Escolhemos uma mesa mais afastada para termos um certo grau de privacidade e todos nos sentamos, logo após, pedimos duas porções de calabresa e um balde de chope. Enquanto isso, os cinco conversam animadamente, como se fossem amigos de longa data. Exceto, claro, eu que permaneço no meu silêncio universal, simplesmente porque não sei como proceder, sinto-me desconfortável na minha própria pele, visto que estou morrendo de vergonha por tudo que disse a Naruto. Ainda assim, mesmo eu tendo sido uma idiota, passando o constrangimento inicial, percebo vez ou outra ele me olhar e depois disfarçar rapidamente.
Naruto nutri algum sentimento por mim, apesar de tudo?
— Eu quero cantar no karaokê, vamos amor? - Sakura chama Sasuke e ele assente prontamente.
Só levando uma caneca cheia de chope consigo para o outro ambiente do bar, onde fica o karaokê.
— Essa eu quero ver! - Sai se anima e Ino levanta junto com ele. - Vocês vêm?
— Daqui a pouco, vão na frente. - o loiro responde sem emoção e uma centelha de esperança surgi no meu coração.
É um sinal, não é?
— Deixa Naruto com Hinata, vamos nós quatro. - Sakura afirma e eu entendo sua jogada, essa garota não dá ponto sem nó.
Porquanto, assim que eles afastam-se, eu abro minha boca:
— Não esperava te encontrar tão cedo.
— Imagino, Hinata. - responde impassível. - É que Sasuke achou um prédio ótimo pra nós, eu vim dar uma olhada e Sai veio comigo.
— Legal, fico feliz que esteja de volta. - eu digo, tentando não ser estúpida.
Ele me olha desconfiado no mesmo instante.
— Fica?
— Sim, fico.
Silêncio.
— Olha, Hinata. Eu prometi a mim mesmo que nunca mais tocaria em certos assuntos, caso nos encontrássemos. - eu apenas assinto. - Já que nunca sei o que fazer quando estou perto de você, às vezes tenho medo de te irritar ou fazê-la me odiar ainda mais e...
— Eu não te odeio, Naruto. - afirmo de bate pronto.
Em resposta, ele me olha intensa e demoradamente nos olhos, então respira fundo.
— Pensei que me odiasse.
— Não odeio. - faço o possível para meu tom soar o mais firme e decidido possível.
— Isso é uma surpresa pra mim. - Naruto sorri fracamente. - Aliás, você é sempre uma caixinha de surpresas, quando penso que estamos nos acertando você sempre me joga um balde de água fria. Acho que estou meio escaldado. - termina fazendo uma carinha de cachorro caído da mudança.
Eu solto uma gargalhada gostosa e espontânea e isso faz o galego me acompanhar.
— Me desculpe por ser uma idiota, Naruto. - dessa vez eu digo bem séria, para ele ver que meu arrependimento é genuíno.
— Está perdoada.
— Tão fácil assim? - eu faço uma careta. - Pensei que me odiasse!
— Eu nunca te odiei, talvez por alguns segundos depois que me esculachou naquele dia. Mas foi só isso, eu nunca poderia te odiar, nem se eu quisesse e eu não quero... - Naruto faz uma pausa dramática e eu quase infarto de ansiedade. - Porque eu te amo, Hinata.
— Você ainda me ama? - sinto meu coração descompassado dentro do peito.
— Amo mais do que imaginei que poderia amar alguém. Amo de uma forma incontrolável e até assustadora, se for levado em conta o tempo em que nos conhecemos, eu te amo além do que eu posso explicar, Hinata. - a essa altura eu já estou com os olhos cheios de lágrimas. - Eu só queria que soubesse, mesmo que não possa me corresponder. - Naruto declara em um tom muito baixo e sua voz soa ainda mais rouca do que de costume.
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Primeiras impressões
Lãng mạnNaruto não suporta Hinata e nada nem ninguém é capaz de dissuádi-lo dessa ideia absurda. No entanto, um acontecimento promete abalar suas convicções. Pois, como em um jogo de xadrez, ele é posto em xeque-mate diante da bela morena dos olhos perolado...