Capítulo 6

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Capítulo
não revisado

Sou tomada por um sentimento que é difícil descrever, como queria estar ao seu lado, consolar, abraçar e dizer que tudo ficaria bem, mas não estava lá. Ele segurou minhas mãos e olhando pra mim.

- Luna, foi muito duro o que passamos, meu pai lutou até o fim, não desistiu. Fomos para São Paulo porque a prima do meu pai, Dona Marília, trabalhava na época no INCA e conseguiu o tratamento para o meu pai. Só que esse tipo de câncer, geralmente é descoberto em uma fase já avançada e foi o que aconteceu. Meu pai lutou por seis meses .... Mas a doença foi mais forte. - Nesse momento ele baixou a cabeça e vi suas lágrimas. Não consegui me conter e o abracei, com tanta força, como se eu pudesse tirar toda a dor que ele sentia.

- Eu sinto tanto Davi, como gostaria de estar ao seu lado. - Falei, também chorando.

- Eu só pensava em você, como pude sair sem falar com vocês, meu amigo Otávio, seus pais ...

- Agora eu entendo a sua partida, mas porque você não entrou em contato depois? -Ele deu um sorriso triste, enxugando as lágrimas e respondeu.

- Depois que meu pai morreu, tudo se complicou, mas essa conversa pode ser outro dia?

- Como assim outro dia?

- Está ficando tarde Luna, e não posso te levar em casa e deixar Sophia dormindo sozinha.

- É ... você tem razão. - Falei já me levantando e procurando a minha bolsa.

- Calma, não precisa sair correndo. Se você quiser pode dormir aqui, tem um quarto de hóspede. - Ele fala com a cara mais séria do mundo. No território dele!! Aí Helena!!.

- Obrigada Davi, mas é melhor eu ir.

- Luna, eu só não quero que se arrisque saindo tarde daqui e o quarto, caso você queira continuar conversando, só isso. - Só isso? Sei... Foco ...

- Vou chamar o táxi ...

- Espera, o porteiro pede e quando o carro chegar ele interfona, não precisa ficar parada na rua. - Tão atencioso .... Não estou me reconhecendo.

- Você está uma mulher muito bonita, Luna. - Seus olhos, o mesmo brilho do garoto de anos atrás.

- Davi por favor, pede então o táxi. - Ele prendeu os lábios com os dentes e balançou a cabeça.

- Claro, só um minuto. - Se dirigiu a cozinha e pelo interfone pediu ao porteiro que solicitasse um táxi. Desligou o interfone e veio para sala, se aproximando de mim, colocou uma mão no meu ombro e a outra alisou o meu rosto. - Temos muito o que conversar, amanhã passo para te buscar para irmos almoçar e dar um passei com Sophia. - Desde de quando ele é mandão?!

- Você não me perguntou se eu posso ou quero ir!

- Luna, quer nos acompanhar amanhã no almoço e no passeio. - Eu vou ficar maluca com esse homem.

- Tudo bem, talvez ajude no progresso da Sophia, interagir, conhecer novos lugares. - Quem eu quero enganar? Ele dá um sorriso de lado, que sorriso! Nesse momento o interfone toca, informando a chegada do táxi.

- Bom Davi, não posso mais duvidar dos seus dotes culinários. - Sorri, indo de encontro a ele para me despedir. Ele me abraça e dá um beijo na minha testa.

- Foi bom ter você aqui. Depois me passa o seu endereço, te pego as 11 h. - Falou abrindo a porta. - Por mim você dormia aqui.

- Obrigada pelo convite. Boa noite Davi!

- Boa noite Luna!

Entrei no elevador, ainda olhando para Davi que estava encostado no batente da porta. Bateu uma tristeza, um medo da gente não se ver mais. A porta foi se fechando e meus pensamentos foram longe, foram para um tempo em que eu sonhava ter um beijo roubado e que seria a sua namorada. Quando eu tinha treze anos, um menino da escola pediu para namorar comigo, respondi furiosa que eu era muito nova para namorar. Mas a verdade era que ainda esperava que um dia ele voltasse e tudo seria como antes, nossas conversas, brincadeiras e seus olhares. Quando ele olhava para o sol e sorria, já sabia que estava pensando em querer fazer o sol virar lua e ter o meu beijo roubado. Tantas lembranças que mesmo com o decorrer dos anos, nunca consegui esquecer. Helena sempre diz que é amor, primeiro amor e, que esse, ninguém esquece. E se for? Como vou agir de hoje em diante? Tenho que me controlar, até por que tem uma criança que precisa do amor do pai e da minha ajuda profissional. E quem vai me ajudar? Ficar ao seu lado foi ... foi maravilhoso e ao mesmo tempo dolorido, não sei o que ele sente por mim e ainda tem o fato de que ele está viúvo a pouco tempo. O que eu estou pensando? Para Luna! ....

Ao chegar ao meu apartamento, tomei um banho para esfriar a cabeça e tentar dormir, amanhã temos um novo encontro e imersa nesse pensamento, de como vou agir com pai e filha que pego no sono.



Capítulo pequeno, eu sei, mas as coisas vão começar a se esclarecer..
Não esqueçam das estrelinhas!!
Comentem!!

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