O filho do meu padrasto(Nova Versão)

26(NOVA VERSÃO)

      Por minuto e horas aquelas quatro pessoas ficaram naquele quarto. Isabella se manteve presa em seus pensamentos,seu olhar apenas se encontrava na pelúcia ainda em suas mãos,já sua mãe e os dois rapazes se mantiveram em uma conversa descontraída até que uma decisão fosse tomada pela mais nova. Porém,com o passar do tempo e sua mente divagando entre lembranças do passado e traços da sua realidade, Isabella adormeceu naquela poltrona.

     Sob o alerta de seu pai, Kaique a pegou em seus braços e ambos deixaram aquele cômodo da casa o trancando da mesma forma que Isabella faria. Mesmo que estivessem cansados e pudessem passar a noite ali, Bruna aconselhou que retornasse e deixassem aquele lugar fechado. Então,após se certificarem de tudo estar seguro e protegido pelas trancas e o sistema de alarmes,os três seguiram de volta.

      Colocando Isabella sobre o acolchoado da cama de casal, Kaique sentou-se ao seu lado e se colocou a acariciar os fios negros da garota adormecida; o rosto inchado e avermelhado,as marcas de lágrimas secas e os lábios marcados pelos dentes em momentos de frustrações e insegurança. Mesmo não percebendo, Kaique admirava aquela garota demonstrando todo seu medo e preocupação com o que o futuro lhes reserva,com o que ela poderia vir a fazer em momentos de frustração e nervosismo.

     Da porta daquele quarto, Bruna e Mathew observam a interação de seus filhos; a forma na qual - mesmo estando inconsciente - Isabella reagia aos toques de Kaique,o carinho que o rapaz demonstrava e o olhar afetuoso presente. Ambos não tinham certeza e muito menos poderiam afirmar com exatidão, contudo sabiam que ambos os filhos estavam sentindo algo um pelo outro e isso parecia ficar forte a cada nova interação, seja direta ou indiretamente.

     — Costumava olhar para sua madrasta desta mesma forma, filho! — se aproximando, Mathew exclamou baixo para não acordar a enteada.

      — Não estou apaixonado! Apenas me preocupo com ela — para si,as palavras soaram mais firmes possível e convicta,no entanto,para os mais velho haviam uma certa dúvida sentida por Kaique naquela frase.

     — E aquele beijo? E todos os outros que tenho certeza ter acontecido? Você retribuiu somente para não deixá-la sentida? Fez como costuma fazer com todas as garotas que se envolveu? — ousando um pouco mais, Bruna questionou usando perguntas que confundiriam o enteado.

     Em silêncio, Kaique pensou em qual resposta dar. Por experiência em as diversas histórias que um dia se arriscou a ler,seu corpo tremeu com a possibilidade de dizer algo errado e Isabella estar acordada e ouvir,o que faria o ódio surgir novamente. Mas ele não queria se arriscar em confirmar algo que não indentificava,algo que parecia confuso demais para uma resposta convicta.

        — Pessoas se sentem atraídas! — E aquela foi sua melhor resposta.

       Em um balanço de cabeça negativo, Mathew apenas sorriu e deixou aquele quarto sabendo que seu filho estava confuso e que,por medo de usar as palavras erradas,optou pelas mais óbvias e que - se Isabella estivesse desperta — poderia ferir os sentimentos da menina,a fazer se sentir como um objeto de teste. Porém o mais velho o compreendia e tinha a certeza de que não havia maldade alguma naquela justificativa, entendia que havia um conflito interno.

      — Sabe o que eu acho? Que você está com medo de descobrir algo nunca sentido antes,está aterrorizado com a possibilidade de estar se apaixonando por ela — Bruna se aproximou sutilmente e lhe tocou o ombro — isso não é um monstro de nove cabeça. Vocês são jovens e podem viver livremente, seja o que possam vir a ser.

     Deixando um beijo na testa de Kaique, Bruna sorriu e deixou o rapaz naquele quarto ainda acariciando os cabelos de Isabella,essa que ressonava tranquilamente e parecia não acordar por aquele momento. Então,com a mente pesada em dúvidas,o rapaz se deitou ao lado de Isabella e suspirou cansado.