And Now?

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Previously

... depois de todas as duvidas eu tive a minha certeza... - olhei para ele á espera de uma resposta que apesar de demorada acabou por vir.

- Uau.....e ahm....que certeza era essa? – ele perguntou olhando-me nos olhos.

- Esta – aproximei-me dele e colei os meus lábios nos dele, nesse momento um arrepio atingiu a minha espinha e um fio de eletricidade percorreu o meu corpo.

Durante todo o beijo o meu corpo gritou de alegria, eu sentia-me feliz e sobretudo eu sentia-me completa.

Pensava eu

...

O beijo começou calmo, primeiramente foi um toque de lábios subtil, mas ele separou-se, quebrou o contacto e me olhou nos olhos, depois de todos os sentimentos, duvidas e receios ele viu a minha alma através dos meus olhos e também algumas lágrimas que teimavam em cair pelo meu rosto, e aí ele limpou-a, beijou a minha testa e logo atacou os meus lábios novamente.

Desta vez aquele beijo era urgente, era uma troca de sentimentos mútua e que queria mostrar a ambas as partes o que realmente era sentido pelos corações.

Neste momento já estávamos os dois de pé, o conflito prazeroso dos nossos lábios faziam um barulho hipnotizante que preenchia o silêncio do quarto.

Ele começou a empurrar-me em direção á parede e me encostou a ela prensando os nossos corpos, como se naquele momento quisesse transformar dois corpos num só.

A sua língua pediu passagem e eu a cedi, nesse momento as minhas pernas fraquejaram, a sua língua explorava os cantos da minha boca como de quisesse conhecer o desconhecido, mas a maldita falta de ar nos fez abrandar e de modo a encerrar o beijo eu mordi o seu lábio inferior, arrastando os meus lábios á medida que o largava.

E como em todos os filmes acontecia, eu agora temia o que aconteceria após o beijo, talvez um momento constrangedor, mas não, ele abraçou-me e deixou-me um beijo na lateral do meu pescoço.

Um sorriso apareceu no meu rosto, tão grande que parecia que ia rasgar os tecidos da minha cara, afastamo-nos do abraço e ele mostrava um mesmo sorriso que enchia o meu coração, o brilho dos seu olhos estava vivo e aquelas orbes esverdeadas olhavam-me de uma maneira um tanto intimidante, mas também apaixonante.

- Hum... - eu iria pronunciar-me primeiro, mas um ser decidiu interromper e abrir a porta, eu e Ethan afastamo-nos e tentamos recompor o nosso estado dos pós beijo, mas inutilmente.

- Vocês... - apontou para nós os dois – o que fizeram aqui... - a sua cara era de desconfiada, mas o tom de brincadeira estava presente na sua voz.

- Nós.... – ia responder muito envergonhada pelo que aconteceu.

- Eu não quero saber mesmo – soltou uma gargalhada e encarou o Ethan. – Senhor Doutor Walker, a sua sessão vai começar daqui a pouco, aquela que foi adiada por causa desta menina aqui – apontou para mim.

- Sim...eu... - encarou-me – eu já vou...

E dito isto dirigiu-se á do quarto de cabeça baixa e a coçar a nuca depois de uma despedida silenciosa pelos olhares.

- Ai Ariana...não sabias aparecer noutro momento. – deitei-me na minha cama derrotada, eu não sei a minha idade real, mas neste momento sentia-me uma adolescente.

- Ah.. – colocou a mão no peito e fez uma cara dramática – desculpa, mas eu não tenho culpa de te ter dado o treco e de agora teres de tomar medicação – esticou para mim o tabuleiro com medicação que estava na sua mão.

- Outra vez? – peguei no tabuleiro e pousei-o na cama.

- Sim outra vez, mas quem deveria de perguntar "outra vez" – tentou imitar o meu tom de voz – seria eu, OUTRA VEZ Vitória? E porquê? Deu-te um ataque de paixoneta e tiveste aquela cena toda? – ela estava de braços cruzados e encarava-me com cara de má.

- Não olhes assim para mim... é muito stress – tentei defender-me

- É...sei... . pegou no tabuleiro depois de eu ter tomado a medicação – Eu vou indo e tu porta-te bem – virou-se para a porta mas parou – é verdade, o Ian queria vir aqui, mas como a senhora estava aí adormecida não o deixaram entrar, vai lá ter com ele, andar vai te fazer bem....e TU NÃO DESMAIES MULHER....

Dito isso saiu do quarto deixando-me a rir das suas atitudes sozinha, levantei-me e fui trocar de roupa, mas primeiro um banho...eu ainda sentia o cheiro de baba, não sei onde, mas se calhar foi devido ás convulsões.

De banho tomado vesti umas calças de fato de treino cinzentas bem justas por acaso e um hoodie do Ian que estava para lá no meu armário...será que o Ethan usa hoddies? Tenho de lhe perguntar, preciso do cheiro dele perto, não sei se iria devolver os do Ian mesmo, mas pensava nisso depois.

Dirigi-me até ao quarto do Ian e entrei porque a porta estava aberta.

- Ian? – sentei-me na sua cama.

Ele apareceu saído da casa de banho e põs uma mão na porta, mas logo olhou para o lado porque caiu qualquer coisa e nesse momento eu morri.

Ele estava só de calções de fato de treino cinzentos e um fio no pescoço e maneira que olhou para o objeto que caiu, matou-me, acho que ficou aqui um calor estranho.

Ele olhou para mim com uma cara triste, parecia mesmo preocupado ou talvez com medo de não me voltar a ver, levantei-me e corri para os braços dele abraçando-o com toda a minha força, um verdadeiro abraço de coala.

- Eu tive tanto medo... - ele sussurrou na minha orelha enquanto a sua cabeça estava encostada no meu ombro durante o abraço. – Não sei o que aconteceria se te perdesse – ele fungou, estava a chorar? Afastei-me do abraço e o olhei nos olhos.

- Não vais...isso nunca vai acontecer, eu juro. – Pousei as minhas duas mãos uma de cada lado da sua cara e limpei as lágrimas.

- Juras?

- Juro – sussurrei de novo e de bicos de pés deixei um beijo na testa dele. – Eu vou estar sempre aqui, contigo e para ti...

Abracei-o novamente e após o abraço peguei na sua mão e o puxei para a cama, deitamo-nos os dois e ele deitou-se no meu peito como se fosse uma criança indefesa, beijei a cabeça dele e deixei me adormecer com ele nos meus braços, eu é que tinha tido o ataque e estive ás portas da morte, mas neste momento o Ian é que precisava de cuidados como o carinho e companhia e isso eu lhe faria sempre e para sempre.

...

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Inside my headOnde histórias criam vida. Descubra agora