Estava vivendo um romance de verão, em alguns meses eu já estaria na correria da Universidade, meu pai já estava combinando com o meu irmão para alugarem um apartamento maior para nós dois morarmos juntos já que eu iria frequentar a mesma universidade que ele, Stanford, era tanta coisa para me preparar, mas naquele momento eu só queria relaxar e curtir o meu mais novo namorado, David era um cara incrível e eu estava cada dia mais apaixonado, ele me mostrou um outro lado dele nessa última semana, que ninguém, nem mesmo o melhor amigo dele, vulgo meu irmão, realmente conhecia, ele estava demonstrando compreensão, carinho, zelo e muitas outras coisas que eu nunca imaginaria estar recebendo daquele rapaz que quase chupei no primeiro dia em que nos encontramos, ou melhor, nos reencontramos.
Segunda feira, já tinha se passado uma semana desde que eu tinha ido na boate do Matt, ele me convidou para ir ao apartamento dele, para conversarmos, como David estava ocupado em Nova Jersey ajudando os pais, eu descido ir." Se ele tentar me agarrar eu vou gritar até o vizinho do 213 sair, ele é muito malhado e vai dar um pau no Matt."
— Olá Arthur, pode entrar. — Disse Matt abrindo a porta após eu ter tocado a campainha.
— Olá Matt, uau que apartamento lindo. — Disse ao entrar em seu apartamento, a planta era basicamente a mesma que a do nossos, mas a decoração era muito moderna, toda em tons de azul claro e cimento queimado, o apartamento tinha uma pegada industrial moderno, era incrível, David então me convida para sentar na sala, onde havia dois grandes sofás cinza e um enorme quadro com uma pintura Neo-expressionista.
— Essa pintura foi um presente de uma grande amiga minha, ela mesmo quem pintou... — Comentou ele ao ver que eu estava reparando na pintura.
— É diferente... — Disse, na verdade era bizarro a pintura.
— Acho que alguém não curte muito o neoexpressionismo. — Disse Matt rindo e servindo duas taças de vinho.
— Com todo o respeito, mas não me agrada, eu prefiro artes mais renascentistas. — Disse, pegando a taça de vinho que ele me oferecia.
— Então você gosta de pinturas mais perfeccionistas... — Comentou Matt.
— Não só por serem perfeccionistas, mas pelo seu valor e conteúdo histórico, eu amo estudar sobre a Renascença. — Disse dando o primeiro gole no vinho.
— Que rapaz mais culto, muitos da sua idade não sabem nem quem foi Rafael Sanzio... Ou onde fica a Itália. — Disse Matt rindo.
— Eu adoro as obras de Rafael, a minha preferida é a Deposição da Cruz, acho de uma dramaticidade incrível, mas a Escola de Atenas não fica para trás não, acho que na verdade, as duas são as minhas preferidas... E eu tenho família na Itália ainda, então, não tem como eu não saber onde ela fica. — Comentei rindo.
— Além de lindo é um rapaz muito inteligente, tem um futuro promissor Arthur... Já pensou no que vai fazer? — Perguntou Matt.
— Vou para Stanford cursar direito, assim como o meu pai. — Disse tentando fingir um orgulho.
— Você não prece estar muito a fim disso. — Disse Matt.
— É o que eu tenho que fazer, então eu farei. — Disse convicto.
— Claro que não, você não é obrigado a fazer algo que você não queira. — Respondeu Matt se aproximando de mim com sua taça na mão.
— Perante a vontade do meu pai, sim eu sou obrigado, eu já me conformei com isso. — Disse enchendo a minha taça com mais vinho.
— Sem a pressão do seu pai, o que você realmente queria fazer? — Perguntou Matt.
— Eu não sei, talvez algo mais voltado ao lado artístico, sei lá, eu realmente não faço ideia. — Respondi.
— Eu, Matt, acredito que você tem muito potencial, você deveria mesmo reconsiderar algumas decisões que anda tomando em sua vida... — Comentou Matt ele estava tão próximo de mim que eu conseguia sentir a sua respiração.
— Enfim, eu não quero mais falar sobre isso. — Disse me afastando um pouco dele.
— Relaxa Arthur, não precisa reprimir isso dentro de você, pode confiar em mim, pois eu confio em você, ou você já me viu tomando vinho caro com alguém da sua idade? Ainda mais no meu apartamento! Eu vejo em você algo que você ainda não conseguiu ver... — Disse Matt
— Oque? — Perguntei confuso.
— Eu vejo o quanto pode se tornar grande, o quanto você tem potencial de alcançar grandes coisas, tão além de mim ou até mesmo do seu pai, você pode voar alto menino, mais alto que todos, mas só basta uma coisa... — Disse Matt, tomando um gole do seu vinho.
