touched by your light, day 17

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Só subimos a escada depois de amarrar e silenciar Vince desacordado com fita isolante.

– Dá para acreditar que nós transamos e quase morremos no mesmo lugar? – Shawn comenta quando chegamos a sala. Ele me entrega a minha pistola, e eu coloco na calça.

Eu empurro seu ombro, sem querer falar ou rir demais pois meus músculos do rosto estão doloridos pelos socos.

– Devemos ir dar notícias a sua família. – Digo, subindo as escadas. Meus músculos faciais doem, então eu faço uma careta.

– Está doendo? – Ele pergunta, quando chegamos ao primeiro andar.

– Não.

Quando abro a porta do meu quarto, a família de Shawn está toda espalhada pelo enorme cômodo, e Manny é o primeiro a expressar preocupação.

– O que aconteceu? – Ele diz, se aproximando. Ele pousa um braço sobre o ombro do filho, em um semi abraço.

– Um problema meu. Mas não se preocupem, isso não vai se repetir. Mesmo. – Eu garanto.

– Estamos preocupados com você também. – Karen quem diz, se aproximando. Seu carinho me lembra a minha mãe. – Você está ferida.

– Já estive pior. – Dou ombros, querendo acabar com aquele momento melancólico. – Só preciso descansar um pouco.

– Tudo bem. Deixamos você a sós. – Andrew quem diz, se dirigindo à porta. Sua praticidade é sempre bem vinda.

– Só não vão ao porão. – Digo, séria, para que eles entendam aquilo como uma ordem.

Todos eles saem e eu fecho a porta.

Tiro as roupas e me enfio sob o chuveiro quente. O primeiro contato da água com meus ferimentos fazem tudo arder, mas também levam o sangue para longe.
Fico ali, embaixo da água corrente, sabendo que as minhas lágrimas estão se misturando com a água do chuveiro.

As coisas que Vince disse... A pessoa que ele se tornou. Era algo que eu nunca imaginava, que ele pudesse ser tão perigoso assim.

– Ava... – Ouço a voz de Shawn, entrando no banheiro. Abro os olhos, encarando através do vidro fumê do box e apenas vejo a sua silhueta perto da porta. – Você está aí já faz um tempo.

Enfio minha cabeça embaixo da água, e apoio as mãos na parede. Eu nunca chorei tanto na minha vida como eu chorei hoje. É tão estranho pensar que alguém que eu conheci recentemente me faz confortável para algo que nunca tive o costume de fazer.

– Estou saindo. – Digo, fechando o registro. Sei que ele fica preocupado com o meu isolamento.

Quando abro a porta do box, Shawn me recebe com o roupão. Eu enfio os braços e me viro para ele, deixando que faça um laço em volta da minha cintura. Então ele pega uma toalha e coloca sobre meus ombros, e usa os dedos para secar meus cabelos com o tecido. Eu fecho os olhos e deixo aquilo servir como um cafuné suave.

Eu abro os olhos quando sinto algo no meu couro cabeludo, é uma escova de cabelo. Shawn penteia meus cabelos com uma paciência admirável, mas como meus fios são curtos, ele não demora demais.

Observo o rosto de Shawn, e a concentração que ele coloca no ato de me pentear. Seus olhos observam meu cabelo conforme ele passa a escova entre os fios.
Fico em silêncio quando ele termina.

– Acabou? – Estou sorrindo quando pergunto.

– Não. – Ele murmura, abrindo as gavetas do móvel da pia. Entendo suas intenções quando ele puxa um pequeno kit de primeiros socorros. Shawn usa um antisséptico para limpar o corte no meu supercílio. Eu me movo desconfortável, então ele para. – Está doendo?

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