O oceano no fim do caminho

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Oiê tortinhas de limão.
Como estão?
Espero que bem, hn.
Hoje temos mais um capítulo, espero que gostem.

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O Oceano no fim do caminho.

Esse era o nome do livro favorito de Kyungsoo. O livro guardado na parte especial da sua estante em casa, o nome do livro mais precioso, e que depois daquele dia, havia se tornado ainda mais especial.

E isso pelo motivo mais tosco que poderia ser, apenas por um laguinho tão pequeno quanto aquela cidade.

Naquele sábado não havia nada pra fazer de noite, pelo simples motivo de que o garoto havia o intimado a conhecer a fazenda dos Kim's, o lugar de onde vinha a maioria das coisas artesanais da cidade. E Chanyeol pareceu tão animado ao bater em seu quarto logo de manhã. Sem aviso prévio algum. Ele apenas foi lá e disse que eles iriam a fazenda. Não negou, parecia uma boa idéia... até ser obrigado a andar por uma estrada de terra seca que sujou toda sua roupa, ser apertado por uma senhora maluquinha e ameaçado com uma inchada por um senhor pior ainda. Algo como os donos do Cão Coragem*. E sem saber bem como, Kyungsoo acabou no curral vendo Chanyeol sorridente ordenhando uma vaca apenas para beber o leite fresco, ele achou algo bem nojento pra falar verdade, o que causou uma risada do Park lhe dizendo que era um fresco da cidade. E ele era mesmo, beber leite assim... Só outro tipo de leite.

Kyungsoo com certeza se lembraria daquele dia, principalmente de quando de tardinha, - logo depois do café das três onde a senhora Kim fez um bolo delicioso a qual ele e Chanyeol comeram até não aguentar mais- o velho maluquinho deu a idéia que eles fossem ver o lago.

Bom, eles foram.

Chanyeol todo saltitante com suas perninhas tortas e seu chapéu de palha pendurado no pescoço por uma cordinha. Ele contava sobre as suas bravuras de infância naquele lugar, contava sobre morar ali do lado antes dos pais serem donos do hotel da cidade. Ele contava cada pedacinho com alegria, sobre tudo que seus pais passaram para transformar uma pequena pensão em uma grande hotel.

Chanyeol era um bom contador de histórias.

Kyungsoo não conseguia parar de sorrir naquele dia, cada passo que deu até o pequeno lago onde um pouco mais tarde Chanyeol o empurrou na água, cada passo com um sorriso de coração nos lábios.

Puta merda, provavelmente nunca havia sorrido tanto naquela vida. E ainda sorria, ali parado no quarto de hotel olhando a janela, ele sorria ao se lembrar dos lábios do seu garoto contra o seu, da maneira como suas mãos pareciam se encaixar na cintura do grandão, como ele suspirava baixinho quando os lábios se separavam. E sorria mais ainda por saber que não fora apenas um ou dois beijinhos. Foram vários beijos, dentro do lago, sentados na madeira no fim da tarde, ou os vários beijos urgentes que paravam para dar no breu da estrada de volta para a casinha principal.

E chanyeol não o afastou nem uma vez, ele apenas ficou lá, todo entregue e sorridente... a coisa mais linda do mundo inteiro, bem ali nos seus braços.

E quando saíram da casa dos senhores depois de uma bronca por ficarem no Mato até a lua estar no céu, eles fizeram o mesmo trecho até a rua principal da cidade, o mesmo lugar que Kyungsoo odiou por o sujar, naquele momento, Kyungsoo o amou por ser palco dos risinhos mais bobos e fofos que trocou com Chanyeol.

O garoto dizia várias maneiras que eles podiam ser assassinados naquela estrada vazia e escura, mas por incrível que pareça, ele não parecia ter medo, não enquanto apertava os dedos de Kyungsoo entre os seus balançando os braços pra lá e pra cá.

Ele desejou estar ali pra sempre. O Do Kyungsoo que amava a cidade, todos os lugares bonitos e as pessoas intelectuais, desejou consigo mesmo estar pra sempre ali, naquela cidade pequena, naquela estrada escura, naquele trecho específico olhando o rosto bonito de Park Chanyeol iluminado pela lua.

Na verdade ele não estava acreditando, mesmo agora, de noite debruçado na varanda olhando as pessoas irem e voltarem de suas vidas... que estava apaixonado.

Porra, estava fodidamente apaixonado por Park Chanyeol.

E era tão simples.

Ele gostava do garoto, apenas isso.

E seu coração batia em uma sintonia esquisita, como uma filarmônica que tocava uma música feita apenas para o seu garoto.

E se ele parasse bem para pensar, Chanyeol era como aquele seu livro favorito do Gaiman*. Era aconchegante e confuso, o deixava feliz e irritado... só não podia guardar na estante.

Mas no mundo Chanyeol era a pessoa favorita de Kyungsoo, Chanyeol era seu oceano no fim do caminho.

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Eu nem sei o que dizer, só sentir.

1*: Referência ao desenho Coragem o Cão Covarde.
2*: Neil Gaiman, escritor inglês renomado. Autor de livros como Coraline, e o Oceano no fim do caminho.

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