Não consigo me livrar de você

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Saio no meio da estrada, em meio aos carros, chorando como sempre, eu sou uma completa idiota.
Tudo que faço é estragar. Eiri deve me odiar agora.
Mereço a rejeição e até mesmo ficar só para sempre.
Ligo para Adam imediatamente. No desespero e nervoso.
-Sabe para onde minha mãe foi?
-Ela tá em um hotel...
-Me passa o endereço.
-Tem certeza de que está bem?
-Anda Adam, não tenho tempo.
-Estou preocupado com você, onde está?
-Para de me encher, só me da o endereço.
Depois de pressionar meu irmão que mais parece meu pai, finalmente  conta e assim eu segui.
-Alô, senhora, tem uma moça querendo subir dizendo que é sua filha.
-Deixa que eu vou ai, assim já despacho ela.
Escuto por ser alto e o recepcionista fica sem graça.
Ela desce depois de uma hora.
-Mãe-ee
-O que quer?
-Me leva com você.
-O quê?
-Me leva, quero ir com você. Tinha razão sobre tudo que disse.
-Ahhhh me poupe, agora?
-Simmm
-E que roupas são essas? Parece que te jogaram na piscina.
-Quase isso..
-Não sei Katharina cada hora você fala uma coisa, não da pra confia, você não tem palavra.
-Me da uma chance!
Ela me balança a cabeça com as mãos na cintura.
-Eu vou ser uma boa menina, e farei o que quer.
-Já me disse isso uma vez.
A abraço a surpreendendo.
-Eu amo você mais que tudo. Nunca te trocaria por ninguém.
-Ahammm sei, me engana que eu gosto.
-Me aceita, só dessa vez, não tenho pra onde ir.
-Eu sei, mais é que você é tão mentirosa....
-Vaiiii, quebra essa.
-Você não me queria tanto, então... estou aqui.
Ela abre um sorriso de "não tem jeito, mesmo".
Decido pegar minhas roupas e por para doação antes de seguir viajem.
A caixa com tantas lembranças estará sendo passada para outra pessoa.
Meus fones tocam músicas bads, e minha mente tenta me livrar dele.
Vejo uma garotinha me encarando ela tem mais ou menos uns 9 anos.
-Oiii!
-Oi.
Que conversa legal....
-Qual seu nome e quantos anos tem?
-Polly Angel e tenho 11 anos.
-11?
-É, pois é, porque quis saber de mim?
-Te achei interessante, madura e forte.
-Isso é só máscara, tia!
-Como a minha então?
Ela me olha sorrindo de forma debochada.
-Falei algo engraçado?
-Fala como se soubesse o que sinto.
-Eu sei o que se passa.
-Não sabe não, nem da metade.
Ela fecha a cara e olha para outro lado.
-Tem problemas com a família?
-Eles me colocaram aqui por não ter condições de me criar, minha mãe se mando pra fora do país com um homem rico.
-Poxa.. negou a própria filha.
-É de ser o que?
Ela começa a ser ignorante.
-E seu pai?
-Meu pai morreu num acidente de carro.
-Sério?
-É, por acaso tenho cara de quem mente?
-Aiai.. tá difícil criança.
-Não sou criança.
-Eu vive algo parecido, meu pai era uma pessoa ruim, mas no fundo... bem lá no fundo, era bom. Meu namorado mato ele, minha mãe é controladora e ex-alcoólatra assim como meu falecido pai. Minha irmã se mando sedo para outro lugar, ela estava certa. A única pessoa sensata é meu irmão mais velho Adam.
Ela começa a ter dó de mim.
-Sinto muito, é complicado né?
-Muito! Demais, até hoje tento superar, mais não da.
-Tenho vontade de chora o tempo todo, mas quem me consola é meu violão.
-Poxa, que bacana.
-É meu consolo, meu irmão, meu pai, meu tudo.
-Seu chão.
-Exato.
-Eu sou de comunidade sabia!
-Porque não te adotaram ainda?
-Porque sou grande, adolecente ninguém quer.
-Angel...
-Já superei, o bom é ter saúde e meu violão.
Eu me seguro na saia e levanto olhando pro chão.
-Queria voltar pra te ver, posso?
-Vai tá aberto..
-Valeu.
-Qual o seu nome tia?
-Katharina.
-Seu estilo é legal, quero ter um cabelo assim.
-Então se quer, você vai conseguir.
Ela sorri sem mostrar o dente, deixando nítida suas covinhas.
Ela me observa sair pela porta, e acena um sim com a cabeça.
Eu fico pensativa ao voltar ao hotel.
-Vai ser pra hoje ou pra amanhã?
-Calma mulheeeer.
Pegamos o ônibus e mais uma vez eu tento fugir dele.
A casa é linda, grande, com 4 quartos, 2 banheiros, lavanderia, sacada, área para churrasco.
-Noooossa, parabéns.
-Demoro mais conseguimos nossa própria casa.
-Nossa mãe, que puta sorte.
-Olha a boca.
Ela me ameaça.
-Foi mal..
-E a nojenta digo, Victória tá aqui?
-Não, ela tá na faculdade.
-É mais perto aqui né?
-É, só 20 minutos de carro.
-Hummmm.
Subo as escadas e meu quarto está lá.
-É bem decorado.
-Como sonhei pra você, achei sua cara.
-Maneiro.
-Muda esse linguajar garota, por favor, parece favelada.
-Aiiiii.. tá eu vou.. queridíssima mamãe.
Tenho uma prateleira de livros só pra mim, meus clássicos livros de romance e filosofia, livro de alto ajuda também.
Meus fones são grandes e de orelhinha, minha mãe deixou comprado pra mim.
Meu carregador muda de cor, quando se liga na tomada.
Tenho saias de líder de torcida no armário e roupas largas.
-Que isso, DONA LENA, TÁ QUERENDO ME COMPRAR MESMO.. ATÉ PAGOU FRETE!
Depois de ler os livros novos que foram comprados, desço para comer pizza.
-Tá amarrada filha?
-Ai quanto tempo não vejo pizza.... que delícia.
-E o outro? Deixou você vir?
-Não! Dei o cano nele.
-Mentira?
-Sério mãe, não quero mais saber dele.
-É sempre assim.. fala,  mais logo volta.
-Nada, agora é realzão.
Ela toma a coca inteira do copo e vai lavar as louças.
Apago seu celular dos meus contatos.
E me afogo nas músicas, pensando em como minha vida vai ser uma merda daqui pra frente.
Na manhã seguinte, ligo o chuveiro, deixo a água lavar minha alma suja. E mentalizo coisas positivas.
Minha mãe coloca sal grosso com arruda no pote para que eu tome banho.
-Jesuisss...
-É para proteção.
-Aiiii, tá, lá vou eu partir pra macumba.
-É proteção, moleca!
-Vou pra igreja, você não vai?
-Capaz de eu queimar..
-Maluca essa garota ( Lena sai reclamando pelo corredor ).
Vejo a imagem de cristo no corredor e penso
"Será que ele vê, todas as bostas que fiz na vida?"
Abro a porta do quarto cheirando a amêndoas doce, óleo da minha mãe.
Cantando Dangerous woman.
Vejo uma pessoa sentada na minha poltrona de pelúcia. Com um livro na mão.
Derrubo a toalha, mais logo visto de volta, minha respiração  se torna  descontrola.
-Achou que iria fugir de mim?
-EIRI?
-Você vai voltar comigo.
-Não! Cai FORA! NÃO TE AMO MAIS, JURO AINDA VOU TE ESQUECER!
-Não vai, porque eu não vou deixar.
Ele me puxa forte e me come com os lábios, me afasto e ele me empurra na prateleira fazendo alguns livros caírem.
-Someeee
-Você fica linda quando tá nervosa.
-Saiiiii, eu vou gritar!
-Grita, quero ver? Grita vai, aproveita e grita pro mundo o quanto você me ama.
-SEU DOENTE!
-Não mais que você.
Eu estou encurralada, o olho como se perguntasse "o que você quer de mim?".
-Eu tenho malas sabia?
-Achei que tinha se livrado de tudo pra me esquecer.
-Eiri...
-Me deixa te sentir só mais uma vez..
Ele me coloca na cama nua, e se deita sobre mim com cuidado.
Estou ofegante antes de começar e ele me acaricia, abre a camisinha com a boca, não tira os olhos de mim, nem por un segundo, é como se ele já estivesse fazendo tudo na cabeça sem me dizer e ali começa os processos que bugam minha mente por completo.
Seu toque faz com que eu abra minha boca devagar, vou subindo e descendo conforme o ritmo.
-Eiriiii, porque... aqui-i
-Eu tava com saudade de senti você, quero que fique dentro de mim sempre.
-Para-aa..
-Não vou parar até você soltar tudo que tem.
-Isso é uma tortura...
Ele morde meu corpo inteiro e me puxa com força, cada parte se inflama, até as mais sensíveis.
Ele morde minha boca como se mordesse uma maçã e em seguida lambe-os.
Deixa marcas no pescoço, clavícula, e seios.
Essa boca faz loucuras.
-Quer que eu vá mais fundo.
-Tá doendo um pouco.
-Logo passa..
-Você não vai parar né?
-Nunca ( ele me olha como uma presa ).
O ritmo acelera e meu coração vai junto, toco os músculos e aperto seu peitoral.
-Me arranha Irina!
Eu me assusto com seus pedidos.
-Minha mãe vai chega...
-A porta tá trancada.
-Ela vai suspeitar...
-Ela não vai nem desconfiar.
Ele me coloca em seu colo e eu afasto meus cabelos para um lado só.
Aliso seu corpo enquanto ele me morde, seus olhos brilham ao me ver.
Meus gemidos se tornam tensos e mais fortes.
-Te deixo louca, não é, fala!!! Sou único pra você, não sou.
-Ei-Rii..
Ele segura meu quadril e coloca mais e mais fundo.
A dor vai dando lugar ao prazer.
Viro a cabeça para três em busca de fôlego, mas ele me deita de quatro e as coisas só pioram.
-É incrível como você se encaixa perfeitamente em mim.
Seguro no travesseiro e tento fingir que não estou gostando, mas minha vontade é ir com ele.
Ele apalpa minha bunda, gravando seus dedos nela e estocando, de uma maneira sufocante.
Não consigo falar só gemer baixo, nossos corpos vão suando. Ele abre minhas pernas e faz de sua língua, uma arma perigosa.
No mesmo instate sou puxada para trás, ele pega firme em meus cabelos, a cada gemido ele aumentava a puxada em meus cabelos.
Ele fazia carinho desenhando meu corpo com a mão. Apertando meus seios e gemendo em meu ouvido.
Ele dizia meu nome diversas vezes.
Minha preocupação era a porta. Mais até aí, eu já estava safada.
Cavalguei em seu colo enquanto nos engoliamos no beijo.
Ele tirava o excesso de cabelo da minha testa, pressionava minha cintura e massageava a polpa da minha bunda. Ele deslizava sua mãos suavemente.
-Você é linda. ( ele olha no fundo de meus olhos ).
Me coloca de volta na cama e cola seu rosto com o meu. Seu peitoral vai subindo e descendo até chegar no ápice.
Apertei a bunda dele sem querer e soltei.
-Pode segurar, eu deixo.
E ele apõe de novo.
-Pode se aproveita de mim, meu corpo é seu ( seu rosto continua colado no meu ).
Não tenho mais fôlego e ele acelera fazendo expressões fofas. Ele fica fofo quando fica de pau duro. Ele faz uma carinha inocente. Da vontade de coloca-lo num potinho.
-Tá ótimo pra um torturador ( digo engolindo minha saliva para não escorrer ).
-Nunca fui fã de tortura, acho que você tem que sentir, só apenas sentir.
Ele passa a mão pelos meus cabelos massageando, da beijos leves no pescoço, e segue pra minha região íntima.
Ele abre bem minhas pernas, e sua cabeça fica no meio delas.
Fecho os olhos, aquilo é um alívio para minha tenção. Sua língua quente, me faz segurar firme no lençol, logo ele sobe e me olha novamente, me põe de costas sentada, minha visão é a parede, mas quero olha-lo. Ele da algumas provocadas em meu ouvido e eu viro para beija-lo.
-Vem
ele se deita na cama
E eu vou engatinhando, não sei porque faço isso.
Beijo e mordo seu corpo como quero.
Até sento nele de costas, para que ele tenha uma visão mais privilegiada.
-Você é bem safada! ( ele comenta ).
-Tem coisas que até eu mesma duvido.
-Quero que veja uma coisa!
Ele até se ajeita na cama para ver.
Eu faço o que nunca imaginei.
Me masturbo na frente dele.
E ele coloca fica imóvel, sem nenhuma reação.
Não sinto mais vergonha e ele não tira os olhos de mim.
-Não tem graça, se não for você ( tiro os dedos de mim ).
E como imaginei ele faz.
-Continua.. Não para seu gostoso.
Ele ri.
-Não vou parar.
Quando acabamos ele me da um beijo na testa e eu encosto a cabeça em seu peito.
Pouco tempo depois, ouço batidas na porta, quase arrombado-a.
Levanto a cabeça e estou deitada sob o braço dele.
-É o Eiriiiii, foi real mesmo? Ele.. transou comigo, como sou idiota.
Coloco a mão na testa.
E tira  a mão de minha testa e beija.
-Você não tá nessa sozinha.
-KATHARINA PRA QUE TRANCAR A PORTA!!!
-É MEU QUARTO MÃE!
-VOCÊ NUNCA FOI DISSO.
Respiro fundo, mas me falta ar.
-Eiri você vai ter que pular.
-Agora temos 14 anos?
-É sério.
-Nem fudendo!
-Então entra no guarda-roupa!
-Nesse guarda-roupa de barbie?
-Anda.....
Ele me olha com cara de deboche.
-Posso ser o abajur o que acha?
-Grrrrrrr.. Não me irrita, eu tô puta com você seu cretino.
-Eu tô suave, porque consegui o que eu queria.
-Babaca!
Ele bagunça meu cabelo  e finge abrir a maçaneta.
-Você não é louco?
Empurro ele para o armário.
-ENTRAAAAAA...
-Mais tá trancado? ( minha mãe respondi lá de fora ).
-Não é você. ( respondo a mulher desesperada lá fora ).
-Mais Você é uma mula mesmo ( Eiri coloca a mão na cara e depois coça a nuca ).
-OBEDECE
-Tem wifi aqui dentro? ( ele tira sarro da minha preocupação ).
-Grrrrr.... ( fecho a porta do guarda-roupa na cara dele ).
Me viro como da.
E minha mãe entra rapidamente.
-Quê?
-Hummmm...
-Quê?
-Tava falando sozinha?
-Lógico, com quem vou discutir, eu tava lendo livro.
Olho para o livro em cima da cama.
-Que cama desarrumada.
-Né, tenho que parar de me mexer a noite.
Rezo para que ela não queira dobrar os lençóis.
Minha mãe pega as roupas sujas do cesto e leva.
-Vê se abre a janela, tá um cheiro de perfume forte.
-Tá!
-E vê se toma banho, porque se isso for suor...
-Tá MÃE! VALEU!
Olho para a porta quase falando "saia".
Abro a porta do guarda-roupa.
-Pode sair!
-Aham.. tá.
-Eiri?
-Qual foi?
-Você tá comendo meus biscoitos e meus finis? E onde você arrumo esse refri?
-Tava jogado ai, mó bom..
-Você tá comendo, no meu guarda-roupa? Nem é folgado né?
-Eu tava com fome.. ( ele me olha neutro enfiando um biscoito na boca ).
Antes que eu fale, ele enfia uma na minha.
Enquanto tomo banho ele se veste e sai.
-Eiri.. sabe o que eu tava pe...
-Cadê ele?
-Eiri?
Me pergunto, mas nada dele. Só um bilhete.
-Voltarei quando quiser..
Grosso...
Irina? Posso entra?
-Fala Adam? ( digo desapontada ).
Tem uma caixa lá fora pra você.
-Caixa? Sobi então.
Ele pega a caixa pesada.
-Nossaaa, é chumbo.
-Miau!
Escuto um barulho vir  da caixa.
-Olha ela se mexe!! ( Adam se impressiona ).
-E fala..( digo erguendo as sobrancelhas ).
Quando ele põe no chão o bicho sai sozinho.
-Haaaa, noooossa, Adam é o.. é o, Eiri 2.
-Como?
-É o nome desse bola de pelo fofo da mamãe, era do Eiri, quer dizer mais meu do que dele.
-Com certeza foi ele que deixou essa entrega! ( Adam aponta para caixa ).
Carinho seu pescoço fazendo-o ronronar.
-Ele tá parecendo um cachorro de grande.
-Bem tratado ele, não acha?
-Alguém cuidou bem, apesar de falar um monte. ( indireta a Eiri ).
Ele vem com uma coleira, com um Sininho e uma medalha dourada escrito.
-Esse é um laço que ainda não se partiu..
-Cadê o sentido? ( Adam até lê de novo pra ver se é isso ).
-Tudo pro Eiri tem significado, ele não da bola fora, preciso ver em seu livro.
Passo as páginas depressa, tento achar pistas..
-Nada é em vão Adam.. nada!
Eu garanto e ele ergue as mãos para cima em defesa pessoal.
-Hã..
-O que?
O gato se alisa em mim, e sobe na cama, olhando para minha cara.
Sento ao seu lado, ele passa o rabo na minha cara e pisa no livro com as patas.
-Paraaaa! Desce Eiri.
E a página que o gato sem querer esbarra é justo a que eu queria.
-Pois esse é o presente que nos uni, e se me amar de verdade, irá aceita-lo de volta, pensando em mim, olhando para seus olhos.
-Ele ESCREVEU ISSO?? CARALHO!
Adam solta um palavrão.
-Adam, ele é mais louco do que pensei.
-Poeta! ( Adam aplaude ).
-Quanto mais eu fujo, mais me aproximo.
-É isso que chamamos de destino ( Adam abre os braços e ri de proprósito ).
Olho para o pôr do sol e me imagino daqui pra frente.
O livro em minhas mãos se fecha e o sopro da brisa invadi meu quarto.
-Não consigo me livrar de você.... Andrew Foster.


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