Acabei por adormecer a meio da tarde após tomar a medicação e só acordei ao fim da tarde já ás 19:40h.
Hoje era o dia de examinação psicológica que acontece 3 dias por semana e todas as semanas, nessa examinação feita pelo Guga ou pelo Rick, quando o mesmo tem tempo, eles vêm o meu estado psicológico ou melhor dizendo, viam a evolução do meu estado de amnesia.
Eles basicamente fazem perguntas ás quais eu tenho de responder e vez ou outra faço um exame ao cérebro para verificar se os danos causados com uma suposta batida forte num objeto bicudo que perfurou a parte do cérebro responsável pela memória e audição ( uma das consequências do que me aconteceu foi a atrofia da audição que em dias de chuva e em locais com mais ruídos causa-me uma surdez temporária, uns instantes de vazio auditivo) e como hoje não era exceção, o Guga apareceu no meu quarto para me fazer essa avaliação pouco tempo depois de eu acordar.
- Olá princesa – Guga disse enquanto me dava um abraço desajeitado devido a minha posição na cama.
- Olá Guga – bocejei – tenho que me levantar?
- Tanto sono, mas não precisas linda – pegou na sua prancheta e numa caneta – vamos lá, tens tido mais alguns fragmentos de memórias?
- Algumas, as lembranças de melodias é o mais frequente, mas isso já acontece á meses.
- E mais nada para alem disso? Cheiros, vozes, até mesmo pessoas, locais, nada?
- Hum, talvez alguns cheiros e umas vozes que aparecem no sonho mais nada. – disse enquanto coçava os olhos.
- Ainda costumas ter esse sonho? – Gustav encarou-me com uma feição de surpresa.
- Sim, é muito frequente, mas só á pouco é que comecei a ouvir umas vozes, mas ou falavam num idioma desconhecido por mim ou simplesmente eram frases desconexas – dei de ombros.
O sonho de que falamos é um sonho recorrente que tenho tido desde que cheguei á clinica, no sonho simplesmente está um fundo preto e eu começo a chorar e a minha respiração começa a ficar instável, do nada ouço um barulho forte e por vezes as tais vozes, e de repente muita água se forma á minha volta e um fundo vermelho forte faz-me acordar com a respiração descompassada e uma forte dor nos olhos.
- Quando dizes muito frequente queres dizer com que frequência exatamente?
- Ahm, talvez uns três dias numa semana, mas não consecutivos.
- Hum, ok – Guga disse me dando um sorriso fofo sem mostrar os dentes.
- Mais alguma pergunta senhor capitão? – disse fazendo continência.
-Por hoje não tenente. – Ele disse me dando um sorriso de orelha a orelha, coisa mais fofinha. – Agora vou deixar a princesa... - pigarreei – a tenente mais linda desta clínica descansar – ele disse oferecendo-me um beijo estalado na bochecha que eu logo retribuí. – Xau Sol da Noite.
- Xau capitão cuecas – disse e ele saiu soltando uma risada bem gostosa de ouvir.
Voltei a deitar-me na cama com um sorriso na cara que logo foi trocado por um bocejo.
- Posso entrar ou a fera ainda está brava – Ariana espreitava para dentro do quarto como se tratasse de um animal selvagem á solta – Só vim trazer comida – afirmou após o meu silêncio.
- Ai entra, a comida não se nega a ninguém – desencostei-me da cabeceira e sentei-me na cama com as pernas á chinês.
- Então se eu viesse sozinha não me deixavas entrar? – Ari pousou o tabuleiro no meu colo e sentou-se no cadeirão perto da janela onde o Guga estava sentado antes.
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Inside my head
Romance♢ Ela era apenas uma adolescente normal, ou pensava que era. Ela queria ser normal, ser feliz e ter uma vida cheia. Mas, como ninguém manda no destino, ela apenas se esqueceu. E se de um dia para o outro acordasses e te deparasses com o quebra-cabeç...