CAPÍTULO 2: Retenção

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Já é de manhã, passou-se muitas horas desde todos os acontecimentos até agora, as horas de sono que eu tanto esperara nem se quer viera, só se passava pela minha cabeça, o dia foi um aglomerado de situações no qual eu não desejara, mas quem teria essa premissa de querer tal coisa. Óbvio que ninguém.  O imprescindível estava a todo vapor batendo em minha cabeça que tinha o objetivo à fazer, algo que deveria buscar que estaria me atrapalhando por si só devido a tanta circunstância que ocorre e já ocorreu. Toda a base de minhas palavras que pensava sobre tudo, era baseado a falência da humanidade, o declínio e a morte, coisas que umbilicalmente me retirou de sonhos genuínos que eu possuísse de maneira frequente, fora às horas de sono que eu cito.

Agora cá estou eu preso com a canseira dos olhos, o olhar medonho que eu viera no espelho à frente enquanto molho meu rosto na torneira e na pia do meu antigo lar, peças de memórias passadas me perseguem ainda e loucamente sinto que tudo isso precisa ser preenchida com uma boa mente ocupada. Ainda me fecho em relação à uma situação inapta que estou agora, a ficha não caiu facilmente, porém reconheço que tudo isso foi um instante de uma experiência que eu sabia que um dia ia passar, portanto não tão inesperado assim...  Ficar parado e forcejar muito de uma só consequência que aconteceu, não iria me levar a lugar algum, preciso me recompor e estabelecer a meta promissora que a grande instituição espacial me ofereceu, habituar e lidar com esse carregado de emoções, lidar como fiz à muito tempo atrás, desde infância e pelo menos gerar uma barreira que não se faça ao esquecimento e sim uma lição e um motivo de me esbanjar para continuar... e sei que vou. Sendo assim preciso reter o mal interior, e provir com algum significado. Então que seja.

Ainda é o mesmo dia, arrumo pouco de pouco de alguns pertences, por saber que na viagem é até chegar lá só vão me contratar, falar às poucas e me colocarem em algum serviço de dados (o que costuma ser extremamente obvio).

A hora passou de tão repentino que quase guardara meu café para o almoço - já é tarde,  não diria totalmente mas inicialmente meio-dia é de extrema relevância pensar - eu pegara chave por chave daquela casa, sei que precisaria assinalar papelada por papelada pra possuir a propriedade e essas coisas chatas, portanto tenho em mente que esse lugar só é um dos poucos legados que deixaria de existir, e não deixaria ser judiado em pleno ''mundo atual'', e teria que me mudar de algum lugar mais pra perto mesmo, Houston e essa cidadezinha podem ser bem próximas, porém a segurança veio em minha primeira intuição, já que o caos está tão presente. Enfim, pegara meu celular, o grande manipulador de pessoas e que hoje trata-se de algo útil de extrema importância. Me entabulei nos aplicativos de táxi, movimentei minha rota e só esperara de maneira paciente.

O táxi finalmente chegou, no período de vinte minutos.

A estimada chegada era de pouca longitude, me adentrei no carro já observando e especulando em mapas digitais à minha viagem, uma hora e meia. Mais um dos poucos motoristas aterrorizados que aceitou a viagem, mais um que provavelmente passou por uma desgraça maior que todos imaginariam ver, e a mesma conversa que cogita no mesmo fim, no início do fim ou o mal da humanidade e até que ponto chegamos, com conversas curtas e menos paralela possível, sendo assim também que eu teria ciência que se falasse algo - como fizera com os outros locomotivos- iria mexer lá dentro, e minha cabeça mudaste muito desde então, não queria fazer mais mal algum. Todo o processo visionário de empresas, indústrias, associações enormes em escala que moldasse as nossas pistas, um mero de desperdício, à cada lugar, avenida e rodovia que eu via, placas de poucas cidades manchadas, pichadas com um símbolo anarco, e outros com premissas de ''libertação'' expressando uma sociedade menos racional possível, diversos patrimônios e vias auxiliares chamuscadas, sinalizações e a mata fora dos pequenos muros quebrados, desmatados, negras e vazias com o excesso de sufoco e suor de tristeza que aquela degradação ambiental criou em rede, era tudo tão metodicamente falando desmoronado pela a arrogância, e nisso é de se pensar não é. Houston, a cidade dos grandes lançamentos de foguetes, aeronaves e testes espaciais, que desistira de todos nós à muito tempo, o que é compreensível da parte deles, já que o governo têm líderes imbecis que diziam: ''o aquecimento global e toda minuciosa ciência deve-se ser regrada porque sabemos que não existe fatores que vão desfrutar de coisas malignas no nosso planeta''. E alguns falam que a ignorância é uma bênção, estavam brevemente enganados. Mas recapitulando aqui, a grande cidade e um imenso deserto bem semelhante com aquela saga de filmes Mad Max, bem memorável, mas sabia que era cruel de se pensar assim, portanto era só uma referência sucinta.

