002 - (NOVA VERSÃO)

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  Por não ter muito o que se fazer durante a viagem,optei por ficar ouvindo música e revesando entre alguns filmes. Foram longas oito horas até Londres.

Assim que o avião aterrissou e com a permissão da aeromoça,me levantei do  ascento e desembarquei pegando minha mala no portão de desembarque em poucos minutos. 

   Estava do lado de fora do aeroporto quando meu celular vibrou anunciando uma mensagem, ao pegá-lo pude ver que se tratava de um número desconhecido,mas deduzir ser de Bruna ao ler as poucas palavras utilizadas naquela mensagen,uma que certamente emocionária uma outra pessoa, porém não me abalou nem um pouco. 

"Estamos do lado de fora,estou com saudades"

  Ignorando a mensagem aproveitando para olhar as horas -09:30 - sigo para o estacionamento,já imaginando que meu carro  estivesse no estacionamento e ao avisá-lo a poucos metros a frente soube que meu progenitor havia compreendido algo. Por estar com as chaves, o destravei abrindo o porta malas guardando minhas mala.

   Ainda me perguntava o que estava fazendo aqui,poderia ter ido para qualquer outro lugar evitando ter contato com essa familia de comercial de televisão,uma família superficial. Fechando o porta malas, virei-me de costas encontrando a mulher que se dizia minha mãe. Não a via pessoalmente a muitos anos,apenas por fotos em revistas, casualment. Bruna é empresária mundialmente conhecida. Aproximando em passos rápidos e sem ao menos esperar,ela me abraçou  trazendo-me com aquele abraço,todo o meu passado que sempre me assombrou. Me afastando rapidamente percebendo que algumas lágrimas caiam fazendo-me chorar. Um homem que deduzi ser seu marido,nos observava sem entender nada, o garoto ao seu lado se aproximou com a mesma feição que o mais velho.

    — Filha...— ouvi-la me chamar daquela forma me fez sentir um ódio e uma mágoa ao mesmo tempo, fazendo-me lhe impedir de prosseguir com suas palavras:

   — Não ouse a se aproximar de mim, muito menos me chamar de filha — sem me preocupar com o controle que sempre tive,deixo mais algumas lágrimas caírem.

    — Mas você é minha filha — neguei sob os olhares do dois idiotas que não ousaram dizer nenhuma palavra.

    — Você perdeu todo o direito de me chamar assim —esbravejo rancorosamente.

   — Para de birra garota — meu olhar foi atraído para o garoto me observando demonstrando raiva.

   — Vão se foder! — menosprezo suas palavras.

  

    Entrando em meu carro com o intuito de me ver longe  daquelas pessoas desconhecidas por mim,pude suspirar sôfrega. Conhecia as ruas Londres, então não era nada difícil encontrar um lugar onde pudesse tentar assimilar o ocorrido de minutos atrás. Era doloroso me ver perto de alguém que somente me  feriu,me odiou e me menosprezou. E olhando pelo retrovisor,pude encontrar ambos  me seguindo, certamente para garantir que os siga para a casa que sei jamais poder chamar de lar.    

   Desviando meu olhar para o celular no suporte no painel de meu carro,pude ver o número e nome de meu advogado brilhando na tela, provavelmente seria algo relacionado sobre o processo contra Leonardo. Estacionando em frente a uma cafeteria,o pego atendendo a ligação enquanto me retirava podendo sentir a brisa fria bater contra meu corpo.   

   — Senhorita Sanches! —  o profissionalismo estava evidente em sua voz. 

   — Marco diga o que você quer— peço impacientemente.

    Erguendo meu olhar para Bruna e os seguidores de Jeová,encontrei um questionamento em seus olhares,um questionamento no qual me perguntava quem poderia ter feita tendo em meu corpo se manifestar de forma tão evidente. Porém não lhes daria uma resposta sequer, não compartilharia minha vida com pessoas que desconheço,sou um livro fechado a sete chaves.

O filho do meu padrasto(Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora