wrong answer, day 18

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– Merda, merda, merda... – Sussurro para mim mesma.

Seja qual for a minha decisão, eu não posso perder tempo. Se eu ir, então preciso conseguir ajuda o mais rápido possível. Se eu ficar, preciso encontrar Shawn antes que descubram que eu não estou mais amarrada naquela salinha.

A quem eu quero enganar? Embora a solução mais inteligente seja sair daqui e chamar a polícia, eu não posso simplesmente deixar Shawn para trás. Eu tenho que protegê-lo. E que proteção seria essa se eu o deixasse aqui?

Volto engatinhando para trás, já que eu não tenho espaço para dar meia-volta. Quando volto aquela bifurcação, tomo o outro lado. O sistema de ventilação onde eu estou, continua quente demais por conta do aquecedor considerando o inverno lá fora, espalhando suor pelo meu rosto e braços, meus pulsos feridos ardem como o próprio inferno e eu sinto meus olhos cheios de lágrimas.

Eu respiro devagar, fechando os olhos por um momento. Tenho que ignorar a dor. Tenho que pensar em Shawn, e em como iremos sair daqui.

Continuo em frente e paro ao ouvir vozes.

– ... Vai ficar bem, você vai ver só! – Diz uma voz feminina. Levo alguns segundos para reconhecer, é mesmo Samantha. – Bem, preciso ir, meu amor! Volto logo!

Olho através da grade do sistema de ventilação, consigo ver o rastro do cabelo de Samantha quando ela atravessa a porta. A porta faz um clique, e me preocupa que talvez seja uma trava eletrônica. Eu não tenho nada para hackear a porta, caso seja eletrônica, e não me parece que Shawn cabe aqui no sistema de ventilação. É quase estreito demais para mim, imagine para Shawn.

Calculo qual é a distância para a saída que vi. Provavelmente uns sete metros, talvez seis...

Observo Shawn através da janelinha. Ele está nervoso, andando de um lado para o outro e roendo as unhas.

– Shawn! – Eu chamo, apenas alto o suficiente para que ele ouça. Ele move a cabeça, tentando identificar o som e para de andar. – É a Avalon, fique calmo. Aja normalmente.

Shawn tenta disfarçar, mas ele está sorrindo e procurando o som da minha voz.

– Pare de sorrir e me procurar! – Eu ordeno, nervosa.

Ele obedece, ainda parado no mesmo lugar. Seu peito sobe e desce rapidamente, em sinal de nervosismo.

– Coce a cabeça se você está me entendendo com clareza. – Digo, e ele faz exatamente isso. – Ótimo. Preciso que você continue andando em círculos, mas você deve prestar bastante atenção no cômodo. Veja se encontra alguma câmera, escondida ou aparente.

Shawn obedece, ele passa alguns minutos andando em círculo e olhando o mais disfarçadamente para a sua volta. Ele passa por alguns trechos mais lentamente.

– O que devo procurar? – Ele balbucia, sem mover muito os lábios.

– Círculos pequenos, como a lente de uma câmera profissional. Talvez alguma luzinha acesa. – Explico.

– Encontrei. Na porta da estante. – Ele sussurra.

– Casualmente, tire o casaco e jogue sobre a estante de modo que cubra a câmera.

Shawn faz o que peço e assim que ele cobre a câmera, murmurando "já", eu chuto a portinha e salto para fora. Assim que piso no chão, mantenho o equilíbrio. Mal estou equilibrada quando Shawn me envolve em um abraço meio desesperado, meio aliviado. Eu o aperto em meus braços também, arfando.

– Céus, que bom que você está bem! – Ele arfou contra o meu couro cabeludo.

– Eles te machucaram? – Pergunto, o afastando e buscando seu rosto.

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