— Que coisa? — Perguntei, queria ver onde essa conversa vai chegar
— Estar disposto a pagar o preço... — Respondeu Matt.
— Como assim? Pagar o preço. — Questionei.
— Pessoas destinadas a grandes coisas sempre tem um preço a ser pago, um relacionamento amoroso, um relacionamento famílias, alguma coisa do tipo, mas em troca desse sacrifício, elas conseguem alcançar o que desejam e se tornar quem realmente são... — Respondeu Matt se levantando.
— Você é um Illuminati? Sério, que papo mais estranho. — Disse rindo de nervoso.
— Pensa bem no que eu disse Arthur, você é inteligente e se eu fosse Illuminati eu não precisaria continuar trabalhando com o que trabalho. — Disse Matt rindo.
— Desculpa a brincadeira, mas eu realmente queria conseguir enxergar em mim tudo isso que vocês dizem ver, toda essa beleza, todo esse carisma, toda essa inteligência, eu não me vejo como alguém especial. — Disse.
— Você não é especial, você é único, você é como um diamante raro, só falta uma lapidação e estará perfeito. — Disse Matt indo em direção ao seu bar.
— E acredito que você gostaria de me lapidar, estou certo? — Perguntei.
— Gostaria sim, mas tenho pouco tempo, porém, acredito que a pessoa certa para isso seria o Jonathan, afinal, ele já foi um garoto com coração de diamante assim como você e hoje é um dos maiores estilistas em ascensão. — Respondeu Matt voltando a se sentar com uma nova garrafa de vinho.
— Se você não tem tempo para mim, quem dirá Jonathan Heidelberg... — Disse.
— Primeira lição! Para de se rebaixar tanto, você é Arthur Lucchesi! Porra! — Disse Matt bravo. — Tenha mais atitude, imponha mais a sua opinião e lute por aquilo que você quer, independente do que seja, essas são as minhas dicas para você... — Disse Matt bebendo direto da boca da garrafa.
— Acho que já chegamos na parte onde dispensamos as taças. — comentei rindo.
— Eu gosto muito de você Arthur, espero que possamos ser bons amigos. — Disse Matt me abraçando.
— Eu também Matt, mas acho bom você dá uma segurada no álcool, ainda é segunda feira. — Respondi.
— Essa é a última garrafa, prometo. — Disse ele terminando de virar o resto de vinho que ainda estava na garrafa.
Meu telefone toca, era o meu pai, eu precisava ir, me despeço de Matt, que já estava alterado por conta do álcool, ele apertou a minha bunda quando fui me despedir dele, mas eu relevei pois ele estava bêbado. Chegando em casa meus pais me contam que nós vamos na próxima sexta-feira para a Califórnia, visitar o Antony e aproveitar e já visitar alguns apartamentos para alugar, eu estava muito confuso, ainda mais depois de tudo o que o Matt havia me dito, ele realmente me fez pensar, eu não queria fazer direito de forma alguma, mas a pressão psicológica que o meu pai sempre pois em mim sobre isso é tão grande, que eu acabei fazendo o que ele queria, só por medo de arranjar mais conflitos com ele.
Me encontrei poucas vezes com David naquela semana, ele estava ajudando os pais no restaurante deles em Nova Jersey, então como já estava a um tempo sem amigos, pois depois da briga com o Taylor, Jenna também se afastou de mim, pois sempre que eu a procurava, ela me dava alguma desculpa medíocre para não nos encontramos, então eu decidi parar de procurá-la, eu estava passando bastante tempo com o Matt, ele sempre estava livre à noite, ele é uma pessoa muito legal, muito ambicioso e sempre parece sonhar alto, mesmo com os seus trinta e três anos ele ainda tem grandes sonhos para a sua vida, ele me contou da sua origem mais humilde e como um ex stripper conquistou a sua própria balada, estávamos ficando muito próximos, afinal éramos dois "abandonados" em Nova Iorque. Sexta-feira logo chegou, é o dia de irmos para a Califórnia, o meu pai disse que tinha uma surpresa para mim, viajamos até lá, encontramos com o meu irmão em seu atual apartamento, o nosso pai nos levou até uma belíssima casa em Southgate uma casa completa, toda mobiliada, com três quartos, todos suítes, uma sala de jantar e uma de estar, uma cozinha e uma maravilhosa área externa com churrasqueira, piscina uma vasta área verde, bem próximo da universidade de Stanford, a surpresa era que ele já tinha alugado a casa para que eu e Antony morássemos lá, eu achava tudo aquilo muito exagerado e sem nexo algum, por mim, podíamos muito bem morar nos dormitórios da universidade.
