guard down, day 10

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– Qual é a sua? – Shawn dispara para mim.

Estou sentada no chão da sua sacada, com a minha roupa de ginástica, tentando meditar um pouco e ignorar o frio massacrante daquela manhã.

– É cedo demais para essa merda. – Eu digo, ainda de olhos fechados mantendo a posição de meditar. Shawn fica em silêncio, mas sei que ele ainda está ali pois sinto sua presença pairando perto de mim.

– Ótimo. – Ele diz.

Abro os olhos e dou de cara com os joelhos de Shawn. Ele está parado de pé na minha frente, tão perto que tenho certeza que ele pode sentir a minha respiração. Ergo a cabeça vendo suas coxas, então seu short e o volume nele, e seu abdômen já que ele está sem camisa. Mordo o lábio inferior e finalmente encaro seu rosto. Ele está me encarando fixamente com um sorriso convencido, e eu me dou conta do que ele está fazendo. Usando poucas roupas, se exibindo por aí, para me fazer mudar de ideia sobre nós, mas ele precisa entender que eu não vou ceder.

Levanto, limpando as mãos na calça legging. Eu cruzo os braços e o encaro.

– Precisa de algo? – Pergunto, pois ainda trabalho para ele.

– Preciso de várias coisas... – Ele sussurra, sugestivamente. Me surpreende que ele está realmente tentando me convencer. – Mas agora, preciso ir para a academia.

– Certo. Eu levo você.

Shawn veste uma camisa e um casaco moletom, ele já estava de tênis. Aproveitei para preparar uma vitamina durante esse período. A academia não ficava longe. Shawn tem um personal para seus treinos de crossfit. Fico ali perto, apenas observando enquanto Shawn é instruído pelo personal a fazer suas séries. Quando percebo que nada vai sair do controle, pego uma corda e começo a pular, treinando também. Sigo fazendo exercícios livres, como abdominais, agachamentos e flexões, sempre de olho no superstar.

Uma turma pequena começa a se formar ali perto para uma aula de muay thai. O professor me vê interessada e me convida a participar. Alguém me empresta um par de luvas, e quando dou por mim, estou socando e chutando firmemente algum saco de areia. Faz tanto tempo que eu não lutava, que a sensação chega a ser revigorante.

Do nada, Shawn aparece e segura o saco de areia para que eu possa socar. Ele dá um sorrisinho, quando eu paro.

– Já acabou seu treino? – Pergunto. Ele apenas assente.

– Aproveitando que estamos aqui... Você pode me ensinar algumas técnicas de autodefesa? – Shawn pede enquanto me ajuda a retirar as luvas. Eu arqueio as sobrancelhas, chocada com o pedido. – Sem armas. – Ele ergue ambas as mãos.

É, talvez ensinar autodefesa seja mesmo uma boa forma de torná-lo um pouco mais precavido, sem que Andrew queira arrancar a minha cabeça.

Devolvo as luvas à moça que me emprestou e sigo até a recepção da academia, Shawn vem atrás de mim. Paro no balcão e peço para alugar por uma hora alguma das salas. Passo meu cartão pelo tempo, e ela me entrega uma chave digital.

– Isso é um sim? – Shawn pergunta atrás de mim, conforme sigo para a sala alugada.

Quando entramos, vejo a parede de espelho que vai do chão ao teto. Alguns sacos de areias, esteiras e trampolins estão no canto. O piso é de tatame, por isso instruo Shawn a ficar só de meias.

– Muito bem. As técnicas de autodefesa só devem ser usadas se você puder fugir. Não adianta derrubar seu oponente se você não tiver para onde fugir, e ele vai te matar. Empurrar os dedos nos olhos ou nariz, pressão na garganta, joelhada na virilha ou pisar no joelho, sempre vai te abrir vantagem para fugir. – Explico. Mostro cada um dos golpes e Shawn os repete, um pouco sem jeito. – Você precisa saber dar um soco. Apenas um e certeiro, para desestabilizar seu oponente.

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