meeting with the heartless

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O quão errado seria toda aquela situação?
Karen não só estava escondendo coisas do marido mas agora também de seu filho.

Depois do que ouviu do mensageiro, sabia exatamente o que Elizabeth Hemmings estas tentando fazer, e não poderia concordar com aquilo.

O quão estúpido seria não receber Elizabeth em sua porta? Sendo bem lógico,seria assinar a própria declaração de morte. Não que ela achasse que teria um decreto de morte, mas as coisas já não estavam muito boas e sempre é mais fácil piorar do que melhorar.

Aproveitou para colocar Michael com Daryl no quintal para tomarem um sol, fazia tempos que Daryl nem se quer via a luz do sol. Em partes ela queria dar um pouco de alegria ao marido, e o mais importante, não deixar os homens da sua vida ouvirem o que quer que Elizabeth tivesse a dizer.

Sabe por quê não se pode falar sobre demônios?
Isso atrai eles.

Lá estava a carruagem perfeitamente polida dos Hemmings, inconfundível. Não demorou para parar diante de Karen e Elizabeth descer do veículo. Fazendo uma cara estranha ao por os seus sapatos caros no chão.

— Karen Clifford, eu sou Elizabeth Hemmings e vim tratar um assunto importante com você.

— Dispenso a falsa cordialidade e modéstia. Não trate isso como se fosse um negócio, pois não é. — Disse tentando não perder a calma.

— Pôde notar que seu filho é muito estimado, e que os Hemmings demostraram grande interesse em sua companhia. Estou deveras frustrada com o fato de todos nossos convites terem sido recusados.

— Por que querem meu filho? De todos no vilarejo, por que meu Michael? — Se alterou, elevando um pouco a voz, fazendo Liz dar um passo para trás.

O loiro que estava admirando o pai, sentado na grama rala, ouvia a alteração na voz da mãe. Decidiu ir conferir, mas parou ao ver Elizabeth ali, optando por voltar para um ponto seguro.

— Você como mãe, deve saber como ele é especial. Ele esbanja graça, seria uma honra pra ele estar ao nosso lado. Eu não gosto disso tanto quanto você, então não irei enrolar, vamos direto ao ponto.

— Fica a vontade. — Disse de forma rude.

— Bom, sua cria tem dezesseis anos, certo? E como nós sabem-

— Dezessete. — Corrigiu.

— Ele não atingiu a maior idade e continua sendo sua responsabilidade. Então devemos falar com os responsáveis, e sabendo das suas condições, eu proponho um acordo. Nós daremos o suficiente para irem embora e poderem tratar a enfermidade de seu esposo, em troca, seu progenitor virar morar em minha residência. Se pensar bem, você está cem por cento no lucro.

— Vai embora. VAI, AGORA! — Karen se alterou, aquilo era um insulto.

— Miss Clifford, eu não seria tão rude se fosse você. — Alertou.

— Acha que pode vir a minha casa e tentar comprar o meu filho como se ele fosse um objeto? Ele não é, e não está disponível. Não é um escravo ou mercadoria, você não pode pagar por ele. Onde está seu coração?

Elizabeth fingiu estar ofendida, colocando a mão no peito. Olhou por cima do ombro de Karen, movimentando a cabeça para cima e depois para baixo.

— Você vai perceber que isso é o que vocês também querem e precisam...

— Vai embora. — Karen esbravejou entre os dentes, já sem paciência.

— Vocês vão ficar bem e seguros, eu garanto. Dou minha palavra que nada de mal será feito a vocês. — Elizabeth disse antes de dar as costas e voltar para a sua carruagem.

Karen não percebeu, mas a última frase não foi direcionada a ela, e sim a Michael que a Hemmings viu logo atrás.

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