Capítulo 13

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Capítulo
não revisado

Logo após a sua saída, terminei de arrumar o apartamento, preparei alguma coisa para almoçar e comecei a organizar as atividades para a semana. Inclusive uma em especial para Sophia, sobre a profissão que ela quer seguir, fiz vários quadros com desenhos, demonstrando cada especialidade médica, quero ver de novo a alegria estampada no seu rosto.

Estava quase terminando quando o meu celular tocou, atendi sem o olhar.

"Alô"

"A cada dia fica mais ingrata." - Sorri com o drama.

"Tão dramática, Helena".

"Eu dramática? Você me procurou ontem toda tristinha, não tem a consideração de ligar e dizer que já resolveu tudo com o homão"... Quem é esse homão, Helena? - Escuto a voz de Beto ao fundo. "Ninguém Beto, deixar eu conversar com a Luna". - Continuou o seu discurso. "Então, como eu estava dizendo, por que não me ligou para dizer como você está?"

"Desculpa Helena, tem toda razão, mas as coisas foram um pouquinho complicadas e não dá para conversar por telefone".

"Vamos almoçar amanhã e colocar tudo em dia. Eu pensei que agora com o rompimento com o Tadeu sobraria mais tempo para mim, mas aí aparece Davi e rouba a minha amiga".

"Depois não quer ser chamada de dramática" - Provoquei um pouco mais.

"Podia adiantar alguma coisa, sabe como sou curiosa".

"Não se preocupe, está tudo bem, aliás, estamos ótimos".

"Vocês já conversaram?".

"Sim, ele veio aqui me trazer o café da manhã".

"Oi? Café da manhã? Menina que homem é esse? Beto!!"- Ela deu um grito que tive que afastar o celular do ouvido. "Quero café da manhã na cama!!".

"É melhor a gente conversar amanhã, até porque ele deve me ligar a noite para falar como que foi a conversa dele com a tia/sogra dele".

"Como assim, ele vai ligar pra ela?".

"Não, ela veio pra cá para ver a neta, chegou ontem a noite, depois que eu saí de lá".

"Nossa, que babado! Ainda bem que você saiu correndo, vai que ela chega e te encontra aos beijos com Davi".

"Nossa, nem me fale uma coisa dessa, não quero nem imaginar. Estou ansiosa para ele me contar o que ela quer e quando vai embora".

"Amiga, de coração, espero que tudo termine bem. Sabe que estou aqui pra você, né?"

"Sei sim ... e conto com isso. Vou terminar aqui e descansar, a semana promete".

"Ok! Até amanha amiga! Beijos ...".

"Beijos".

Já passava das 20 h quando Davi me ligou. Estava aborrecido, disse que sua tia não parou de falar que era culpa dele por sua filha ter morrido, que se ele não tivesse saído de São Paulo nada disso teria acontecido e que não tinha ainda previsão de quando ela voltaria para casa.

Senti sua voz triste e cansada, fica difícil pra mim, lidar com essa situação. Se eu soubesse mais sobre o que aconteceu com eles, como era a convivência em família, mas ainda faltava muita conversa entre nós, não posso deixar as coisas seguir enfrente sem saber de tudo. Hoje me deixei levar, também, com ele daquele jeito, todo lindo, fazendo meu café e dizendo me amar, não tem como ficar insensível, sonhei tanto com um possível reencontro e eu o amo.

Acho que quando menina o meu sentimento era admiração, encantamento por um menino que sabia o que dizer para me deixar encabulada, mas, ao mesmo tempo, apaixonada. No decorrer dos anos que fiquei esperando ele voltar, fui alimentando esse sentimento, era a maneira que eu tinha de mantê-lo perto de mim. Meu primeiro amor, que deixei bem guardado em meu coração quando perdi as esperanças de sua volta. Conhecer Tadeu e conviver com ele, me fez seguir, sem pensar muito no "se ele voltar", mas sem nunca esquecer o que eu sentia por Davi.

Fui dormir pensando em como vai ser a semana, Sophia e sua avó, Davi querendo me ver, eu querendo resolver tudo e tê-lo ao meu lado junto com Sophia, não sei dizer o que é essa vontade de está perto dela, de proteger de fazê-la feliz, só seu que gosto do que sinto.

A segunda-feira amanheceu chuvosa, coisa que não combina com o Rio, segunda/chuva/trânsito é certeza de carioca mal-humorado, mas fazer o quê?

Morando perto da escola cheguei rápido sem transtorno, coisa que não vai acontecer com a maioria dos trabalhadores que precisam do transporte público para irem trabalhar. Assim que passei pelo portão de entrada vi Sophia com a babá e uma senhora, que tinha os cabelos avermelhados, me fazendo lembrar o que a Sophia disse sobre os cabelos da sua mãe. Neste instante Sophia me viu e soltando da mão de sua vó correu para me abraçar, a recebi com carinho e por incrível que pareça estava com saudade.

– Oi tia! Por que não foi lá em casa me contar uma história? Papai ficou te esperando. - Ela falou sorrindo e passando a mão nos meus cabelos.

– Oh minha linda! A tia tinha que preparar as atividades para a semana e sua avó estava lá para contar para você. - Assim que acabei de falar a senhora estava perto de mim já pegando Sophia dos meus braços.

– Vamos Sophia vou deixar você na sala, quero conversar com sua professora ... - A interrompi.

– Senhora, eu sou a professora da Sophia. Muito prazer, meu nome é Luna. - Me apresentei estendendo minha mão para cumprimentá-la. - Ela me olhou de cima a baixo e perguntou:

– Luna. Você é a mulher que minha neta ficava falando que iria a casa do meu genro ler pra ela? Como uma professora vai à casa de uma aluna a noite, para ler? - Por essa eu não esperava, o que eu vou dizer pra essa mulher? Alguém me socorre por favor... Ela não precisa saber agora. Como se tivesse atendido minhas preces, Helena aparece e me salva.

– Bom dia! Vamos Luna, Lúcia está nos chamando para esclarecer algumas coisas antes de começar a aula. - Falou já enlaçando em meu braço me tirando daquele embaraço. Mas antes de me afastar me virei para Marília e disse.

– Se a senhora quer conversar comigo, pode agendar um horário na coordenação. - Olhei para Sophia e sorrindo falei. – Te espero na sala, hoje vai ser muito divertido.

Saí com Helena, seguindo direto para a coordenação para saber o que a Lúcia queria conosco. Mas chegando no corredor Helena me para.

– Lúcia não quer conversar com a gente. Eu vi a sua cara de desespero com aquela senhora, imaginei ser a tia/sogra do Davi, "tia/sogra"? Tem outro nome pra isso não? Bom, reconheci a babá que estava com Sophia, juntei os pauzinhos e achei que a coisa ia feder.

– Você me tirou de uma saia justa. A Sophia ficou perguntando se eu ia ler pra ela ontem a noite. Então, quando me apresentei, a avó constatou que sou a professora e a mesma mulher que a neta estava esperando para contar historinha pra dormir ... Tenho que contar isso para Davi, se não, essa mulher vai usar isso contra ele. - Falei para minha amiga, já preocupada com a situação.

Boa noite!

Será que Marília vai aceitar Luna na vida da Sophia?

Comentem e não esqueçam as estrelinhas!!

Compartilhem, indiquem o livro para um(a) amigo(a).

Obrigada!

Em Seu Olhar (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora