18 • Destino

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O destino podia ser intimidador ou todo o vocabulário assombroso mas ele era acima de tudo, irônico.

Quando você simplesmente desejava para que aquilo não acontecesse, o famigerado destino dava um jeito de fazer o contrário, resultando num impacto positivo ou negativo.

Tudo era motivo para se questionar: eles estavam no mesmo lugar, sem nenhuma palavra trocada ou algum olhar.

A festa - que ela insistia em dizer que era um simples almoço - de Lana foi uma jogada do destino para isso e agora, a fotógrafa encarava a moça de estatura média com as mechas ruivas onduladas.

A ruiva não estava nem acima ou abaixo de peso, uma tatuagem perto do pulso que parecia mais um rabisco qualquer para Kayle pelo olhar longíquo e os trajes que se baseavam em uma saia justa azul e uma blusa branca coladas aos seus seios médios.

- Kaylippe parece o Neymar em campo - Marcelo viajou o olhar para o "casal" e Kayle apenas enrugou as sobrancelhas, demorando a entender o comentário do camisa doze.

- Kaylippe não 'tá tão maravilhoso assim - Neymar argumenta e a mais nova apenas ri.

- Você só cai, Ney... Por isso a referência - e as gargalhas foram inevitáveis.

O grande surto fez Philippe se virar imediatamente curioso mas já era tarde demais para que os dois cruzassem olhares. Kayle já havia mergulhado na gargalhada acompanhado de seus amigos que apenas brigavam.

- Marcelo, você é insuportável!

E um debate e troca de insultos iniciou, fazendo Kayle rir sem par diante do olhar frio de Philippe.

O jogador colocou as mãos casualmente em short e continuou observando a morena, ignorando totalmente a existência da ruiva ao seu lado.

Pôde receber que mesmo com apenas um mês de separação, ela havia mudado um tanto. Seu corpo adquirido mais curvas e volumes e o sorriso mais brilhante.

O tempo a fez bem, feliz.

- É ela, não é? - a amiga perguntou e finalmente, Philippe se virou para ela, piscando con força.

- O quê?

- É a sua ex-namorada... A tal Kayle que você falou.

- Ana, você nem devia se preocupar com isso... - mordeu os lábios a puxando para se sentarem na enorme mesa que demoraria apenas alguns minutos para ser totalmente preenchida.

- Oi, Phil! Oi, .... - uma Lana dócil apareceu, com uma taça de cocktail vazia.

- Ana. Meu nome é Ana - a ruiva trocou beijos na bochecha com a dançarina.

- Oi, Ana! Espero que estejam gostando do almoço... Noto que estão afastados - disparou.

- A gente só não 'tá lá porque o imbecil 'tá com medo - Ana falou espontaneamente com um sorriso cafajeste em seus lábios vermelhos.

- Eu já sabia - a loira murmurou com deboche.

- Ana...

- É verdade... Fica olhando ela de longe no lugar de falar com ela.

- Na verdade o Philippe tem razão - Lana surpreende os dois, ajeitando a jaqueta em seu corpo.

- Tem?

- Tenho?

- Eu não me aproximaria dela com intimidade depois de tê-la machucado... - deixa no ar, plantando uma curiosidade no sistema nervoso da mulher ruiva.

- O q... -

- Não queira saber, Ana... - murmurou, deslizando seus dedos com pressa nos braços da amiga. - E você não devia falar desse jeito, Lana...

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