II. O ômega de coração partido

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➼ Gostaria de citar que MVMP é baseada em relações que eu vi acontecer, assim o mundo ABO dessa vez eu deixei os ômegas e alfas bem próximos das mulheres e homens do nosso universo real. E esse capítulo pode ter gatilhos sobre término;

➼ Boa leitura!

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Capítulo 2 - O ômega de coração partido

Me encontro jogado no sofá da minha sala, pensando em todos os acontecimentos da minha vida até o prezado instante. Minha primeira namorada, que se tornou minha noiva e eu afirmava a mim mesmo ser a alfa da minha vida, me enganou. Eu estou me sentindo horrível. E, pensando melhor, faltou algo que gostaria de ter dito durante a discussão:

Eu posso ter meus defeitos, talvez minha mãe tenha reflexos ruins na minha vida e eu vacile em algumas coisas por isso, mas nunca menti. Eu nunca enganei ninguém. E eu sou o errado? Eu sempre fui sincero o tempo todo, a respeito de tudo. 

Hana me conheceu, soube do meu jeito, das minhas manias, dos meus ideais e não demonstrou insatisfação, não conversou comigo e explicou seu lado com detalhes concretos. Sobre coisas a mais, apenas me agarrava e acreditava que eu ia ceder, sabendo que para mim não funciona dessa maneira. Ela dizia que eu era encantador, um tanto ingênuo mas adorável, me aceitava e me amar como eu sou. Ela concordava com as coisas que eu falava e prometeu. Ela, por vontade própria, prometeu junto a mim se entregar só na lua de mel. 

A pessoa que sempre soube que eu não estava pronto, passou por cima de mim, da nossa relação, e me traiu. Pisou em mim de uma forma que nunca deve ser feito com ninguém. E a culpa é minha? 

Gostaria de ter a questionado. 

Talvez seja por eu ter me iludido... Eu criei uma visão perfeita de Hana em minha mente, eu acreditei ser sempre um bom ômega então ela me mostrou que na sua visão não era bem assim. E sobre mim, não parava o mundo. Eu não sabia o que queria da vida. Eu, aparentemente, não sabia satisfazer a ambos numa relação. Ao menos não completamente. Mais: só seguia as paranóias impostas pela minha mãe.

Errado?

Após muito pensar, eu concluí que não.

Porque eu não me sinto um ômega tão bom, me sinto falso agindo de um jeito e pensando de outro. Mesmo que eu fosse perfeito na visão das pessoas ao meu redor, minha forma de ser, bem lá no fundo da minha alma, não me agrado por completo;

Porque eu não tenho coragem de ser diferente, me transformar, me mostrar e me impor, logo, de fato, eu não pararia nem trânsito quanto mais o mundo;

Porque eu realmente não sabia o que fazer da vida. Achava que ia bastar me casar, cuidar da minha alfa, da casa e futuros bebês. Agora que não tenho mais a tal, pensando melhor, eu não estou certo de que quero mesmo isso para mim. Mas também não faço ideia do que é que eu quero, me falta autoconhecimento;

Porque, sinceramente, eu não sei nada sobre sexo e não consigo confiar em alfas nesse ponto. Por mais que tente, eu tenho muito medo. Eu tenho vinte e dois anos e nunca me relacionei com alguém intimamente. Como ia conseguir esse feito? Eu não sei e temo descobrir. Logo, eu nunca irei conseguir satisfazer ninguém. Não nesse aspecto;

E, por último, porque eu fui criado com os ensinamentos da minha mãe e penso parecido com ela. Basicamente todos seus ideais são meus... Por que isso não parece tão certo agora? 

Mari só quer o meu bem, só me protege do mundo, e eu só quero lhe orgulhar sempre sendo o melhor. Eu não via problema algum nisso. Bem, talvez, a respeito dos pensamentos dela em algumas partes eu discordo, mas como poderia pensar, agir, simplesmente ser diferente? Eu cresci para ser tudo o que ela desejava. E eu era.

Minha Vida, Meu Prazer! {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora