grateful, epilogue

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Termino de passar o som para a última música.

Olhando para trás, vejo Josiah com a câmera no rosto, quase de costas para mim. Ele está fotografando Chad, que está sentado sobre uma caixa de equipamento, comendo algumas batatinhas fritas de uma embalagem do McDonalds.

– Josiah! – Eu exclamo, me aproximando dos dois. – Está dando comidas gordurosas para o meu filho?

Eu pego Chad no colo, ele está tranquilamente mastigando uma batatinha.

– Não fui eu quem deu. Sua esposa quem comprou lanches para todos da equipe. – Josiah dá ombros, ainda clicando eu e Chad.

– Sua mãe fez isso? – Pergunto para Chad. Seus cachinhos castanhos balançam quando ele assente positivamente.

– Eu gosto muito de batatinhas. – Ele diz, com sua vozinha de quase quatro anos.

Ele pega uma das batatas e leva à minha boca. Minha primeira reação é recusar, mas seus olhinhos azuis brilham em expectativa e eu jamais poderia decepcionar aquele garotinho. Eu entraria na frente de um trem por ele.

Mastigo as batatinhas, e ainda faço um 'hmmm' para ele não achar que eu sou ingrato.

– Onde está sua mãe? – Eu pergunto, vendo Josiah se afastar com um pacote de papel com lanches.

– Eu não sei. – Chad diz, mastigando a comida.

– Não fale de boca cheia, filho. – Repreendo, com um tom gentil para ele não achar que estou brigando de verdade. Embora muito sagaz, Chad é igualmente sensível.

– Então não me pergunta quando eu como. – Ele diz, simplesmente, não há grosseria em seu tom, é apenas uma constatação. Eu constantemente preciso me lembrar que ele herdou a inteligência da mãe, isso inclui respostas extremamente espertas de um garoto de três anos.

Desço com ele do palco, e quando estamos fora da estrutura, o coloco no chão, segurando sua mão livre. Nós andamos juntos para dentro do backstage.

– Onde está sua mãe?

Chad apenas dá ombros, focado em terminar suas últimas batatinhas.

– Com certeza ela deve estar em algum lugar por aq... – Não termino a frase quando dois raios de meio metro de altura passam por nós em uma velocidade quase sobre humana. Nem preciso reconhecer quem é que quase nos derruba no meio do caminho. Quando olho para trás, já estão longe, atravessando para o outro corredor. – Que Deus me ajude...

– Quando eu alcançar vocês duas, vão se ver comigo! – Ouço os gritos ferozes de Avalon, e ela aparece correndo no início do corredor. Ela para quando me vê junto de Chad, e sua respiração está irregular quando ela nos alcança. – Aquelas duas pest...!

– Olha como fala! É sua cria... – Dou uma risada, Avalon dá um beijinho na cabeça de Chad.

– Nossa cria, Shawn! – Ela cruza os braços. Ela dá uma olhadela para Chad, entretido com as batatas e sussurra: – Certamente não fiz sozinha.

Eu explodo em uma gargalhada, segurando a barriga.

– Não sei, não... – Digo, me recuperando da risada. – Skylar é uma cópia sua, Ava.

– Quando ela se junta com a Rosie, Deus me ajude, ficam impossíveis. Acredita que elas roubaram meu hambúrguer? – Avalon diz, fazendo um gesto dramático para os céus.

Rosie, filha de Josiah é a melhor amiga da Skylar, as duas têm a mesma idade e ficam tocando o terror nos bastidores da turnê. Sempre tem alguém com slime no cabelo, ou sentando em bolsinhas que fazem barulho de pum, ou tropeçando em fios nos corredores.

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