Fora do Tom | YOONSEOK

XIV - Se Arriscar vs Abrir Mão

Hoseok

Dois meses haviam voado muito rápido desde o dia em que uma xícara de café quente na pele do Jung fora motivo para que Min Yoongi e ele começassem uma história um tanto diferente. Sentimental e um tanto intenso, Hoseok viveu cada dia ao lado do pianista como se fosse o primeiro, contudo ainda se policiava em muitas coisas por medo das repressões que poderiam chegar a sofrer em seu ambiente de trabalho. No começo, ele queria deixar a aventura como aventura, mas naquele momento, ele queria mesmo era dizer para o Min que o amava.

Amor... Um sentimento que para muitos tende a ser estranho e até mesmo incompreensível, porém não para Jung Hoseok. Ele sentia por todas as extensões do seu corpo um tipo de energia única que só era verdadeira e presente ao lado do Min. Muitas coisas em sua vida mudaram desde Yoongi, prioridades, significado de sorrisos, até mesmo o conceito de se sentir bem. Ele não queria ser escravo daquele sentimento, contudo estar ao lado de Yoongi o fazia mudar muitas perspectivas.

O ponto que intrigava Hoseok naquela manhã era algo que ele vinha percebendo há algum tempo. Ao se levantar e ir tomar seu banho para trabalhar, a mente inquieta do Jung mais velho vinha ponderando sobre um estranho comportamento de Yoongi naquela semana. O pianista parecia um tanto avoado, até mesmo nervoso em alguns sentidos. Ele não deixara toda sua atenção para com Hoseok de lado, mas quando mirava o horizonte, dava a entender que muitas coisas que não podiam ser ditas passavam por sua mente. Yoongi estava preocupado com algo que não iria compartilhar, Hoseok sabia bem disso.

Ele colocou sua roupa social de sempre, apanhou a mochila com os materiais e desceu para tomar café da manhã. Os pais já estavam sentados à mesa e a mãe com a gravidez quase em seu fim, reclamava de fortes dores nas costas. Porém, Hae Won ainda não havia descido. Estava atrasada.

- Hobi, vá ver se sua irmã já está vindo. - disse a Sra. Jung com cara de quem está desconfortável - Meu deus, essa criança não vai nascer nunca? - ela resmungou.

- Ela já deve estar descendo. - comentou sentando-se ao lado do pai - Hae Won não é de se atrasar.

- Bom, acho que para tudo tem uma primeira vez. - comentou Sr. Jung mordiscando um pedaço de melão - Por favor, vá chamá-la, Hoseok.

Hoseok respirou fundo e se levantou outra vez já indo em direção à escada. Não só Yoongi estava agindo de forma estranha nos últimos tempos, mas a irmã também. Não que ela contasse tudo para ele, porém sendo irmãos e tão próximos, ambos podiam muito bem detectar problemas um no outro e ele sabia que ela estava longe da normalidade. Foi até a porta do quarto da garota e notou que estava aberta, porém apenas por uma pequena fresta. Estava tudo escuro e apenas uma pequena luz emanava do que parecia ser o celular da garota. Hoseok hesitou antes de bater e talvez se sentisse mal depois disso, mas ouviu sussurros que pareciam vir de uma ligação e já que estava estranhando todo aquele comportamento e ela não falaria mesmo, decidiu que ouvir atrás da porta era o melhor a se fazer.

- Taehyung, eu não se devo ir hoje. - ela sussurrava aflita - Eu tomei minha decisão, mas não estou preparada para encará-lo ainda.

Hoseok franziu o cenho por dois motivos aparentes: O primeiro era que a irmã parecia estar realmente desabafando com Kim Taehyung, o que era estranho, pois esse papel geralmente era de Jungkook. O segundo é que um problema realmente parecia estar deixando a garota preocupada e esse problema envolvia alguém...

A mente do Jung mais velho era rápida, ele conseguia captar as coisas com facilidade, mas ainda era humano e com certeza podia errar vez ou outra. Assim como errara naquele momento.

"Se Hae Won está com problemas com alguém e não está falando com Jungkook sobre isso... Então ele é problema?"

Alguns dizem que não saber de certas coisas era uma benção. Talvez o fato de Hoseok não ter ideia de que o Jeon estava longe de ser quem atormentava os pensamentos de sua irmã e sim Min Yoongi, não fosse algo positivo. Até que ponto é justo ser o último a saber das coisas?