Powerful - Camren

Capítulo Dezesseis

Boa leitura!

Pov Lauren Jauregui

O ar era escasso e minhas mãos apertaram firmes o metal que me erguiam. Eu respirei fundo diversas vezes, mas foi inevitável não me sentar incomodada demais para voltar à dormir.

- Já chega, eu não consigo! - Coloquei as pernas para fora da cama e caminhei para longe daquele quarto pequeno e apertado que aqueles loucos haviam nos colocado.

Naqueles três dias que havíamos acordados, passamos por todos os tipos de exames clínicos que existiam e até mesmo aqueles que a maioria dos seres humanos desconheciam.

Talvez por que alguns eram considerados proibidos para humanos, mas mesmo assim tinham nos feito passar por tudo aquilo.

Empurrei a porta com cuidado aquilo que havia se tornado a nossa nova cozinha e como havia se tornado costume, encontrei Camila ali devorando algo que parecia ser o maior sanduíche que já vi ela comer.

- Isso tá se tornando rotineiro. - Ela disse me encarando assim que conseguiu terminar de mastigar aquela coisa que ela chamava de comida. - Pesadelos, huh?

Revirei os olhos me sentando na bancada que separava nossos dois corpos, faziam três dias que havíamos acordados e tudo parecia diferente demais e ao contrário do que os nossos pais pensavam, Camila e eu não trocamos um beijo sequer depois de tudo. Haviam muita confusão dentro de nossas cabeças para pensar em tirar a roupa e transar feito loucas em qualquer lugar que tivéssemos à chance.

- Eu sinto como se estivesse acordando novamente, presa naquilo. - Comentei me lembrando da pior sensação que senti em minha vida toda. Respirar dentro daquilo, nas últimas horas em que estive adormecida pareceu um martírio, o que me comportava era que para Camila as coisas não pareciam ter sido diferente. - Parece que sempre que fecho os olhos eu estou lá... E como se eu conseguisse sentir meus pulmões se apertando dentro do meu corpo, ouvir o barulho irritante das unhas de Ty contra o vidro até que eu conseguisse sair e... Tudo começa de novo!

Camila deu de ombros, engolindo mais um pedaço do seu alimento, olhei para seu corpo naquele conjunto branco que usávamos. A logo do labs do meu pai estava presente em nosso peito e eu acabei suspirando ao ver que mesmo sem entender, as mudanças estavam presentes dentro de nós mesmas.

- Eu desisti de tentar dormir. - começou. - Eu deito e eu sinto tudo, menos o sono... Então não tem porque continuar deitada esperando as horas passarem de forma aterrorizante...

Concordei ficando em silêncio e mais uma vez, vi Camila comer todo o seu lanche noturno e mais dois copos de um suco que imaginei ser de goiaba pelo cheiro.

- Como será o mundo lá fora? - Perguntei, pensativa.

Eu sabia que havíamos ficado fora o suficiente para haver muitas mudanças, mas meu medo real era saber que nada havia mudado.

- Eu espero que com skates voadores e carros não poluentes. - Disse, à encarei por alguns instantes com um sorriso bobo nos lábios. - Não me olhe assim, desde que eu acordei consigo ouvir até os passos do lado de fora desses metais! - Apontou em minha volta. - Eu consigo sentir o cheiro das pessoas em minha volta, eu consigo ouvir até as batidas do seu coração sempre que se afasta para tentar dormir!

Aquilo me pegou de surpresa e eu senti meus batimentos aumentar com suas palavras, Camila me encarou e foi a primeira vez que eu corei daquela forma estando em sua presença. Nem quando eu tinha a cabeça dela entre minhas pernas, eu corava tanto assim...