Descoberta

VINTE E SETE - Passado - Parte II

Olá Gente! Demorou mais chegou! Antes que vocês leiam, vim dar um avisinho, como descoberta foi escrito com a versão física de a manipuladora do caos em mente, algumas partes desse capítulo podem fazer um pouco mais sentido conforme lerem as cenas novas de amdc.

— Rosa... — Tamara falou assim que colocou os olhos em minha mãe, cada vez mais magra, e mais pálida, na cama da enfermaria na base do Círculo. — Ela era a mais forte da nossa geração. A mais decidida, a que mais os odiava.

Eu sabia sobre quem ela estava falando, manipuladores, como eu e meu pai.

A enfermaria estava lotada dos Anti machucados que tínhamos trazido no caminhão. Jase, Raphael, Stefano e Felipa tinham me acompanhado até aquele lugar com Tamara.

— A última vez que conversei com ela foi quando apareceu com você nos braços. — A Anti continuou. — Ela me cobrou um favor. Queria um esconderijo nos moquifos, um registro novo para ela e para você, e a certeza que ninguém dos Anti voltaria por vocês, que ninguém soubesse que estavam vivas, tudo isso em troca de ter salvado minha bunda tantas e tantas vezes quando éramos recrutas.

— Então o que disse antes para Theodora era verdade? — Stefano perguntou. — Ela se aproximou de meu pai apenas para espioná-los?

O olhar triste de Tamara voltou para minha mãe.

— Sim. — Ela confessou e eu prendi a respiração. A feição de meu pai se tornou endurecida, e seu olhos encararam o chão perfeitamente limpo do lugar. — O filho do político mais influente da nova república, o mais forte soldado que se viu em séculos, e com vários boatos de reuniões e grupos suspeitos aqui nas fronteiras liderados por ele. Tínhamos que investigar, e enviamos a melhor.

Theodora, não chame atenção, é a única forma de vivermos aqui em paz. A frase que minha mãe me dizia várias e várias vezes, que antes eu julgava ser sobre a violenta realiade dos habitantes nos moquifos, na briga constante entre Anti e Governo, agora ganhava outro significado.

— Eu ia para as fronteiras a cada três meses para coletar e levar as informações que ela conseguia com Jase para os Sete, mas depois de um tempo ela se tornou menos efetiva, tinha cada vez menos informações, até que me disse que queria sair, que queria abandonar a causa, e que estava grávida. — Tamara continuou, e então olhou para Stefano. — Grávida do filho daquele que deveria seduzir.

Engoli seco. Minha mãe tinha ficado grávida daquilo que mais odiava.

— Não somos conhecidos por simplesmente deixarmos para lá, mas com a morte do pai de Jase e as notícias de que uma organização muito mais perigosa que os Soldados da Luz estava surgindo, não poderíamos mover tantos recursos por um membro desertor. Sabíamos que algum dia ela seria útil.

— Não consigo acreditar que tudo era mentira. Que ela não me amava. — Jase falou tão baixo que me perguntei se aquilo era mesmo para que nós ouvíssemos.

— Ah... — Tamara rebateu, um um pequeno sorriso no rosto. — Ela amava. Rosa ofereceu sua própria vida quando disse a ela que mandariam alguém para matá-lo por tudo que seu pai fez com os refugiados que se escondiam nos muquifos, antes de decidirmos que não valia o risco. Então ofereceu sua liberdade para que vocês pudessem viver fora de nossos radares. Rosa amava e ama todos vocês.

Eu senti o ar ficar mais pesado, e um bolo se formar em minha garganta. Ao meu lado, Felipa passava seu braço ao redor de Stefano, que parecia lutar com as lágrimas silenciosas que escorriam em seu rosto.

— Você disse que ela se envolveu com pessoas mais perigosas que vocês. — Falei, minha voz um pouco rouca demais. — Por quê? Se ela já tinha saído dos Anti, por que ela entrou para outra organização? Qual era a relação dela com a ordem?

— Eu não sei muito sobre isso, tudo que sei é em relação à aquele curandeiro, ele vivia na mesma vila que seu pai nas fronteiras, ele realizava testes elementais na população das fronteiras, e era o curandeiro dos Soldados que trabalhavam naquela base. — Tamara contou. — Mas agora sabemos que isso não era a única coisa que ele fazia por lá, quando finalmente voltou para a Capital e foi transferido para mansão, os Sete enviaram você para lá, para investigá-lo, eles não sabiam quem você era e eu não estava perto para impedir isso de acontecer. Quando retornei de uma missão você já estava na mansão, e minha promessa para Rosa tinha sido quebrada.

Minha cabeça lentamente percorreu os fatos que me levaram a mansão, minha busca descuidada por qualquer coisa que pudesse me levar a eles, os únicos que poderiam salvar minha mãe.

— E sobre o porquê de ela ter se envolvido com eles, eu não tenho certeza. — A Anti explicou, e então se virou para Jase. — Mas acho que você tem suas suspeitas.

Eu me virei para meu pai abruptamente, ele pareceu ter levado um soco com aquela declaração.

— Pai? — Stefano chamou.

— Eu não tinha ideia, mas desde que Theodora nos mostrou a conversa que teve com Tamara e que Jessè se revelou, comecei a suspeitar, mas não queria dizer nada até ter certeza, até que ouvíssemos dela. — Jase falou.

— Não precisa se explicar. — Ouvi a mim mesma falar. — Todos nós tivemos nossa cota de segredos. E tivemos nossas razões para mantê-los.

Jase suspirou e assentiu, seu olhar quebrado indo de mim até minha mãe.

— Eu devia saber que algo estava acontecendo, mas tudo pareceu tão maravilhoso, que não ousei duvidar, ou perguntar demais. — Ele começou. — Quando estava grávida de você, de 6 meses, descobrimos que tinha uma mutação rara, algo que deu errado em seu gene elemental, por conta de uma incompatibilidade entre sua mãe e eu, não estudei ciências, mas quase virei um especialista tentando encontrar a cura para o que faria que eu perdesse a filha que nem conhecia o rosto. Stefano por algum motivo, deu sorte, e não tinha a alteração, mas você sim. Ao que tido indicava sua mãe vinha de uma família que tinha o gene elemental mas por outra série de defeitos genéticos não o tinha aquele que combinado com o primeiro permitia o  controle, a manipulação. Já eu e minha família tínhamos a constituição perfeita de manipuladores, então essa combinação fez algo sair muito errado em você. Quando pensei que todas as opções tinham se esgotado, sua mãe veio me dizer que alguma coisa nos tratamentos novos de Jessè estavam dando certo, e que você estava curada.

— Jessè me salvou? — Perguntei.

O homem que eu tinha matado várias semanas atrás, era o mesmo que tinha me salvado, me dado a chance de viver?

— Jessè te salvou realmente. — Ouvi a voz de Ka, que se aproximava de nós sendo seguida por Gava, Treinador e Tomás, o professor que tinha sido incumbido de meus treinamentos com caos. — Mas provavelmente foi o culpado pelo estado de sua mãe, e por suas habilidades.

— Como? — Perguntei, minha voz saindo estrangulada.

— O soro.

Oláaaa pessoas lindas!!! Altas revelações nesse capítulo, o que estão achando??