VIII. O ômega curtindo a noite pt. 1

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Capítulo 8 - O ômega curtindo a noite - Parte 1

Sete dias se passaram. 168 horas de pura agonia. Por um instante eu pensei que meu cio nunca passaria e eu continuaria sofrendo de dor e frustração eternamente. Foi tão ruim que eu cheguei a cogitar que o inferno fosse melhor. Mas é como dizem, não há remédio melhor que o tempo. 

Aos poucos ele foi levando embora todo meu descontrole físico e emocional, me curando desse heat surreal assim como vem curando meu coração partido pela rejeição e humilhação de Park Hana, como vem cada vez mais sarando minhas dores vindas das descobertas de quão horrível é minha mãe, remediando a mágoa que sinto por ela ter me dado consequências pesadas para carregar e me presenteando com fé.

Isso mesmo, fé. 

"A fé move montanhas", pois a fé em mim mesmo anda me levando longe. Se eu consegui mudar boa parte dos pensamentos antiquados que Mari me induziu a ter, consegui encontrar meu estilo, consegui me tocar e agora passei pelo pior cio existente, foi por ela. E tenho fé que, no futuro, vou me realizar ainda mais!

Me encontro jogado na cama suja e bagunçada, me sentindo destruído. Não só sentindo, eu estou. Mas também me encontro feliz justamente por ter passado por um de meus grandes medos: o de me trocar e o heat agoniante. 

Eu me superei outra vez, não é ótimo? É daí que vem meu sorriso satisfeito. No entanto, para alguém que está de fora, ver que eu estou tão alegre depois de um cio negligenciado a anos, muito doloroso, e sem parceiro, é muito estranho. É exatamente estranheza que encontro no rosto de Seokjin quando ele abre a porta.

— Você está bem? — é a primeira coisa que pergunta ao se aproximar, me analisando com cautela.

— Eu estou bem e muito feliz porque consegui, Jinnie. Eu sou forte e me superei outra vez. Isso não é demais? — exclamo animado, por mais que minha voz esteja fraca, assim como meu corpo maltratado jogado no colchão. 

Ele me encara, tendo os olhos brilhando. 

— Jungkook... — um biquinho aparece em seus lábios.

— Você vai chorar? — tombo a cabeça para o lado, sem entender. — Eu já disse que estou bem. Toda a agonia já passou. Só preciso recuperar minhas forças e... — meu amigo me puxa, me abraçando forte sem importar que eu estou sujinho. — Hyung? 

— Eu estava tão preocupado com você! — choraminga.

Meus pais e meu irmão cuidavam de mim, porém não acho que se importavam tanto, era mais por obrigação. Jin é um dos únicos lupinos que sempre se importou comigo, de verdade, e isso mexe com meu coraçãozinho. 

Talvez antes eu não retribuía como deveria já que minha mãe insistia em querer nos afastar e eu acabei ficando um pouco distante, mas agora vou me esforçar para retribuir porque ele é meu melhor amigo e um serzinho merecedor do meu afeto e cuidado.

Afago suas costas, murmurando um "não chore".

Aos poucos as lágrimas param. Ele funga e afasta, levando a manga da blusa no rosto, limpando o molhado.

— Sendo sincero, esses dias foram terríveis. Eu não parei de pensar em você, no seu sofrimento, e o pior foi saber que eu não podia ajudar em nada. Eu temi o Jungkook que encontraria aqui quando abrisse aquela porta. Mas você estava sorrindo! — expressa, chocado.

— Coisas ruins vivem acontecendo, mas essa já passou, então por que eu vou ficar mal, remoendo? Vamos só esquecer e focar no ponto bom de agora que é: eu consegui! — sorri.

— Você é tão precioso. — ele segura minhas bochechas em suas mãos. — Passou por tantas coisas e ainda continua firme, cheio de garra e positividade, evoluindo, ansiando por mais conquistas. Isso é sensacional! E te ver tão alegre assim, mesmo depois de uma situação dessas, me deixa bobo de orgulho por quem você está se tornando. Esse Jungkook é tão forte e maravilhoso que eu quero me casar com ele só para ficar admirando! 

Minha Vida, Meu Prazer! {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora