party, day 3

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Eu não consigo voltar a dormir depois que Shawn e seu amigo vão embora. Meu coração ainda está acelerado e a adrenalina ainda corre no meu peito.

Tudo isso me leva a um banho frio, e me faz vestir roupas de ginástica.

Por isso, às cinco de uma manhã gelada nesse inverno, eu estou na sacada da cobertura de Shawn Mendes fazendo exercícios. É uma tentativa de aliviar a tensão em meus músculos, e relaxar.

De algum modo, isso funciona. Sempre funciona. Fazer exercícios me faz pensar apenas na limitação física do meu corpo.

Perto das seis da manhã, começa a chover. O que interrompe minha série de exercícios. Tomo outro banho, me sinto entediada. Tudo o que eu tinha para fazer, fiz no dia anterior.

Acabo sentada no meu quarto, pesquisando Shawn Mendes no Google.

Descubro várias coisas sobre ele, até mesmo gostos pessoais. A internet está cheia de coisas sobre ele. Quando estou prestes a avançar em seus vídeos musicais, duas batidas na minha porta me interrompem.

– Entre!

Shawn coloca a cabeça para dentro, ele parece tímido de falar comigo. Eu baixo a tela do meu computador, fechando.

– Me desculpe pelo que aconteceu nessa madrugada. – Ele diz, parece realmente estar tentando e só por isso eu decido facilitar.

– Está tudo bem. Eu só fiquei assustada. – Eu forço um sorriso para deixá-lo tranquilo. Ele suspira aliviado.

– Eu e Brian estamos indo em uma cafeteria aqui perto. Quer vir conosco? – Ele oferece, sorridente.

Não.

– Ou eu posso trazer algo se você preferir. – Shawn completa quando não respondo.

Se fosse por mim, não iria. Mas isso vai além da minha vontade, e sim minha obrigação em proteger Shawn Mendes.

Eu ainda estou vazia de informações sobre o psicopata. Eu não sei nem mesmo especulações sobre seu modus operandi, ou se é um homem ou mulher, e até que ponto Shawn está ao seu alcance.

Estar às cegas desse jeito me deixa nervosa e mais paranoica do que já sou. Eu nunca sei de onde vai surgir alguém tentando fazer dele um alvo.

– Eu vou.

– Vamos esperar na sala, saímos em 15 minutos. – Avisa antes de sair.

Visto uma calça jeans, camisa e um suéter largo de lã. Essa blusa é perfeita para dias frios, e para esconder a minha pistola, que eu coloco no cós da calça, pela costa.

Descemos o elevador com Brian tagarelando incessantemente. Ele fala sobre uma garota que conheceu em uma festa e ela não quis nada sério com ele.

– Eu dirijo. – Aviso, assim que chegamos no estacionamento. Nenhum dos dois ousa questionar, aparentemente com medo de mim.

Shawn me fala o endereço enquanto joga a chave na minha direção.

Ajusto os retrovisores assim que entro no banco do motorista. O carro é uma Range Rover preta, blindado, eu reconheço.

Assim que deixamos o prédio, dou uma boa olhada à nossa volta. Dirijo na velocidade permitida, dando pouca ou quase nenhuma atenção à conversa dos dois amigos, no banco de trás. Estranho uma caminhonete preta bem atrás do carro. Está a uma distância breve do carro, mas parece nos seguir.

Sigo o caminho normalmente, afinal isso parece mais uma paranoia da minha cabeça. Tento não dar atenção ao carro.

– Avalon? – Shawn me chama, como se estivesse falando comigo há tempos.

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