we're not friends, day 4

336 33 25
                                    

Estou tomando café da manhã na ilha da cozinha quando Shawn aparece.

Nem preciso ouvir a sua voz para que flashes da madrugada anterior invadissem a minha mente. Eu não dormi. Deitei na cama e rolei de um lado para o outro, sentindo um calor anormal. Tomei um banho gelado e mesmo assim isso não aliviou nada. Já tem horas que tudo aconteceu.

A minha mente era o lugar mais pervertido que eu já estive.

E era horrível pois por um lado, haviam os gemidos de Shawn ecoando na minha mente, me acendendo como uma árvore de natal. Mas por outro, minha consciência gritava falta de profissionalismo e invasão de privacidade.

Eu havia pedido para ele deixar as portas destrancadas, para caso de emergência.

– Bom dia. – Ele saúda, indo até a cafeteira.

Sinto meus olhos avaliando involuntariamente o corpo de Shawn. Ele está vestido dessa vez, veste uma bermuda de tecido e uma camisa de mangas compridas. Mordo o lábio inferior e escondo a minha expressão tomando um gole de café. Shawn se vira para a cafeteira e eu não consigo não olhar a sua bunda redondinha.

Fecho os olhos e amaldiçoo em silêncio a mulher indecente e imoral que eu sou.

Meu telefone toca e eu o atendo, vendo um número desconhecido.

– Lavagirl, é o Cole. Já tenho o resultado da análise das cartas. – Ele dispara, Cole sempre foi muito direto.

– Mas já? Você disse que o resultado sairia em uma semana. – Estranho, levantando da mesa. Shawn ergue os olhos, prestando atenção em mim.

– Pois é, mas acontece que é o Shawn Mendes e aparentemente ele é muito importante para o meu chefe. – Cole diz do outro lado. – Acha que consegue vir hoje ao QG?

– Posso tentar. – Digo. – Obrigada, Cole.

– Tudo pela Lavagirl. – Ele diz e então desliga.

Sento outra vez, suspirando. Espero que o resultado me leve a algum lugar.

– Você está bem? Espero que não esteja de ressaca por ontem. – Shawn tem um tom brincalhão enquanto come biscoitos.

– Ótima. – É o que eu consigo dizer sem mentalizar seu corpo nu.

– Achei que tínhamos ultrapassado essa fase.

– Que fase? – Pergunto e tomo o último gole de café.

– Do tratamento monossilábico. – Ele diz e eu o encaro no fundo dos olhos. Eu sei que estava muito melhor com a aproximação que tivemos ontem. Mas depois de ver o que eu vi, estabelecer uma distância estritamente profissional entre nós era o certo a ser feito.

– Não somos amigos, Shawn. – Determino, inflando o peito. Suas sobrancelhas se erguem quase como se ele desafiasse a minha coragem em dizer isso. – Tudo o que aconteceu durante a madrugada, foi eu não ser apenas sua babá, mas tive que agir como babá de um grupo de adultos irresponsáveis de 20 anos.

– Não parece que estamos falando sobre a mesma festa. Tive a impressão de ter visto você se divertir. – Ele rebate, parece ofendido pelas minhas palavras. – Principalmente quando conversávamos.

– Isso só prova que você não me conhece, Shawn. – Eu levanto. – E não quero que tente.

– Por quê está sendo tão defensiva? Foi algo que eu fiz, ou algo que eu disse? – Shawn caminha na minha direção. Não entendo a importância que ele dá para mim, sinceramente, nos conhecemos há quatro dias. Não é como se fôssemos melhores amigos ou algo assim.

The Bodyguard ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora