Capítulo 9

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Capítulo

não revisado.

- E foi na noite da minha formatura que tudo começou a mudar. - Ele levantou e perguntou se eu queria comer alguma coisa, mas antes de eu responder, ele já estava na cozinha mexendo na geladeira.

- Hum! Dá para fazer um sanduíche bem gostoso ... sou bom nisso. - Ele não perguntou, afirmou já começando a preparar.

- Na noite da formatura, era para eu estar feliz, mas não estava. Durante o dia só fiquei pensando o quanto eu era feliz lá no sítio, Otávio, você, até o Francisco que era mais turrão eu sentia falta. No sorriso da minha mãe quando colhia as frutas e fazia aquelas tortas deliciosas .... ah, foi com ela que aprendi a cozinhar e depois fui me aperfeiçoando. Queria ter mandado o convite da formatura para vocês.

- E por que não mandou?

- Luna, já tinha se passado dez anos, eu achava que não lembrariam mais de mim, que só eu sentia saudades.

- Eu sempre esperei a sua volta. - Falei sem pensar.

- Se eu soubesse, se eu não tivesse sido fraco.

- Fraco? Depois de tudo que você me contou ... você pode ter sido tudo, menos fraco.

- Eu fui, porque naquele dia, naquela noite que deveria ser de alegria, foi só tristeza. Saí da colação e entrei no primeiro bar que vi na minha frente. Comecei a beber sem querer saber das consequências. - Ele parou de cortar o pão que estava fazendo o sanduíche, se apoiou na bancada, abaixou a cabeça ... - Foi nessa noite de bebedeira que a Marcela me envolveu em seus braços dizendo que tudo ficaria bem ... e ficou, nove meses depois a Sophia nasceu.

Tudo começava a se encaixar, mas ainda faltava muitas peças.

- E por que você acha que foi armação da Marcela? Você disse que ela tinha sentimentos.

- Sim, ela gostava de mim de verdade, mas eu não gostava dela. Eu a tinha como prima, como uma amiga que sempre me ajudou, nunca alimentei nada quanto ao que ela sentia. Marília manipulava Marcela, ela queria esse casamento, para não perder a casa, era a casa que morávamos e que nunca tive a intenção de tirar delas. Sempre tive consciência, que elas tinham mais direito do que eu, independente do testamento, mas não era o que Marília pensava.

- Mas a culpa não é só da Marcela, tudo bem que você estava bêbado, mas sabia o que estava fazendo.

- Aí que você se engana. Quem trabalhava no hospital? - Sua voz era de revolta.

- Marília.

- Isso. - Ele dividiu o sanduíche, colocou um em cada prato, pegou uma jarra de suco e nos serviu. - Já estava tudo planejado, eu bebendo ou não o "boa noite cinderela", estava armado e o fraco aqui cairia do mesmo jeito.

- Isso tudo só por causa da casa?

- Só por causa da casa. - Ele repediu o que eu disse e deu uma mordida no seu pão.

- Ela engravidou para forçar um casamento, isso?

- Perfeito. Eu podia simplesmente assumir a criança sem casar, certo?

- Humm ... certo? - Perguntei com dúvida.

- Errado, até então, era uma coincidência Marcela estar no bar, ela estava me socorrendo como sempre vez ... me ajudando. A minha obrigação era pagar por tudo que elas fizeram por mim. Como vou abandonar a mãe de um filho meu, a mulher que sempre esteve ao meu lado.

- Eu sinto por tudo.

- Não sinta, o melhor de toda essa armação, foi a Sophia. - Ele falou o nome da filha com amor, com os olhos brilhando.

Como que ouvindo o chamado, aparece Sophia com a cara de sono na cozinha.

- Papai, estou com fome.

- oh minha linda, o papai vai esquentar sua janta. Luna, você pode me fazer o favor de dar um banho na Sophia e colocar o pijama. - Parou e se virou para Sophia e disse. - A senhorita vai tomar banho, jantar, ver um pouquinho de desenho ... e cama. - Falou apertando o nariz dela.

- O papai as vezes é tão engraçado. - Ela falou rindo e me dando a mão me puxando para o banheiro.

Foi tranquilo o banho, Sophia parece ser uma criança bem independente para a idade dela, dá para perceber a diferença do modo que ela fica em sala de aula. Alguma coisa aconteceu para ela não interagir com outras crianças. Mas só o Davi pode me esclarecer e isso tem que ser com calma, ele já está muito mexido com que me contou.

Terminei de colocar o pijama e pentear seus cabelos, saímos do seu quarto, vi que na mesinha da sala, Davi arrumou o jantar da Sophia e colocou também os copos do suco que estávamos bebendo na cozinha.

- Quer outro sanduíche Luna?

- Obrigada Davi, só vou esperar essa menina linda terminar de jantar e vou para casa. - Ele me olhou e disse.

- Eu só vou deixar você ir, porquê não quero que saia tarde daqui e você não vai querer dormir aqui.

- Não vou dormi aqui. - Falei rindo e mordendo meus lábios.

- Não faz isso.

- Isso o quê?

- Além de linda é sonsa.

- Eu sonsa?

- E linda. Isso você não prestou atenção. - Ele falou se aproximando de mim.

- Davi por favor ... - Pedi com medo de perder o controle.

- Tudo bem Luna, sei ser paciente. Não vou desistir. - Desistir, desistir do quê? Me virei para Sophia e disse.

- Minha linda, a tia vai embora, já está tarde.

- Ah tia ... não vai me contar a história da sementinha? - Falou chorosa. Olhei para Davi e ele estava rindo.

- Ela vai ...

- Eu vou ??

- Vai, ela vai contar a historinha para você dormir. Termina logo de comer que a Luna vai esperar você. - Falou e saiu para cozinha. Eu mereço, quando eu contar para Helena, ela vai bater palmas para ele.

Boa noite!

Mais um pouco do passado do Davi.

Marília ainda vai aprontar muito...

E o nosso casal, será que eles vão conseguir demonstrar o que sentem?

Comentem, quero saber se estão gostando.

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Beijos!!

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