Capítulo 5

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Capítulo
não revisado

Estava em frente ao condomínio que Davi morava, ainda tinha minhas dúvidas se era certo entrar em seu território ... sai da minha cabeça Helena ... Mas se não entrar, como vou saber de tudo, como vou lidar com a Sophia.

Tomei coragem e segui enfrente, me identifiquei com o porteiro que autorizou a minha entrada, meu nome já estava na lista de visitantes, convencido, tinha tanta certeza assim que eu viria? Peguei o elevador e apertei o 8º andar. Suava frio, minhas mãos estavam geladas, ansiosa para nossa conversa. Me assustei com o apito do elevador, avisando que tinha chegado ao andar, a porta se abriu e saí, chegando de frente a porta do seu apartamento, ainda com dúvidas, apertei a campainha e de imediato, como se ele estivesse atrás da porta só esperando eu me aproximar, ele abriu..... Que sorriso !!! Fiquei com as pernas bambas, afinal o Davi que eu convivi era um garoto, lindo, mas um garoto. Agora esse homão ... aí Helena ... . Ele estava com uma calça jeans marcando suas coxas e uma camisa branca, que não deixava nada para a imaginação.

- Oi Luna! - Me saudou dando passagem para entrar.

- Oi! - Seu apartamento era bonito, espaçoso e moderno. No sofá de frente a televisão estava Sophia, vendo desenho, assim que me viu deu um sorrisinho e fiquei feliz, só com essa pequena reação.

- Tudo bem Sophia? - Perguntei chegando perto dela.

- Oi Tia! - Não sabia se sorria ou a abraçava, é a primeira vez que escuto sua voz.

- Oi minha linda! Que voz linda você tem, linda como você. - Falei emocionada.

- Conversei com ela, disse que tinha que se soltar mais, afinal ela quer ser médica e médicos tem que estudar muito e principalmente conversar com seus pacientes. - Olhei pra Davi e vi um misto de amor e proteção.

- Tem toda razão Davi. - Olhei para Sophia e disse. - Segunda-feira, vamos começar a fazer vários trabalhos que vão te ajudar a ser uma ótima médica. Gostou?

- Sim. - Ela falou com sua voz infantil, mas com firmeza. - Tia, você vai me ajudar?

- Claro minha linda. - Cheguei mais perto, passando minha mão pelo seu rosto.

- É que o meu papai trabalha e a minha mamãe virou uma estrelinha. - Lá estava o olhar triste de novo.

Um nó na minha garganta se formou, engoli seco e respirei fundo, não podia transparecer a minha tristeza em ouvir essas palavras de uma criança de 4 anos, tenho que ter cuidado. Olhei para o Davi, ele fechava os olhos, como se estivesse pedindo forças para enfrentar a situação. Tomei a frente dele e falei.

- Sua mamãe é uma linda estrela e o seu pai vai ter tempo para você, e sim, vou sempre te ajudar, sempre estarei ao seu lado. O seu papai não falou para você que já fomos amigos quando éramos pequenos?

- Falou. - Ela sorriu !!! - Ele disse que te ajudava a subir na árvore. - Continuou sorrindo, não posso perder essa ligação.

- Seu pai, eu e meus irmãos, brincávamos muito no sítio dos meus pais e ele me ajudava a subir nas árvores para pegar frutas. - Falei olhando para Davi, sorrindo, lembrando de nossas brincadeiras.

- Filha, um dia o papai vai te levar lá no sítio e brincar com você e a Luna. Vai ser muito divertido, vai aprender a subir nas árvores. - Falou animado, como se estivesse a caminho do sítio.

Ela concordou balançando a cabeça e ainda com o sorriso, era linda essa menina. Vou fazer de tudo para que esse sorriso seja constante. Sophia voltou a ver o desenho e Davi me chamou para cozinha, aonde vinha um cheiro maravilhoso.

- Gosta de peixe? - Perguntou abrindo o forno.

- Sim, o cheiro está divino.

- Então, não vai questionar os meus dotes culinários? - Com um sorriso, lindo, me provocou.

- Ainda não provei ..... não posso avaliar.

- Hum, esperta. Me ajuda a arrumar a mesa, para dois. A Sophia já jantou, ela dorme cedo.

- Você não me disse o que vamos jantar?

- Salmão ao molho de maracujá, batatas souté e arroz com amêndoas, e claro, um vinho branco para brindar o nosso reencontro. - Ele fala assim, calmo, sereno ... como se estivesse passando o cardápio para um cliente.

Não falei nada, apenas concordei com a cabeça e comecei a arrumar a mesa, quando olhei para o sofá Sophia já estava dormindo. Nesse momento Davi a pegou no colo e seguiu pelo corredor que deve levar aos quartos. Não demorou nem 10 minutos ele estava de volta, me acompanhando na arrumação. Nosso jantar foi tranquilo, a comida estava uma delicia, não duvido mais dos seus dotes culinários e o vinho só veio completar o momento.

- Tim tim, que o nosso reencontro não se repita. - Juntei as sobrancelhas sem entender o que ele quis dizer.

- Não vai haver reencontros, não vou mais me separar de você. - Ele falou sério, olhando em meus olhos.

- Davi... - ele me parou, pegou minha mão e me levou até a sala, sentamos um de frente para o outro.

- Luna, sei que você e seus irmãos não entenderam quando fui embora.

- Ficamos sabendo depois que seu pai teve câncer.

- Eu fiquei sabendo no dia da partida. Naquele dia, minha mãe estava nervosa, mas não me disse nada, apenas pediu que eu viesse para casa assim que saísse da escola. E foi o que eu fiz, não passei no sítio, fui direto pra fazenda e quando cheguei já estava tudo arrumado, tudo guardado dentro do carro do Seu Antunes. Foi quando minha mãe chorando, falou que meu pai estava com câncer no pâncreas. Naquele momento eu não pensei em mais nada, só obedeci, entrei no carro, ainda com a roupa da escola e seguimos viagem

 Será que Davi vai contar tudo que passou em São Paulo?

 Vamos começar a descobrir e entender o que Davi viveu após a morte do pai.

Não esqueçam, comentem .. quero saber o que vocês esperam desse reencontro.

Não esqueçam da estrelinha!

Bjs.

Em Seu Olhar (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora