stars are stars, day 2

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– Que bom que já acordada! – Andrew exclama quando me vê sentada de frente para a ilha da cozinha. Uma caneca de café quente se encontra entre as palmas das minhas mãos, me mantendo aquecida. – Bom dia!

Pessoas matinais. Abomino.

– Bom dia. – Resmungo, apesar de ter acordado às seis, acredito que as pessoas só tem direito de demonstrar qualquer emoção positiva depois das 9 horas. – Espero que não se importe que eu mexi na cafeteira.

– Pode ficar à vontade! Inclusive, pretendo fazer as compras daqui. – Ele diz, erguendo duas sacolas de papel. – Passei em uma padaria e trouxe alguns bagels e donuts. – E estende a sacola para mim.

Andrew me parece energético, e preparado, de um jeito estranho. Como se sua disposição realmente o fizesse se sair bem nos seus aspectos da vida. Mas ele não parece aquele tipo de pessoa que força essa energia. E olha que sei do que estou falando, treinei anos para reconhecer quando alguém está mentindo.

Ele tira uma caneca de café e deixa sobre a mesa. Depois abre uma bolsa enorme e tira uma pilha de pastas, colocando sobre a mesa.

– Aqui estão as informações que me pediu. E o seu contrato. – Ele diz.

– Preciso ir a Mimico, entregar algumas das cartas de ameaças. – Aviso. Andrew ergue as sobrancelhas, incomodado.

– Eu posso arrumar alguém para fazer isso. – Ele resmunga. Mimico é praticamente o fim do fim de Toronto, e ir para lá me exigiria um bocado de paciência.

– Precisa ser alguém de confiança. – Digo, mesmo sabendo que não é nada demais. No entanto, a pilha de pastas que tenho para ler, coisas para fazer, e armas para limpar, fervem na minha cabeça, mostrando que eu estou mais ocupada do que quero imaginar.

– Tenho a pessoa certa para isso. – Ele me afirma.

Levo a pilha de pastas para o quarto e saio de lá com o envelope que separei para mandar à Cole. Entrego nas mãos de Andrew.

– Diga para deixarem na caixa de correio número 17 em frente ao parque Prince of Wales.

Andrew me encara confuso, mas não diz nada. Parece que ontem entendeu bem que eu sei o que estou fazendo.

Ainda estava vestida com as roupas de ginástica, já que treinei na hora que acordei até quase às oito, quando a fome foi maior e eu precisei tomar café. Sento outra vez na ilha e aprecio o silêncio na companhia de Andrew que mexe em seu tablet concentrado enquanto bebe café. Leio o contrato com bastante atenção quando um barulho me desperta. Na verdade são passos ruidosos, de alguém que está praticamente se arrastando.

Ergo a cabeça e vejo Shawn, com praticamente 1,9 m, rastejando até o balcão da cafeteira não parecendo notar a minha presença, estando apenas de shorts moletom. Sua cara estava péssima para falar a verdade.

Ele apertou o botão da cafeteira e se curvou sobre o balcão até estar com a testa colada no mármore.

– Andrew, eu nunca mais vou beber assim! – Ele resmunga. Andrew e eu nos encaramos sem nem saber o que dizer.

– Você disse isso das últimas 8 vezes. – Andrew diz, inexpressivo já sabendo a falta de veracidade naquela promessa. Ele tira do bolso do casaco uma cartela de remédios que imagino que sejam pra ressaca. Ele joga na direção de Shawn, que arranca um comprimido, joga na boca e enfia a cara embaixo da torneira, bebendo água. – Você pode se recompor agora? – Andrew pergunta, irônico.

– Eu estou de ressaca por que eu f... – Shawn se vira enquanto fala e berra ao me ver sentada ali. Ele fica vermelho, desconfortável pela forma que está vestido, ou melhor, despido. – Quem é você?

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