Vou tirar tudo que ele mais ama

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"Seu toque é quente, mais não como ele, queria aquele fogo dentro de mim, aquela chama intensa... ahhhhh Eiri cadê você, maldito, te odeiooooooo, quero te matar.. amar até não ter mais coração.
To recolhendo os cacos..
2 dias sem te ter é uma tortura, queria você perdendo a linha, sendo  grosso comigo, me chamado de criança, aquele olhar sombrio.. tudo é tão superficial e normal, só você pra me despertar, trazer adrenalina, dar sentido a essa minha vida sem destino."
"O tempo passa depressa quando estou com você... por favor volta pra mim, te desejo mais do que minha própria existência."
Penso para escrever mais apago, logo volto a digitar e apagar.. estou indecisa, tenho medo de sua reação.
"Se ele não me quiser mais? Sou um peso? Um problema? Atrapalho? Deusss.."
Apago pela déssima terceira vez a mensagem.
Decido beber algo bem forte pra tomar coragem.. " mais e siii, AHHH QUE PORRA DE "E SI" FODA-SE VOU LIGAR,  DESCONTAR NO ÁLCOOL O CACETE."
Ligo e nada... espero 2 minutos e retorno a ligar, me descabelo, ando pra lá e para cá , como as unhas, mordo o lábio.. "ahhhh vou infartar de tanta anciedade".
Quando finalmente atendem eu começo a tremer feito gelatina, meus lábios estão congelados, e a Voz não sai..
"QUE MERDA É ESSA KATHARINA, AGE GAROTA, VAI LÁ ABRE A PORRA DA BOCA, NÃO ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA?" ( meu subconsciente me empurra contra parede ).
-Quero, é tudo que mais quero, é pra isso que escrevi 13 vezes, e to tentando ligar, pra falar que...
Uma respiração pesada me corta.
Logo percebo que não estou falando na minha cabeça e sim no Telefone. "Merda!!!"
- 13 vezes o que?  ( a voz grossa, porém sedutora responde ).
-E..iri é.. é você..êee? ( coloco a mão na boca sem acreditar que a voz saiu ).
-Da pra falar direito katharina?
-Oi..
-Oi?
-Ei... olha como você tá?
-O que você acha garota? Perdeu o juízo? Acha que eu sou otário? Pra quê me procura? Qual é a tua?
Começo a chorar e tento não soluçar mais é inútil.
-Me escuta...
-Não tenho o que conversar com você, não passa de uma desequilibrada, me esquece.
-Me perdoa.. eu estava de cabeça cheia, eu ..eu não sabia o que fazer, precisava de espaço. Mas vejo que é um erro me afastar de alguém que amo.
Ele finge não escutar da outra linha e isso me enfurece.
-Olha na boa, me esquece, tem como?
-Não! Não vou fazer o que quer.
-Beleza posso desligar então?
-GROSSOOO ( me irrito e sem querer o volume da voz sai alterado ).
-Me erra.. Não passa de uma pirralha enjoada, indecisa, não sabe fazer nada de útil. E tem mais..
Me preparo pro baque.
-Não sinto mais nada por você, na verdade nunca senti. Então desisti de mim de uma vez, não vale apena perder tempo. Não posso dar o que quer..
Sua voz é falha, vejo que ele se esforça pra manter a postura, mais ele está desolado, tenta mostrar e ser algo que não é. Orgulhoso.
-Larga esse orgulho bobo e vem me ver, vem ficar comigo, morar.. de novo, só nós dois. Vai ser como antes, vamos ser felizes juntos, eu posso te fazer feliz.
Ele respira fundo e fica mudo por um momento.
-Não dáaa ( a voz novamente volta a ser baixa e confusa ).
-Eiri você não tá bemmm, deixa eu ajudar..
-Calada!
-Não! Não vou ficar, você não é meu dono, não é ninguém pra mandar em mim, o que estou fazendo..é pra mostrar o que sinto por você.
-Grande coisa quem liga pra sentimentos. ( ele é frio ).
Ouço uma porta abrir e então a voz de Light ecooa pela casa.
-Pra quem tava chorando a 10 minuos Atrás.. se recupero rápido.
Fico vermelha e boquiaberta. "Sério que ele disse isso? Que filho da mãe".
Meu subconsciente faz questão de ser chulo e sincero nas palavras.
Light me observa e eu retribuo num sorriso falso, ele ri sem graça e deixa as compras no balcão.
-Vai sair de novo?
-Vou pra facul ( ele responde comendo um pão com mussarela e presunto ).
-Que estudioso ( falo na ironia )
Ele logo percebe e joga uma maçã pra mim.
-Maçã?
-É pão engorda, sabia? Kkkk ( ele sorri de canto ).
Eu pego dois pães corto, coloco presunto, mussarela, em seguida encho o copo com leite e café.
-Vai com calma Kate.. ohhh assim não sobra
Ignoro os comentários sarcásticos de Light e abocanho o lanche.
Na rua, caminho com os fones de ouvido, paro numa livraria, os livros dele são os mais vendidos, não tem nem no estoque. A moça me oferece alguns parecidos, mas só finjo me interessar e saio dali.
Passo de frente daquele Ap, "nosso ap". Eiri me deu a chave então entro a hora que bem entendo.
Sento no chão com as pernas cruzadas, leio meus livros melosos, hots e dramáticos.
O dia passa depressa e decido deitar naquele chão de madeira mesmo, algumas lágrimas surgem, e me pego refletindo sobre meus erros.
O dia amanhece. E eu retorno o mais rápido possível para a casa de Light.
Ele me espera sentado na calçada.
-Onde você tava, nem avisou pra onde ia?
-Aiii sem neurose cara, na boa, me erra..
-Até parece aquele velho falando ( ele se refere ao Eiri ).
-Não mesmo.
-Onde ele tá? ( Light pergunta num tom rude ).
-No inferno. ( dou o troco na mesma moeda ).
-É sério kate!
-Aiii não enche o saco, não sei, mais que merda!
-Olha como ele te deixo, transtornada, fora de si, a trepada com ele deve ter sido louca, pra você se apegar tanto no loiro metido.
Passo a mão no rosto contando até 10 pra não meter um chute nos seus
"brindes lá em baixo".
-Kate? Me conta.
-Não confio em você.
-Você me escolheu.. Então.
-Vai a merda.
-Que isso kate? Tá louca?
-Você quer saber demais, cuida da sua vida, tô aqui pra me consola, não porque morro de amores.
Ele fica pálido e sem reação, surpreso com minha confissão.
Ele se levanta e fica com os lábios a centímetros do meu.
-Eu te acolhi, dei carona, comprei coisas, e você ainda insisti num cara rico, metido, cheio de não me toques. Ahh para né.
Cruzo os braços e olho no fundo de seus olhos.
-Qual a parte de ficar na sua! Você não entendeu ?
-Estou preocupado só isso.
-Quer tanto me ajuda?
-Quero! ( ele se empolga ).
-Me leva pra....
Antes de concluir volto ao meu senso e digo outra coisa no lugar.
-Tomar sorvete que tal?
-Ah, tá. ( ele concorda desanimado ).
No dia seguinte pego uma mala na loja, pequena de rodinha cor rosa.
Compro as passagens pra londres escondido de todos, consigo pra daqui a 2 dias.
Compro algumas coisas novas e encho minha necessaire.
Meu dinheiro ta escaço.
Faço hidratação, escova, mão, pé, separo alguns livros para reler.
Atualizo meu celular, troco a capinha e logo me sinto renovada.
Já é a segunda vez que troco de celular, o primeiro era velho e usado,  a tela era quebrada, agora o novo que light me deu, Victória fez questão de taca-lo na parede.
Esse é vermelho e não roxo como o antigo.
Resolvo ir no Ap do Eiri para dar uma última verificada.
Encontro alguns rapazes encarando a porta e logo vou tirar satisfação.
-Eiii o que querem com o apartamento do meu namorado.
-Seu namorado? ( um deles pergunta? ).
-É. É isso aí meu namorado  ( que orgulho pode falar isso ).
-É ela mesmo ( o outro sussurra para o colega ).
Em seguida o terceiro fica Atrás de mim e chega com um pano fedido, cheirando forte, aquilo me deixa drogada e mole.
Em segundos estou nos braços do desconhecido, eu observo tudo meio sonolenta e vendo coisas rodarem.
Eu realmente apago como um cansaço profundo.
Estou atordoada e amarrada com as mãos pra trás numa cadeira. De sutiã e calcinha.
Minha boca também está amarrada.. quer dizer selada com um pano.
Um homem maduro entra pela porta deve ter uns 40 Anos.
Ele se senta a minha frente e mostra uma maleta.
-Ta vendo isso aqui? ( o homem abre a mala ).
-Hunnmm  ( é a única coisa que sai da minha bica dormente e tampada ).
-Então criança, você vai enche ela de dinheiro pra gente e sabe como faremos isso..
Ele acha que vou rssponder, "que idiota".
-Pedindo seu resgate.
Eu arregalo os olhos e ele sorri me pondo medo.
Ele pega em meu queixo e eu retiro com força, só virando o rosto.
-Espero que facilite as coisas ou vamos ter que apelar. ( ele ameaça ).
Um outro cara sussurra umas coisas em seu ouvido, igual aconteceu na frente do apartamento.
-Ora ora, temos um servicinho a você. ( ele me olha de forma desafiadora ).
Eu me debato mais já não resta forças, estou esgotada.
Meu celular toca e ele vê que é minha mãe e coloca no modo avião.
-Não vou dar esse degosto a ela, não é.
Ele continua.
-Como se chama? ( ele tira o pano da minha boca ).
-Não vou DIZER.
-Cala boca, vadia! ( ele grita )
E me da um tapa forte na cara.
Pisco várias vezes escondendo as lágrimas.
-Qual o seu nome criança, não me faça passar nervoso.
-Não digo! ( começo a tremer mais é de nervoso, por estar amarrada e não fazer nada ).
-Vamos dar o que você merece mocinha.
Por um momento penso num estupro mas parece que é outra coisa.
ele pega meu cabelo com força e o outro trás a tesoura.
-Nãaaao ( balaço a cabeça num sinal de negação ).
-Ahhh simmmm
Ele começa a picotar meu cabelo e me humilhar, minhas mechas vão ao chão, uma a uma.
Fecho os olhos e penso em coisas positivas, sei que é inútil, mais é melhor que aceitar isso.
Depois que terminam 2 deles me olham com tesão, lógico que querem me comer é óbvio. Mais parece que a ordem do torturador é absoluta.
-Vou soltar seus braços pra que coma e nada de gracinhas ouviu.?
-Tá! ( digo de forma grosseira )
-Eu quero ouvir  " sim senhor "
-Haaa ta legal! ( debocho ).
-Como é quer apanha de novo?
-Sim.. senhor ( respondo entre dentes ).
-Boa menina. ( ele faz um carinho na minha cabeça e dá as costas )
-Espera, tenho uma pergunta. ( digo num tom desesperador ).
-Respoderei apenas uma.
-Quem que você quer, na verdade?
-Achei que sabia.. é namorada dele.
-Hamm.. Eiri?
-Acertou.
-Mas... é porque ele é rico?
-Não só por isso.
-E... ( me apresso em dizer ).
-Já CHEGA, QUIETA!
-Você vai entrar naquela empresa sem ninguém desconfiar de nada.
-Foster? ( entrego ).
-Bingo! ( ele zoa ).
-Não topo!
-Então ele morre.. Você escolhe.
-Já tentaram mata-lo antes e não é agora que vão conseguir.
-Fala demais pra uma criança semi-morta.
Ele aponta uma arma pra mim.
-Atira vai! Me poupa dessas atrocidades, de traição, me livra dos pecados.. e do peso da culpa.
-Ga-ro-ta... não me provoca.
Nesse instante fecho os olhos e penso em tudo que fiz para chegar ali.
Ele aperta o gatilho e atira na parede me assustando.
-Você vai ser útil, não posso descarta-lá não ainda.
Ele ri sozinho e sai da sala.
-Eiri.. ele é bom, e vai arrumar um jeito de sair dessa. Não vão sair numa boa, pode acredita!
-Veremos criança. ( ele me lança um olhar que me faz gelar ).
Seus capangas me amarram de novo na corrente. E sem abrir a boca, permaneço.
Logo de manhã acordo com um balde de água gelada no corpo.
-Toma veste aí.
-Não uso isso.
-É o que agente quer não o que você quer.
Minha respiração está fraca e meu coração acelerado.
Quando me desamarram consigo colocar a mini saia azul marinho, que só falta ver a polpa da bunda, o top rosa claro com três botões na frente. Mostrando meus seios fartos, meu cabelo eu os jogo de lado e espalho os fios com os dedos.
-Ta sexy ( o maior deles responde mordendo o lábio ).
" Que nojo ".
-Você entrar e lá abrirá o cofre.
-De que jeito?
-Você sabe a senha.
-Não, não sei, nem sabia que existia.
-NÃO MINTA!
-Não to mentindo, juro por deus, não sei qual é.
-Então vai tentar até cansar os dedos, mas quero o dinheiro.
-Como sabe que ele guarda lá.
-Todo cofre tem dinheiro! ou você é burra?
Eu riu e ele me puxa pelo braço com força me joga no carro, ordenando  para que eu entre na empresa normalmente.
Eu entro com aquelas micro roupas e todos me observam feito louca.
-Caraca que radical ( um deles comenta ).
-Veio pedir o emprego de volta? Infelizmente não temos vagas! ( responde o sub chefe ).
-Não. Só vim pegar o restante de minhas coisas. ( minto ).
Entro na sala do Eiri sem que ninguém perceba, procuro um lugar mais escondido possível. Vejo um telefone e ameaço ligar.
-Nem pense nisso mocinha estamos te monitorando. ( a voz surgi em meu ouvido ).
E vejo que eles colocaram algo em mim enquanto eu durmia.
Olho para atrás do quadro, e não há nada ali. Debaixo da mesa, dentro das gavetas.. nada.
Então lembro da janela de sua sala, uma que não abria pra nada.
Quando forço pra abrir, ela sai.
"Quê? Como? Ela.. ela sai mesmo, cara uma janela."
E atrás tá o cofre.. Não queria acreditar mais é verdade.
-A senha! ( a voz da minha orelha me sufoca com a cobrança ).
Eu tento várias, e nada de abrir, ela também não trava.. " de certa forma é bom não travar, do contrário vou morrer".
E então vem uma idéia louca de colocar meu nome.
-Ele não seria doido, seria?
-Andaaa! ( o cara me acelera ).
-Grrrr aiii foda-se tudo ou nada.
Digito " KATHARINA ".
-Acesso liberado..
-QUÊEEEEEEEEEE?
Abro e tem um bilhete escrito, que cai no chão.
"Seus otários".
-Boa garota agora sai dai ( ele ordena ).
-Mais... Não tem nada..
-Como não? ( sua voz é de perplexidade )
-Ele engano agente.. ( digo imóvel ).
Ouço o torturador xingar no celular e meu rosto se alivia por não ter nada ali.
-Soube que ele tem mais duas empresas.
-Ele vendeu ( digo ).
-Merda! ( ele esbraveja ).
-Seu apartamento é aqui, não é, eu vi você lá.
-Ele não mora mais aqui.
-MAIS QUE CARALHO É ESSE?
Eu riu em silêncio, com medo que eles escutem.
-Ele tem algo de valor.. uma casa? um carro? ou...
" esse OU me assusta".
-Uma filha talvez
Eu fico muda e começo a Pensar nas mil tragédias que poderiam acontecer a pequena Dora.
-Pra quê ir atrás de outros, se tem a mim.
Ele se cala e percebo que está pensando.
-Queria outros meios, mas você tá de bom tamanho.
-O que mais você quer? ( pergunto quase gritando ).
- Acabar seu império, sua vida e principalmente.. aquilo que ele mais ama no mundo..
Meu coração gela e eu começo a chorar de medo, e ódio, queria soca-lo, mata-lo. Penso em Dora e em mim.
-A fama de romancista  ( ele diz num tom de conquista ).
Por essa eu não esperava..

O que ele quer de mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora