma espada. Ele já desconfiava que sua filha mais querida não fosse aceitar tão facilmente aquela despedida, mas não imaginava que Liyu fosse rebelde o bastante a ponto de retornar ao palácio para ficar com o pai.

– Majestade, seu povo está sofrendo, sua família está sofrendo e eu também estou sofrendo. Por favor, não se entregue, fuja conosco para que possamos recuperar Wei num dia melhor – a princesa se curvou até a testa tocar o chão. Seus olhos estavam vermelhos e úmidos, prontos para derramar rios de lágrimas, mas Liyu era forte o bastante para não cair em prantos naquele momento.

O rei exibiu um sorriso fraternal para a filha, orgulhoso por tê-la criada com tanta determinação. Desde pequena Liyu era daquela maneira, insistente e animada, tanto é que sua agitação sempre a impediu de reduzir suas habilidades apenas ao bordado e à música, como as demais garotas de sua classe. Ela também crescera montando em cavalos, atirando em arcos e aprendendo artes marciais com espadas, ainda que todos os ministros e damas da corte alertassem ao rei que aquela atitude não era certa para uma senhorita real.

O rei, é claro, não ligava para aqueles avisos ou opiniões, pois ele amava ver sua filha Liyu crescendo de maneira ilimitada.

– Eu ordenei para que todos da família real saíssem imediatamente de Wei, obedeça à minha ordem, primeira princesa – o rei falou calmamente, encarando a jovem que ainda se encontrava curvada.

– Não sairei daqui sem o meu pai – Liyu não hesitou em suas palavras, ainda que elas desrespeitassem a ordem real.

– Eu fiz uma escolha, princesa Liyu. Como você mesma disse, meu povo está sofrendo, então eu, como o rei de Wei, devo sofrer com ele até o final... – disse o velho homem, com um suspiro triste. Ele andou até onde estava sua filha e a levantou do chão. Com o rosto levantado, e vendo seu pai diante de si, Liyu não conseguiu mais segurar as lágrimas. O rei as enxugou com uma mão – Eu não tive nenhum filho homem, portanto você deve ser a herdeira legítima de Wei, primeira princesa. Você deve viver e tirar o nosso povo das garras de Qin. Eu não posso mais fazer isso, mas você pode.

– Meu pai...

– Fuja, fique forte, proteja suas irmãs e viva. Viva para derrubar o rei de Qin – proferiu o rei de Wei, segurando firme os ombros da filha mais velha e encarando seus olhos tomados por chamas.

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