Primeiras impressões

Rolinhos de canela

Sakura, obviamente, não acreditou muito em meu relato. Alegou que não conhece Kiba e sim Naruto; portanto, sua inclinação tende para o loiro. Enfim, não quis discutir com minha amiga, sua personalidade é doce e ela costumeiramente não toma partido em decisões como esta. Saky costuma não guardar rancor de ninguém e não é de seu feitio, acusar qualquer que seja a pessoa. Frente a isso, resignei-me e nutri secretamente minha aversão, já bastante elevada, por Naruto.

Assim sendo, assumo minha felicidade ao saber de sua iminente viagem, ele não ousou despedir-se desta vez. Fiquei sabendo, novamente, através de um jornal circular.

O que importa mesmo, é que eu não estou nem aí, quão longe melhor, se possível, eu não quero ver aquele loiro azedo nunca mais. Em contrapartida, tenho visto Kiba com frequência, nos encontramos várias vezes durante a semana e estamos praticamente ficando a sério. Não é um namoro, obvio, mas talvez pode vir a ser.

De todo modo, aconteceu de eu apresentar Hanabi a ele, foi sem querer, meu pai e Hana vieram ao meu apartamento, para todos viajarmos juntos. Pois é, meu pai também irá visitar Neji, principalmente agora, que soube da gravidez de Tenten. Bom, desde que minha mãe faleceu, papai mudou bastante, passou a ser mais cabeça fresca, muito, para falar a verdade. Tanto que não impõe limites à Hanabi, minha irmã caçula. Ela faz o que quer, pinta e borda e nada, ele simplesmente passa a mão em sua cabeça. Acho que isso se deu, devido a morte prematura de minha mãe para o câncer de mama. Aliás, já faz um bocado de tempo e hoje eu consigo lidar melhor com a sua perda. Não que ela não faça falta, faz muita, só que, com o tempo, a dor torna-se suportável e nos acostumamos com o buraco em nosso peito.

O que quero dizer com isso, é que ambos estão em meu apartamento, aguardando o dia de viajarmos, que será amanhã pela manhã. Só quis encontrar Kiba antes, para lhe dar um tchau. Não sei quanto tempo ficarei longe, então nem prometemos nada um ao outro. Contudo, a pestinha da Hanabi me seguiu e apareceu do nada no restaurante em que estávamos; por este motivo, fui obrigada a apresentá-los. Essa menina mal chegou e já está me deixando de cabelo em pé!

Queria que meu pai não fosse tão condescendente com ela, mas falar é em vão. Por isso me limito a aturá-la. Não me julguem mal, eu a amo muito, Hana é minha única irmã. Entretanto, seu comportamento deixa a desejar quase sempre e eu não confio muito nela. Hanabi é atirada e espevitada, além de ser verdadeiramente linda. Isso é um prato cheio para caras mal-intencionados que querem se aproveitar. Se Hanabi liga? Não! Ela abusa de seu poder feminino e joga charme para quem quer que seja, mesmo tendo apenas quinze anos.

Em suma, preciso ficar de olho em Hanabi, do contrário, meu pai pode vir a ter um netinho bem rápido. Ou pior, visto que não confio nem um pouco em homens, um filho seria o de menos.

— Satisfeita agora, Hanabi? - questiono, no caminho para o apartamento.

— Muito, esse seu novo crush é bem gato, Hina. - devolve em um tom jocoso.

— Você se comporte, viu. Ele é bem mais velho que você!

— Está com ciúmes, mana? - ela ri, debochada.

— Nunca, só espero que não se jogue pra cima dele, bem sei que não pode ver um abdômen definido. - respondo autoritária.

— Relaxa, não vou talaricar minha própria irmã. - Hana coloca uma mexa dos longos cabelos atrás da orelha e me encara com os olhos leitosos, característico dos Hyuuga. - Vê se não seja tão reprimida, senão vai espantá-lo.

— Você me respeite que não te dei essa liberdade, além disso, sou bem mais velha que você.

— E bem mais chata também, por isso os caras saem fora.

— Ninguém sai fora, eu os dispenso! - resmungo sentindo vontade de esganar Hanabi.

No entanto, isso não irá eclipsar minha felicidade.

Depois dessa pequena discussão, nós chegamos ao meu apê e eu finalizo tudo para viajarmos na primeira hora do dia.

(...)

Na manhã seguinte, após umas três horas no ônibus de viagem, finalmente chegamos à casa do meu primo e Tenten corre para nos receber. Apesar dos olhares de repreensão meu e de meu pai, por saber que ela está grávida.

— Não corra, sua doida. Quer me matar do coração! - eu lhe dou um abraço bem apertado, notando que sua barriga já está sutilmente saliente.

— Eu estou grávida, não doente. - ela devolve, indo abraçar meu pai e Hanabi. - Estou tão feliz que estão aqui!

— Nós também. - responde meu pai, solicito. - Cadê Neji?

— Ah, o senhor Kakashi o chamou de ultima hora, creio que em breve estará de volta.

— Hmmm Neji virou pau mandado agora, é? - Hanabi, como sempre, inconveniente.

— Precisamos de dinheiro e ele paga muito bem. - revida Tenten.

— Não ligue pra ela, Hanabi vive no mundo da lua. - eu digo, estendendo minha mão para tocar a barriguinha protuberante da minha prima postiça. - Nem acredito que vocês terão um bebezinho!

— Nem nós estamos acreditando ainda, mas esse serzinho será muito amado. - Tenten sorri, alisando a barriga, assim que me afasto. - Agora entrem, devem estar cansados da viagem, logo Neji estará de volta e poderemos tomar um chá com rolinhos de canela.

Nós quatro seguimos pelo jardim modesto da casa e eu me sinto extremamente satisfeita por ter pedido às contas, acho que tomei a decisão mais acertada da minha vida.

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Gente, eu escrevi esse capitulo no trabalho, é um capitulo de transição, pois muitas coisas irão acontecer e vocês entenderão alguns tópicos. Lembrando que essa fanfic é uma releitura de orgulho e preconceito, da Jane austen. Lógico que não estou seguindo à risca, apenas colocando alguns pontos do livro aqui, de uma outra forma.