— Eu acho essa história do pai alugar uma casa de luxo para morarmos sozinhos a maior besteira... — Comentei com o meu irmão, eu tinha subido em seu apartamento para pegar algumas roupas que ele tinha comprado para mim.
— Eu não me importo, se ele quer que moremos lá, por mim tanto faz... Além disso, é uma casa muito bacana. — Respondeu Antony, me entregando uma sacola de roupas.
— Eu acho desnecessário, poxa... — Dizia quando fui interrompido pelo Antony.
— Você ainda não percebeu? O pai só está fazendo tudo isso porque o filhinho preferido dele está vindo para Stanford cursar direito e "seguir os passos do pai!" Porra Arthur não fode, se ele quer que moremos naquela casa maravilhosa, com piscina, churrasqueira, toda decorada, por que diabos você tem que transformar tudo em uma guerra? Aceita, já que você vai fazer algo que não gosta, pelo menos faça em um lugar agradável e se isso me beneficia melhor ainda, para de pensar no próprio umbigo maninho. — Disse Antony indo para o seu quarto.
Eu voltei para o carro e passei toda a viagem de volta reflexivo com o que o meu irmão havia dito, ele realmente tem razão, já que eu vou me acabar para estudar um curso que eu não queria fazer, por que eu não aceitar os mimos que o meu pai estava disposto a pagar. Chegamos de viagem super cansados, viajar no mesmo dia para a Califórnia e voltar era realmente muito cansativo, mas eu queria ver o meu namorado e contar tudo aquilo que tinha acontecido nesse dia exaustivo para ele, então assim que cheguei em casa, eu tomei um bom banho me arrumei e chamei um Uber para ir até o apartamento dele.
Chegando lá eu entrei sem nenhuma complicação, pois o porteiro já me conhecia, pedi para que ele não o avisasse para poder fazer uma surpresa, David é muito fã do time de futebol americano Oakland Raiders, então como o time é da Califórnia, eu pedi para o meu irmão comprar uma jaqueta dos Raiders e em um jogo lá, o meu irmão conseguiu o autógrafo do Derek Carr o Quarterback do Raiders, David é muito fã do Derek, sendo assim eu vou entregar a jaqueta com o autógrafo para ele, uns belos presentes." Eu sou um namorado da porra, caralho olha só esses presentes, ele nunca vai me superar."
Eu cheguei no seu apartamento parei em frente a porta e percebi que ela estava entre aberta então sem pensar duas vezes eu entrei. Quando eu vi a cena que estava em minha frente eu congelei por completo, deixei cair a sacola com os presentes, aquela cena congelou em minha mente como se fosse um flash, David beijando uma mulher em sua sala e não era um beijo simples era a porra de um puta beijo, quando eles me notaram o David quase jogou a mulher pela janela de tão forte que a empurrou, ela caiu sentada sem entender nada, David veio na velocidade da luz até mim, que chorando já me virava para ir embora.
— Não é isso o que você está pensando! — Gritou David vindo atrás de mim.
— Essa frase clichê de livros e filmes? Me poupe David, eu sou uma trouxa, eu sou o maior idiota, meu irmão estava certo sobre você, só me usou, foda-se você David... — Disse me virando para ir embora, Quando David me segurou com muita força pelo braço.
— Por favor, me deixa explicar! Arthur... Por favor. — Disse David ainda me segurando com muita força.
— Você está me machucando! Me solta David! ME SOLTA! – Gritei.
— EU NÃO VOU TE SOLTAR ATÉ VOCÊ ME OUVIR! PORRA! — Gritou David me sacudindo.
— Você está me machucando David, é melhor me soltar ou vai se arrepender muito, você que escolhe. — Disse canalizando toda a minha raiva eu uma voz baixa e direta.
— Arthur ela é a minha ex! — Disse David aos prantos.
— Vai se foder! — Disse usando toda a minha força para fugir dele, corri para as escadas e fugi o mais rápido que podia, entrei em uma rua aleatória e chamei um Uber para ir embora.**I'm not flawless, but I gotta diamond heart**
** X O X O **
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Diamond Heart (Coração de Diamante) - Romance Gay PT-BR (Em Revisão)
Teen Fiction(Romance/Drama/Aventura LGBT+) Arthur Salvatore Lucchesi, dezessete anos, mora com seus pais na cidade de Nova Iorque, um garoto comum, mas dono de uma beleza descomunal e um coração de diamante. Tem um bom coração e bons amigos, mas durante uma p...