A carta que mudou o curso da história

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Por: Vienna


– Samuel... É ele, o anjo que você nunca esqueceu? – Daniel perguntou.

– Como você sabe sobre ele?

Bela deu alguns passos na direção dele, que se afastou um tanto nervoso. Ela continuou interrogando-o em uma angústia desesperada e eu sabia que o Daniel estava sofrendo só de ter que falar sobre aquele assunto.

– É melhor a gente ir – falei e peguei na mão dele, para tirá-lo daquele local que mais parecia um grande pesadelo.

– Tá bom, eu não vou perguntar como você o conhece, só por favor, por favor me diga se ele está bem – a garota insistiu, olhando para o Daniel com os olhos marejados.

– Ele está... vivo – ele respondeu.

Puxei o Daniel para fora do quarto antes que aquilo ficasse pior, antes que ele tivesse uma crise por causa disso. Caminhei com ele em silêncio pelo corredor e o levei até o quarto sem tocar mais no assunto porque eu sabia que era ruim.

– Eles estão sofrendo – Daniel disse assim que eu fechei a porta do quarto dele – Os dois estão sofrendo muito.

– Calma... – respondi, colocando-o sentado na cama – Essa história não é sua responsabilidade.

– Eu sei – ele respirou fundo – Mas eu me sinto mal.

Sentei ao lado dele na cama e peguei em sua mão, entrelaçando nossos dedos. Daniel ficou em silêncio por algum tempo e quanto menos ele falava, mais calmo ia parecendo. Quando ele finalmente pareceu ter reencontrado sua paz interior, apoiou a cabeça devagar no meu ombro e fechou os olhos.

– Eles pecaram assim como nós, mas eles estão sozinhos – ele me explicou – Eu queria que tivesse um jeito de ajuda-los.

– Você já fez muito – respondi e dei um beijo no topo da cabeça dele – Se preocupe com você agora.

Daniel não disse nada, mas pareceu concordar comigo. Pelo tempo seguinte eu que eu fiquei na clínica com ele, nós não falamos mais sobre aquilo.




Assim que eu cheguei em casa naquela noite, fui direto para o quarto do Ed. No entanto, antes que eu abrisse a porta, freei ao ouvir o barulho que vinha lá de dentro: Era rock.

– O que é isso? – perguntei enquanto colocava meu rosto para dentro do quarto e via meu irmão sentado na cama ouvido rock.

– Não sei – ele respondeu com sinceridade.

– É, eu já esperava que você não soubesse, você nunca teve interesse em ouvir nada que tivesse o som de uma bateria – frisei.

– Gabriel gosta de ouvir isso – ele deu de ombros – Esses rocks ruins.... AII!

Meu irmão alisou o próprio braço como se estivesse sentindo dor e eu dei um sorrisinho, feliz por saber que aquele anjo agressivo estava lá.

– Eu preciso falar com ele, seu anjo – me foquei no que tinha vindo fazer ali e sentei na cama com eles – De que lado ele está?

Ed apontou para o lado direito dele, ainda resmungando.

– Escuta Gabriel – comecei e olhei para o nada ao lado do meu irmão, o que era um tanto esquisito – Você conhece um tal de Samuel?

Assim que eu perguntei, Ed olhou para o seu anjo cupido e fez uma expressão de surpresa, virando para mim em seguida.

– Ele disse que sim, está com as sobrancelhas arqueadas e fazendo uma expressão que não está me agradando em nada – meu irmão respondeu – Portanto, se for algo que vá te dar problemas, é melhor nem começar.

Estúpido CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora