O que ele quer de mim?

Nunca se deve amar um coração congelado

Meu corpo está dormente, olho para os lados e uma névoa me ronda, vejo um corvo e começo a correr. Meu vestido gigante, fica cada vez mais pesado, vou tropeçando, mas prossigo mesmo assim, sem rumo ou direção, desordenada, como uma criança corre de um chinelo. Com medo de morrer, quase sem fôlego, tropeço em um galho enorme, finalmente caio percebendo que minha cara bateu em um bloco de pedra escrito "Andrew Foster". E levantando a cabeça, dou de cara com o mesmo corvo, dessa vez seus olhos são idênticos aos de Eiri. Ele avança em mim e logo tudo se apaga.
-Eiiii eiii, tô aqui, se acalma!
As mãos de Eiri estão me chacoalhando para acordar.
-Aiii meu deus Eirii..
-Calma, o que foi?
-Eu.. vi, eu vi..
-Viu o que?
-Você, tava lá, era o corvo e correu, ai eu corri, e caiu e você olho..
-Que droga se tá usando, sério?
Ele me olha debochado porém preocupado.
-Minha mãe, os sonhos.. são reais, ela tem razão, como fui burra.
( levanto com as mão no cabelo, falando sozinha ).
-Irina, se já lá o que você viu, esquece! Isso não existe.
Olho pra ele e em seguida me ajoelho no meio de suas pernas.
-Acredita em mim!
-Para de besteira foi só um sonho idiota.
-Era pra você ter morrido, Eiri!
Ele fica pálido e desvia a conversa.
-Até quando vai se enganar..
Ele coloca as mãos na cabeça e fica olhando para o chão por alguns minutos.
-Ei..
-Da pra cala a boca, tem muita merda acontecendo e eu tô dando prioridade aos seus contos infantis.
Me levanto, o encarando com raiva.
-Se o Raider tivesse aqui..
-É mais ele não está KATHARINA! Quer me dizer mais alguma coisa, quer me chatear, aproveita, faz o que quiser enquanto pode, porque quando eu me irritar de verdade me livro de você.
Dou um passo a frente demostrando coragem.
-Duvido.
-É melhor se afastar. ( ele levanta e olha no fundo de meus olhos ).
-Não tenho medo de você.
-Pois devia ( ele permace frio e sério ).
-Suas mudanças de humor não é normal, deveria se tratar.
-Concordo ( uma voz surgi no corredor ).
-Alexia? O que faz aqui?
-Vim buscar a Isadora e avisar vocês da tragédia, esqueceu?
Eiri rosna e eu baixo minha cabeça.
-Como vão ficar as coisas? ( ela estende um café a Eiri ).
Eiri rebate, e o copo voa, molhando o chão.Um pouco respinga em nós duas.
-Wowww!! ( nossa reação chama a atenção do loiro ).
-Baixa a bola esquentadinho! ( berro ).
-Da pra parar de ser pré-histórico. ( ela cruza os braços).
Ele a olha feio estreitando os olhos, eu entro em sua frente para que ele não faça nenhuma besteira. "Ele nunca me machucaria".
-Sai da minha frente.
-Nunca! Só por cima do meu cadáver.
-Corajosa! ( ele debocha ).
-Quando for preciso, sim!
Ele rosna e desvia o trajeto.
-Vocês são chatas pra caralho, odeio ficar sendo vigiado e ainda mais com tanto questionamento, tudo vocês querem saber..
-Onde você vai?
-Da um tempo.. ( ele sai com as mãos no bolso pelo corredor ).
Olho para Alexia e ela balança a cabeça.
-Só sei que quando tudo isso acabar vou levar a Dora daqui.
Ela me olha sem graça e se afasta antes que eu pergunte.
Eiri foi reconhecer o corpo, foi no trabalho e ficou olhando por mais de uma hora hipinotizado por sua cadeira.
Passava a mão nas coisas e seu semblante mostrava lembranças. Lembranças que vinham em sua mente de cinco em cinco minutos. Coisas boas e ruins. Eles se conheciam desde os 5 anos. Foi o primeito amigo de Eiri. Ensinou ele a beber, a cantar garotas, e até mostrou o cigarro.
"Graças aquele doido, hoje ele é viciado na nicotina".
Acompanhava ele nas missões loucas, nas viajens, pulava muros para matar aula, explodia coisas, subornava, provocava, roubava, arrumava confusão, Pixava e até chegou a sequestrar um professor.
Ele me contou isso mais de dez vezes, acho que é porque ele não tinha ninguém pra contar.
"Um irmão". Era assim que o loiro frio o via. Um braço direito a qual confiou sua empresa e outros méritos.
Ele me deu aquele pirulito, passeou comigo e o pouco que convivi com aquele doidinho sem freio, percebi que tinha um coração bom.
Arrancava sorrisos, principalmente do Eiri, era um dom.
O tempo com Raider corria, era incrível. Queria ser assim.
Não sei se ele teve esposa ou filho mas, ele tá melhor agora.
Fomos aonde devemos ir, Alexia deu forças mais Eiri estava firme. Eu nunca imaginei vê-lo assim. Muitos dizem que é uma armadura, uma máscara, ele sente, mas não demostra. Ele só chora por causa de mim. Ele não sorria, não demonstrava emoção, bebeu wisque o dia inteiro e o pior está sóbrio!
-Eiri já chega!
Pego a garrafa quase no fim e guardo.
-O que mais você quer tirar de mim Irina?
-Quê?
-Já tirou tudo! Quer minha alma também?
-Credo Eiri!
-Que é?
-Para de ser louco, e tenta comer algo.
-Eu sei onde é a geladeira.
-Sou eu que te sustento, ok! Se não fosse eu alugar essa casa, você estaria em depressão naquela outra!
Ele desvia o olhar do meu.
-Tá me ouvindo?
Ele levanta e sai pela porta.
-Onde tá indo?
-Comprar bebida, já que você não me deixa pegar a minha.
-Não vai! Ou..
Ele se vira pra mim e me olha feio.
-Ou o que? Vai me entregar a polícia, me bater com uma colher de madeira, a não deixa eu adivinhar, me trancar no quarto! ( ele debocha ).
-Não tem graça! ( respondo furiosa).
E solto.
-Não tá gostando! Vai pra sua mãe ou pra debaixo da ponte.
-Como quiser ( ele nem me encara, só bate a porta ).
Bato na testa várias vezes por falar abobrinha.
Quando vou segui-lo, Sebastian aparece e eu dou sinal para que vá atrás dele.
Três horas de pura agonia Eiri aparece, e eu corro para abraça-lo, ele não retribui.
Ele me afasta e desvia das perguntas.
Vai se deitar e lá fica até o meio dia.
Já se passaram sete dias e Eiri está na pior, ele paro de vez o tratamento, falando que vai morrer mesmo, e não tem jeito.
Nossas conversas acabam em conflito. Queria muito minha vida de volta, mas não dá, assim não dá.
-Come!
Ele pega o prato e arremeça na parede.
Dou o suco e ele derrama inteiro no chão.
-O que faço com você? ( me pergunto com medo ).
-Me deixa em paz, vai embora e não volta mais!
-É o que quer? Mesmo?
Ele se cala.
-Sei que me quer por perto Eiri! Não vou deixar você, por mais que seu orgulho o coma por dentro.
Alguém bate na porta e eu corro pra atender.
Quando abro é um jovem que aparenta ter 20 anos com a roupa preta por completo, jaqueta de couro e all star.
-Oii, quer algo?
-O tio andy tai?
-Andy? Conhece ele?
-Irina não abre a porta pra qualquer um. ( Eiri se aproxima ).
-Não tá me reconhecendo? ( ele olha surpreso a Eiri ).
Eiri arregala os olhos e responde.
-Luka?
-É.. a quanto tempo tio!
-Tio? ( eu rio ).
-É.. ele é filho do R-aaider! ( ele gagueja ).
-Sou ( o moço simpático confirma ).
-Caramba, que legal, nunca me contaram!
Ele entra, toma um café e conta que veio de Londres.
-E você garoto? Quantos anos tem?
-Já tá assim Katharina? ( ele diz ).
-Qual é? Capaz de você ser mais velho que eu.
-Tenho 16.
-Quê? ( minha boca literalmente cai ).
-E você?
Engulo seco e respondo.
-21.
-Wowww que irado, então você é tiazona.
-22 na verdade!
-Aé?
-É hoje mais, não importa!
Ele me encara e sorri.
-Tá cuidando bem do meu tio.
-Tá debochando?
-Não é sério, ele precisa mesmo, se não fosse você...
-É nem precisa continuar. Sou a pilastra dele.
-Quem dera minha familia ser como você.
-Porque não veio antes, ou sei lá, não...
Ele me corta.
-Nossa relação não era boa, só isso! E não sou falso.
-Tá certo ( concordo mesmo discordando ).
-Rapaz.. você é bonito! Deve dar trabalho pra mulherada.
-Ahhhh tem umas legais ai, mais é só curtição, se amarra não dá, sacou?
-Saquei, tá sacado!
-Kkkkkk tiazona!
-Me respeita moleque!
-E quanto aos estudos?
-Caminhando ( ele dribla ).
-Sua mãe?
-Fugiu com um cara rico, pra Itália.
-E você? O que fez nesse tempo?
-Aprendi a me vira só, Raider não sabia se vira comigo, quem me crio mesmo foi o tio Andy.
-Engraçado ele se dava bem com a Isadora, mas não o Eiri, inverteram os papéis..
-Pois é! ( Luka da uma golada no café ).
Eiri sai do banho e decide morder uma maçã.
Passa por nós meio pensativo.
-Meu pai era legal, mas eu não era tão chegado sacou? Ele sempre se preocupou com os colegas da rua, bebida, jogo e farra. Minha ficava putaça, mas também só ficou com ele por ser ambiciosa.
-Credooo.. ( respondo com uma cara enojada ).
Ele ri.
-Até quando pretende ficar? E o grupo?
-Eiri! ( me policio para que ele não expulse o garoto ).
-Suave! Tô de passagem, só vim da uma força tio, vi que você tava meio deprê, a galera tá triste por você.
-Ah! ( ele acende um cigarro ).
-Bom! Eu vou trancar a facul de novo não da pra.. ficar envolvida com tudo, não consigo.
Eiri fica olhando pra sacada como se eu não existisse.
Me esforço pra não chorar de raiva, pois eu devia esconder minhas emoções numa hora dessas.
Acompanho Luka até a porta.
-Qualquer coisa esse é meu telefone!
Pego e agradeço .
-Eu vou.. pedir pra minha mãe celebrar uma missa o que acha?
-É.. seria bom.
-Vai lá então, depois te comunico.
-Falou! ( ele diz e eu fecho a porta ).
-Que menino conversador né, bonito fofo apesar das gírias.
Eiri permace imóvel.
-Bom.. vou preparar a janta.
E ele continua a me ignorar.
No dia da missa estamos todos lá.
Amigos do grupo de Eiri, tatuados com vestimentas estranhas, uns barbudos outros bombados até demais. Uma menina de cabelo vermelho e alargadores grandes, tatuada parecendo um gibi, tem um corpo arredondado. Me chama a atenção.
"Ela se destaca mesmo".
Isadora chega com a tia.
-Oii..
Alexia me olha sem graça, e não responde meu "oi".
- Cadê a dona Dalva?
-Tá com Pressão alta, ta internada.
-Meu deus.. tadinha.
-É, ela sempre teve, só que piorou de uns tempos pra cá.
Minha mãe passa por mim e vem logo com as notícias.
-Adam tá chegando ele foi leva a namorada em casa.
-Namorada?
- E a Victória?
-Ela tá pra se muda pra Flórida.
-Oxeee.. e você e o pai dela?
-Estamos bem. Ela vai morar lá por uns tempos, a Vic quis assim.
-Afff.. logo agora, que louca.
-Tá certo ela, ficar nesse inferno pra quê? ( Alexia se pronuncia ).
-Essa garota tem razão, quem é você filha?
-Sou Irmã do Andy!
-Ahh nossa tava bom demais pra ser verdade.
-Mãeee, na casa de deus não.
-Não tenho nada contra, e nem a favor, só faço as coisas porque você pede, sabe muito bem que ele é um tranqueira.
-Não é! Você não sabe nada sobre ele.
-Mas do que eu sei? Sai fora garota, não tô afim de saber mais nem um podre. Esse aí vai sofre muito ainda.
-Bate na madeira, que coisa horrível mãe.
-Escreve que eu tô te dizendo, as cartas não mentem.
Vou pra perto de Eiri e ele se mantem firme.
As palavras bonitas do padre me confortam, mas ele parece não prestar muita atenção.
Pra representar Raider, Eiri e o Luka vão segurar a vela e então rezamos.
Eiri não tira os olhos das chamas, como se ele quissese queimar junto.
Ele sem saber assopra a vela, e minha mãe o xinga mentalmente por não saber se comportar em uma igreja e também sobre suas regras.
Eu acendo a vela novamente ele leva á santa. E aproveito e mando ele queima umas outras que estavam no pacote.
-Queima uma pra você pecador, reza pra que deus tenha misericórdia da sua alma!
-Mãe! Respeita!
Ela me olha com desdenho e sai.
Eiri parece nem ter ouvido o que ela disse.
Ele acende as velas e uma delas se apaga.
-É normal? ( ele pergunta me olhando com aquelas olheiras enormes de noites mal dormidas e com um rostinho de bebê abandonado ).
Eu vejo que não é algo bom mas o conforto.
-Não significa nada, é que tá ventando bastante.
-Tá.. ( ele responde olhando firme para mim ).
Como sempre eu me arrepio com seu olhar, sou muito apaixonada por ele. E só percebi realmente naquele instante.
Uma pessoa se aproxima.
-Andy, quando marcaremos o casamento?
-Quê? ( Ele responde sem ânimo ).
-Garota! Estamos em um momento delicado, respeita!
-Falei com ele. ( ela me corta ).
-Eu falo por, ELE!
-Chega! ( Eiri diz a nós duas, sem olhar pra gente, caminhando com suas mãos no bolso para fora da igreja ).
-Andy! ANDY! ( Ashley repete seu nome, ecoando na igreja e ele só caminha ).
-Eu vou atrás....
-O quê? ( me assusto com a voz atrás de mim ).
-Vou matar quem matou meu pai, vou vingar meu tio também. Eu e o grupo.
-Lukaaa, ficou maluco?
-Não tia kate, só tô avisando, que mesmo que eu vá pro inferno, vou fazer jus ao que prometi.
-E o que você prometeu?
-Lealdade ( ele responde convicto ).
Em casa eu e minha mãe servimos café, chá e suco às vistas.
"Nunca vi uma casa tão lotada".
-E então? Descobriram quem foi?
-Não tia kate! Mas temos um suspeito.
Todos me olham pois sabem ou desconfiam que eu provavelmente conheço a pessoa.
-Menino você atiçou um formigueiro. ( a ruiva diz ).
-Olha.. tenha cuidado, precisamos de você vivo.
-O cara é peixe pequeno tia, ele nem tem costume de faze essas coisas, ele é pontual e estrategista, mas seu descuido vai resulta na morte. Porque quem mexe com nosso bando, não vive pra conta história.
Me arrepio nesse comentário e ele relaxa.
-Tem fotos? ( pergunto meia assustada )
A ruiva coloca todos na mesa, para que eu escolha uma.
Ao olhar meu coração dispara e minha respiração se torna pesada.
-Ahhh..
-O nome tia! Você sabe, não sabe?
-Filha não se intromete, por favor. ( minha mãe avisa se longe ).
-O nome, tia!
Sua voz engrossa.
-Light!
Todos se apavoram e começam a coxichar.
-Não diz pro Eiri! ( imploro pra que não contem ).
Eiri chega na porta, ele todos os dias vai visitar Raider, não da pra entender.
Eiri se tranca dentro do quarto
E começa a gritar sozinho, gritos de desespero, acompanhados de choro agoniantes, como se sentisse remorso ou algo do tipo.
Todos ficam em silêncio. E a ruiva desaba no choro.
-Filha você não pode ficar aqui, vou te leva de volta.
-Mãe ele precisa de mim. ( começo a tremer ).
-Olha pra você Katharina, está com medo! Medo dele matar você ou descontar a raiva.
-Não, eu consolo ele todas as noites, ele dorme bem, as vezes tem pesadelos mas..comigo do lado, ele fica melhor.
-Consola? ( ela ri ).
Eu rubirizo no mesmo instante.
-Sério filha, tá pagando de puta pra ele, e diz que ainda é consolo? Esse cara, só quer o seu corpo, nada além disso, tá tirando proveito da sua bondade, não existe amor.
-PARA MÃEEEE! Se eu transo ou não, se ele me come todas as noites, NÃO É PROBLEMA SEUUU! ( grito aos prantos ).
-Escuta aquiii garota!! Me respeita. Sou sua mãe.
-Eu não tenho medo da senhora, nada mais me assusta, quer dizer.. assusta sim, a ausência dele, vê-lo nesse estado, mas se o sexo ajudar então eu farei.
Ela me olha pasma. Sem acreditar em minhas palavras profundas.
-Se a senhora nunca foi amada, paciência, mais ele me ama, é mãe.. isso é amor.
A olho como quem diz "venci essa".
E saio.
Passam-se alguns dias. E ligo diversas vezes para Alexia trazer a Dora mais ela não quer saber, não desgruda da criança, é como se fosse filha dela mesmo.
A pressão de dona Dalva se normaliza e ela vem nos ver, beija minha testa, me entope de elogios. Eiri chora quando a vê, e suas lágrimas rolam em seu colo feito criança.
Seus soluços não passam, ele fica em prantos todos os dias, sem vontade nenhuma se fazer ou comer alguma coisa, até o sexo pra ele, não significa mais nada.
A louca e desequilibrada da Ashley marca o casamento.
Eiri fala que quer conversar comigo e então abre seu coração.
-Irina vou embora.
-Quê?
-Vou passar uns tempos com minha mãe e logo mais vou..
-Casar? ( começo a chorar ).
-É isso Eiri? Depois de tudo, ela não fez nada..
-É melhor assim ( ele comenta sem me olhar ).
-Paraaa.
-Katharina, você sempre se iludiu, desde o começo, sabe que o que tivemos não foi verdadeiro. Até sua mãe entendi isso.
-Não é real? Não pode ser...
-É! É real! Muito real.
-Porque não deixou claro..
-Sempre fui claro!
-Paraaa, PARA!
-Tô parado. ( ele retruca com Sarcasmo ).
-Como pôde? Você não é humano.
-Sou um mostro, que você aprendeu a amar.
-Olha nos meus olhos e diz que não me quer mais ( controlo o choro ).
-Você é persistente. ( ele sorri maliciosamente ).
-Você me ama sim, ama, ama, eu sei que ama, até hoje tava tudo bem, você nem tava dando bola pra ela.
-Já acabo o show?
Fico horrorizada com sua frieza.
-Não faça nada de imprudente.
-Vou fazer o que tem que ser feito, algo que só eu posso resolver, não tem nada haver com você. Deixa de ser infantil.
-Eiri não se arrisque, sabe que muitos querem ver você morto, e eu quero que fique vivo, pelo menos isso.
-Já tá desistindo de mim? Tão fácil assim?
-Eiriiii, quer ou não quer, ficar comigo? Para de me confundir.
Ele se aproxima de mim, se inclina para me olhar diretamente nos olhos.
-Eu vou, eu não vou voltar. Não se atreva a vir atrás de mim. Me esquece! Ou você vai ser a próxima da minha lista!
Engulo seco e permaneço firme, lhe roubo um beijo no mesmo instante, mas ele não se move, segura minhas mãos fortemente e solta.
-Não significou nada, assim como todas as noites naquela cama que nós tivemos.
Começo a tremer feito uma gelatina e minha mente já fica em alerta, algo está se quebrando em mim.
-Aprenda a separar as coisas, Katharina! ( ele sai pela porta ).
Eu espero para que ele volte mas, nem sinal.
Escurrego pela porta chorando, minhas músicas agora me consolam, ouvir isso me quebrou, como ele pode me fazer estar no céu em uma noite e de dia me dispensar desse jeito.
Só um coração congelado pra me fazer sofrer assim.