008 - (NOVA VERSÃO)

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    Capítulo 8

   — Se mostrar uma garota alegre e divertida era apenas uma forma de encobrir todas as besteiras feitas e que ainda eram cometidas,pois se algo fugisse de seu controle ou se tivesse flashes de algo passado - o que acredito ser algo doloroso - Isabela surtava. Problemática,esse foi um dos muitos adjetivos aderidos.

    Como se tudo a sua volta estivesse desaparecendo a cada palavra de sua amiga, Isabela se sentou em uma das poltronas e se apoiou por completo no encosto mantendo seu olhar preso em suas mãos sobre seu colo. Era como se seu corpo estivesse presente,mas seu consciente estivesse em algum outro lugar ou época.

   — Isabela tem passagens pela polícia - mesmo que tenham sido exoneradas por um quantia de dinheiro. Participar de racing, frequentar lugares que ninguém aqui imaginou conhecer. Muitas vezes discutimos por esses atos,porém nunca fez diferença.

    Se mostrando preocupada com a amiga, Natasha se aproximou dela e tocou em seu rosto de forma delicada,mas como imaginávamos, Isabela não teve nenhum tipo de reação. Sua face estava molhada por lágrimas silenciosas,suas mãos faziam pressão na lateral de seu abdômen,como se estivesse a procura de algo. Mas o que nos deixou confusos,foi seu olhar de medo e suspiros de alguém que estivesse sentindo dor.

   —Isa? Amiga,diz alguma coisa — Natasha implorou e,no momento em que Lauren fez menção de se aproximar,ela entrou na frente a impedindo

  — Ela está bem?— meu pai se preocupou.

   A vendo levar sua mão por baixo de suas roupas,Natasha a segurou fazendo com que Isabela desse impulso com suas mãos na tentativa de se soltar,porém não foi possível,pois Natasha manteve a força de seu toque.

    — Isabela se mutila! — Lauren se pronunciou ao perceber nossa falta de entendimento em relação censura de Natasha — não com lâminas ou algo do tipo. Ela tem uma cicatriz na qual sempre fere em momentos como esse.

    — Que cicatriz? — questionei.

   Por estar perto e segurando o braço da amiga,Natasha suspirou e ergueu a blusa da mesma revelando uma cicatriz que indicava ter sido uma perfuração profunda e dolorosa,o corte extremamente visível parecia estar em recuperação constante,prova de que Isabela sempre se fere exatamente naquele mesmo local.

  — Como ela suporta a dor? — Mayra não negou o horror em um ato como aquele.

   — Efeitos de tudo que possa lhe deixar aérea a tudo! Desde a medicamentos químicos até a drogas extremamente fortes — Lauren esclareceu —  apesar dela acreditar o oposto,sei de tudo o que passou a fazer,sei das overdoses e das crises de abstinência. Lauren mesmo presenciou um momento como esse,no qual jurou não me contar,mas não foi preciso.

    Ouvindo Isabela suspirar pesadamente, voltamos nossa atenção a si podendo lhe ver fugir do toque de Natasha e se levantar rapidamente enquanto sua respiração desregulada podia ser ouvida. Se aproximando dela, Natasha a puxou para um abraço no qual foi retribuído de imediato.

   — Isabela…

    Se assustando com o tom da vida de sua mãe,Isabela se pôs atrás de Natasha,como uma garotinha assustada que se protegia atrás de um maior de confiança. Aquela estava longe de ser a menina que adentrou essa casa e impôs suas mínimas exigências para com sua mãe.

    — Fique longe de mim! — Isabela pede em um tom de voz elevado —  Nat... não deixe ela se aproximar.

    Conhecia muito bem aquele tipo de reação. Isabela estava demonstrando um certo tipo de transtorno,o que me fazia crer ter passado por sigo marcante em sua vida,algo que desestabilizou completamente sua mente. Acredito que seu desenvolvimento no vício por drogas tenha surgir como uma válvula de escape,como Lauren mesmo disse.
   Como se fosse sua única escapatória, Isabela se afastou de todos e apanhou suas coisas tomando direção a saída da casa. Até tentaríamos segui-la para impedir qualquer ato impulsivo, porém tínhamos consciência  de que seria completamente inútil já que a garota procuraria por algo que lhe aviso acalmasse,algo que lhe fizesse esquecer havia acabado de acontecer nessa casa e em sua mente.
   Às horas foram passando e quando o relógio marcou dez horas da noite,podemos ouvir o barulho do carro sendo estacionado por perto.
Foram questões de minutos para a porta ser aberta e sua fisionomia aparecer diante de nossos olhos, então tivemos a certeza que em seu organismo poderiam se encontrar diversas substâncias de alto nível e com uma função cada,o que poderia lhe causar alguma overdose.

    — A galinha pintadinha e o galo carijó...a galinha usa crack e o galo cheira pó — com um tom de voz infantil, Isabela cantou enquanto se apoiava na porta.

   — Você está se destruindo lentamente. Quando perceberá isso? Quando irá enxergar que sua realidade deveria ser outra? — Natasha tentou abrir os olhos da amiga,porém estava óbvio que Isabela não cederia a tais palavras.

     — A mente humana controle o corpo e desenvolve pensamentos, negativos ou positivos. Os meus sempre foram fodidos o bastante para acabar com minha idealização de uma vida como os contos de fadas. Prefiro as histórias de terror! — indiferente, Isabela desabafou revelando o quão avermelhado seus olhos estavam.

    — Falando assim,até parece que sua vida está chegando ao fim. Você é jovem,tem muito o que viver — meu pai tenta lhe insentivar.

     — Viver...— testou a palavra — engraçado como não sinto nenhum sentimento, emoção ou desejo de concretizar seu significado — diferente do que imaginei, Isabela deixou as lágrimas se formarem em seus olhos — não comecei porque quis, não me tornei essa pessoa por vontade própria. A vida me deu as opções,o meu passado me trouxe até aqui e pretende me manter. A exaustão não é somente uma palavra, não é um cansaço que te abandona após um tempo de descanso. Eu estou executa — confessou livremente,como se aquilo fosse libertador.

    Procurando por Bruna, não a encontro. Era incompreensível essa relação de ambas, havia algo obscuro,algo intenso em forma negativa,algo que poderia desestabilizar muitas coisas ao arredor de ambas. Isabela tinha um segredo que envolvia sua mãe,um segredo que lhes dez ser when são e viver da forma que vivem.

      — Carrego tantas marcas que chega a parecer uma folha de papel que fôra amassada e desamassada. — com um olhar distante e um sorriso úmido pelas lágrimas, Isabela confessou em um desabafo.

    Como se tivesse dito tudo o que queria, explicado o necessário,a morena apenas apanhou suas coisas e caminhou para fora. Porém nos dando a certeza de que estaria seguindo para sua casa e buscaria por um momento de descanso, tanto físico,como mental. Não sabia ao certo como tudo poderia vir a ter um fim,mas compreendia a batalha acirrada que teremos.





        Revisado dia 28 de julho de 2021

O filho do meu padrasto(Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora