Capítulo 1

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"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. " -Platão.

Christopher

Olhava para a pista de dança de uma das minhas boates em Los Angeles, Scarlett Johansson dançava com uma amiga na pista de dança.

-Um tanto atrevida! - Anthony disse após bebericar da taça em sua mão.

-Não é comum um Johansson desse lado da cidade... Fique de olho, Anthony. -ele assentiu e saiu sumindo entre a multidão.

A garota perto dela foi para o bar, mas Scarlett continuou onde estava. Eu desci para a pista indo diretamente em sua direção, algumas pessoas tentavam chamar minha atenção.

-O que está fazendo aqui, Johansson? - ela parou de dançar por uns segundos e se virou para mim.

-Dançando? -ela disse cinicamente.

-Não brinque com o perigo, Scarlett! - falei e ela revirou os olhos.

-Perigo? -ela riu. -Nos poupe disso, Evans. -ela estava bêbada.

-Está avisada, Johansson! Papai não está aqui para te defender. -ela arqueou uma sobrancelha e se afastou.

Fui para o escritório após fecharmos a boate e me servi com whisky, comecei a olhar alguns documentos sobre as vendas da semana que estavam sobre a mesa. Os números bem altos, lado a lado com Johansson, bom, muito bom.

Scarlett

Acordei em meu quarto com o sol batendo em meu rosto, Lizzie dormia ao meu lado e recordei momentos da noite anterior, eu e Lizzie chegamos em casa pouco antes das quatro da manhã. Após fazer minhas higienes, desci para a sala de jantar, encontrando meus pais sentados à mesa, que estava pronta para o café da manhã.

-Como foi a festa? -minha mãe perguntou.

-Ótima.

-Você não se importa com os perigos ao se expor, não é? Precisa ter mais cuidado... –meu pai me olhou.

-Eu sei. - ri baixinho e ele sorriu. -Jeremy estava por perto.

-Temos alguns assuntos para tratar com você! -minha mãe me olhou. Ela parecia... Preocupada?

-Mais tarde conversamos, vou voltar a dormir. -dei um sorriso para eles.

Horas depois...

Parei na porta da igreja central da cidade e olhei em volta. Ninguém faria algo violento em uma igreja... Eu esperava que não. Entrei e fui em direção ao sujeito sentado em um dos bancos. Não havia ninguém ali então não teria nenhum problema.

-Onde está? -perguntei. Ele retirou uma pequena mala que estava sob o banco, a colocou entre nós dois e a abriu. Grana, grana pura. As vendas esse mês renderam bastante.

-São 9 mil da última semana... Os negócios estão bons nas fronteiras mexicanas. -eu assenti e peguei algumas notas, algumas pessoas dizem que dinheiro não traz felicidade... Acho que na verdade essas pessoas não sabem o que é ter dinheiro. Fechei a mala e caminhei em direção à saída da igreja, Jeremy estava me esperando.

Quando cheguei em casa entrei no escritório do meu pai, ele estava sentado à mesa de costas para a grande parede de vidro que tinha vista para a cidade, coloquei a mala ao lado dele que pareceu analisar cada detalhe do objeto e suspirou.

-Estamos fazendo um bom trabalho, não é? -perguntei sorrindo. Ele me encarou.

-Scarlett... Eu fiz um acordo com Christopher Evans. -olhou um papel em suas mãos.

-O quê? Nós não fazemos acordos com os Evans...

-Sim, eu sei. Nós estamos sofrendo ameaças de inimigos diariamente, nossos homens estão morrendo, as famílias deles também... Não posso correr o risco de te perder. -assenti levemente para que ele continuasse. -Um casamento foi proposto para que as duas famílias tivessem proteção e apoio nos negócios. Você e Evans se casarão... -o interrompi.

-Eu e Evans? Que ideia maluca é essa? -eu elevei a voz, ele apoiou os braços em cima da mesa e minha mãe entrou no escritório.

-Será apenas por um ano até que as coisas voltem ao normal, Scarlett! -ele bufou.

-Tem muitas maneiras de garantirmos proteção sem ser assim, pai! Não irei me casar com o Evans por uma vontade sua. –neguei com a cabeça.

-Eu disse a você que ela não aceitaria. -minha mãe olhou para meu pai enquanto colocava uma mão em meu ombro.

-Esse casamento acontecerá, um ano se passa em um estalar de dedos. -eu o olhei incrédula.

-Quando? -perguntei.

-Em algumas semanas. As pessoas pensarão que se casaram por amor. -ele deu de ombros.

-E as coisas por aqui... como ficam? -sussurrei.

-Você continuará cuidando de parte dos negócios, filha. Após um ano nós resolvemos as coisas para que você volte para casa... - ele se levantou e caminhou em minha direção. Me afastei saindo rapidamente do escritório.

Por que ele fez isso? Não tinha esse direito, obrigar uma pessoa a se casar é coisa de séculos passados. 

Bad Liar [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora