The Ghost || TaeGi

Eight

• Capítulo não revisado •

Boa Leitura... <3

[...]

     — Por que me trouxe até aqui, Jimin?

Eu perguntei olhando em volta de onde estavámos. Era um parquinho de criança.

Depois que disse aquilo para Jimin, no corredor da escola, o loiro disse que iria me contar tudo o que sabia, mas que só faria à noite. E quando a noite chegou, Jimin apareceu na minha janela e me levou até aquele parquinho.

— Era o lugar preferido do Tae quando criança. — ele explicou.

Jimin se sentou no balanço e me olhou. Entendi que era para eu me sentar no balanço do lado, então fiz. Observei Jimin olhar para o céu e respirar fundo.

— Ele andava vindo aqui, uns meses antes de... morrer. — ele suspirou antes de continuar: — Ele vinha aqui, pensava por um tempo e depois me ligava chorando me pedindo desesperado para que eu saísse de casa. Mal sabia ele que eu o observava da janela do meu quarto. O tempo todo.

Jimin apontou para uma janela de sua casa que estava a alguns passos de distância do parquinho, e eu me mantive calado, apenas ouvindo.

— Taehyung sempre teve muitos problemas familiares. Ou melhor dizendo, problemas com a família paterna, incluindo o que se dizia pai dele. — Jimin riu seco. — Ainda me lembro de quando ele chegou na minha antiga casa com o rostinho inchado e vermelho, chorando e dizendo que a tia Taehee tinha morrido.

Sentir minha boca amargar. Eu sabia que a mãe de Taehyung havia morrido, ele mesmo havia deixado isso claro ontem. Mas, ainda sim, era doloroso demais até para mim.

— Ele só tinha cinco anos. — continuou — Eu não sabia o que fazer. Eu também era só uma criança, afinal. Eu só lembro de ter levado Taehyung para a minha casa na árvore e ficar lá, chorando por horas, com ele. Foi um dia bastante doloroso.

Jimin enxugou as lágrimas que escorreram e respirou fundo. Eu até abri a boca para falar algo, mas desisti. A verdade era que eu não tinha o que falar, pois qualquer coisa que eu falasse seria inútil. Então apenas suspirei profundamente.

— Depois que tia Taehee morreu quem ficou com a guarda de Taehyung foi o pai dele, mas o velho não queria ter que cuidar de uma criança de cinco anos sozinho então...

— Espera! — eu interrompi com um tom incrédulo. — Ele não queria cuidar do próprio filho? 

Jimin riu amargo, como se sentisse ódio do que pensava naquele momento, e eu acho que o entendia.

— O pai dele, Yoongi-ssi, aquele homem não gostava do filho não. Ele dizia que o Tae era um erro, o erro que ele mais se arrependia de ter cometido. Ele odiava o Tae mas o Tae o amava, então tudo era pior. — Jimin se encolheu no casaco e então continuou: — O velho mandou Taehyung para a fazenda da avó paterna, outra que não gostava nadinha do neto. Para falar a verdade, ninguém daquele lugar gostava do Tae. Trataram ele como lixo, por dois longos anos. Eu tinha perdido contato com ele por esse tempo, mas quando ele voltou, nossa, ele estava péssimo.

A cada palavra que saia da boca de Jimin parecia uma facada no meu peito. Nunca na minha vida eu imaginaria que aquele garoto sorridente e iluminado que eu observava pelos corredores da escola, tinha passado por essas coisas na infância. Isso me fez questionar se Taehyung era cem por cento sincero com a sua personalidade feliz e divertida.

E, confesso, eu estava com medo de tudo ser apenas uma máscara que ele formou para esconder a tristeza.

— Quando ele voltou estava magro, pálido, com olheiras fundas e fraco. Tão fraco que não conseguia se manter de pé por muito tempo, ele teve que ficar internado por uma semana para se recuperar. Eu o visitava todos os dias e ele me contava a maioria das coisas que aconteceu no tempo que ele passou com aquela megera. — Jimin recuperou o fôlego e bufou irritado, mas no final sorriu — Para a alegria de todos nós, ela foi presa por cárcere privado e trabalho infantil.