E enfim minha rota e números de série do local, finalmente chegou. E sequencialmente paguei o taxista pela viagem.

Havia a porta da frente com guarita como um fim de pedágio, enquanto eu via uma constante fração de pequenos foguetes antigos, camadas de testes largadas e até mesmo ferramentas de propulsores à jato empilhados em uma cerca a alguns metros da guarita onde estava escrito "proibido entrar'' como clichê. Prédios gigantes e espelhados como laboratórios de campus de Harvard, cheia de grandiosidade portanto ainda com alguns guinches de poeira da área, ferrugem e espelhos que aparentava ser musgo na parede. Em seguimento entreguei toda a papelada aos guardas e receptores do lugar, rastrearam um tipo código, manusearam carimbos e obrigaram à revistar o pouco que tinha, documentos e coisas do caralho que a burocracia em geral pedia. Então Ryan é tua vez de se presenciar dentro do lugar mais ambicioso do planeta - ou pelo menos era -, andei calmamente sobre o pátio que tinha lá, os reservistas e receptores havia dito de me encontrar na Ala C-4, que me receberiam gradativamente e que me esperava por tempos, ou seja, minha recepção no meu novo emprego bem aprazível.

Chegara lá, passei por tantas salas que me cansava de ver, pesquisadores correndo á todo vapor por todo lugar, alguns tropeçavam e até caiam com suas papeladas cheias de cálculos físicos e teorias absurdas, pareciam ter descoberto algo tão inusitado que nem meu transtorno de ansiedade me proporcionasse tal ofegância. E finalmente lá estava, Setor Ala C-4, uma enorme porta de elevação, nada simples, mas nada demais também. Cheguei, as emoções não iriam a se calar porque o lugar era bem agradável assim dizer pra um pesquisador como eu. O homem que iria me receber estava já esperando, barbado e de estatura mais baixa do que minha altura diria já que eu sou alto demais. Significado algum expressava como eu me sentira e então fui bem lógico e direto enquanto ele acenava e me cumprimentava cientemente, sem dizer se quer uma palavra, apenas acenando. E fui novamente precoce achando que as coisas seriam como eu acharia que fosse:

- E então, sei que pareço ansioso mas, em que projeto trabalharei de dados ou coisa do tipo para assegurar um trabalho fixo?- de certa forma fui bem direto e assim...

Paralisado, sem ao menos expressar reação de que seria óbvio, ele mudou o olhar e formou uma visão avarenta e também persuadido com algo e simplesmente disse:

- O mero programador norueguês. Acha mesmo que todo seu sentido de estar aqui se resume em um trabalho de computação ou sistema de dados e algorítimos lógicos?

Aquela frase retrancou meu estômago, e me fez engolir seco sem ao menos entender. E continuou.

- Você tem uma missão mais importante aqui garoto, e mal sabe porque precisamos tanto assim, será visto pelo o mundo de verdade agora. Me acompanhe.

"Me acompanhe", mas pra quê? E cada movimento dado, passo e ala do lugar, finalmente chegara em um lugar, repleto de pessoas, suspensas e sentadas, prontas pra algo que mudaria o mundo, entretanto, o que seria? O que era tão importante? Mais uma vez estou ciente que algo nesse mundo tende a mudar.

100 MOTIVOS PARA VIVER, FORA DA TERRAOnde histórias criam vida. Descubra agora