6 • Chá

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BLANCHARD, KAYLE
Barcelona, Espanha

— KAYLE! KAYLE, ESPERE! — a voz descontrolada de Coutinho me tira da alta velocidade que uso para andar até o meu escritório.

Paro de me mover e olhares assustados de alguns funcionários estão em nós mas apenas ignoro, cruzando os braços e o olhando.

— O que você quer?

— Nossa, bom dia! — ele dá uma risada nervosa que eu até acho engraçada mas não me abalo.

— Por que chegou mais cedo?

— Porque eu sabia que chegaria à essa hora e é uma bela hora para não ser atrapalhado pelo Ousmane ou alguém do tipo — sua explicação me deixa confusa.

— Eu preferia que sim — respondo a primeira opção que me vem na mente.

— Kayle, pode parar? Eu nunca vi essa fase sua mas já odeio. Volta a ser aquela Kayle, por favor? — ergo uma das sobrancelhas e o olho de forma bem feia.

— Que aquela, Coutinho?

— A minha... Digo, a que eu conheci — ele se embola e minha expressão fica mais incrédula, se é que isso é possivel.

— Eu ouvi isso e desde quando sou sua?

— Não era p'ra levar ao pé da letra — ele encolhe os ombros.

— Eu não levei — minha expressão torna a virar neutra.

— Kayle...

— 'Tá, que saco! Eu já parei com isso! — ergo os pulsos ao ar.

— Obrigado. Já que desprogramou a saída, podemos reprogramar?

— Quando?

— Amanhã de tarde, pode ser?

— Éh... — travo ao lembrar da saída que combinei com Dembelé e o Alcantâra.

— Sim ou não? Tem algo para fazer? — ele parece entrestecido.

— Mais ou menos isso — explico.

— Hm...

Sua cara de pena parece tocar minha alma e eu me assusto com isso porque nunca mudei meus planos por alguém ou algo, eu sempre fui determinada mas Coutinho está disposto a mudar isso.

— Hoje de tarde a gente pode! — falo e meus lábios assumem um sorriso gigante.

— Okay mas o que tem para fazer que é mais importante? — sua curisiodade arrepia toda a superfície de minha pele.

— Eu vou sair com o Rafinha e o Ousmane...

— Só com eles? — seu olhar é tenso e ele chega a afundar ele no meu.

— É!

— Tudo bem... Eu tenho que ir! — ele se vira e eu suspiro.

Deoois de piscar vejo que minha mão tomou seu braço rapidamente, o aproximando de mim.

— Desculpa, foi por instinto... Digo, está tudo bem? — é minha vez de me atrapalhar e me martirizo internamente por isso.

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