Just a Girl

Capítulo 11

-*- Kathe *-*

Assim que coloquei meus pés dentro de casa minha mãe veio falar bosta pra mim por causa do cabelo, mas no fim ela entendeu e até gostou, meu pai por sua vez, não esboçou reação alguma ele simplesmente deu um sorriso e disse que ficou bom e então voltou a análisar o jornal. Fiquei pensando em tudo o que já me aconteceu, acabei dormindo, acordei no dia seguinte e olhei para o relógio 05:13. Peguei meu celular e vi que só faltava 2 dias para a minha viagem, ou seja, hoje e amanhã. Tomei banho e fui pra escola andando, deixei um bilhete explicando pro meu pai a razão de eu ter feito isso.

Entrei na escola, analisando corredor por corredor, como vou sentir falta desse lugar, das pessoas, das aulas, de tudo, comecei a chorar pensando em como a minha vida mudou e em qual rumo estava tomando. Entrei no banheiro e lavei meu rosto, de repente um garoto saiu de dentro de um dos boxes do banheiro, espera eu entrei no banheiro masculino? Sai correndo e fui pra sala, meu Deus que vergonha.

As aulas se seguiram essa é a minha última sexta-feira aqui, amo o Brasil, mas é hora de mudar, sou brasileira sim, com muito orgulho, mas eu preciso de novas aventuras, novas emoções, preciso viver. Cheguei em casa e minha mãe estava embrulhando umas coisas, eu a ajudei, choramos juntas, nenhuma de nós quer se mudar, mas é necessário, minha matricula já está feita na minha nova escola e o pedido de transferência já foi feito, espero que eu me dê bem lá.

Meu pai vai passar a noite fora, ele vai dormir na empresa, precisa ajeitar uns papéis, hoje será só eu e a mãe na sessão de filmes, nossa última sessão de filmes. Toda sexta fazemos uma sessão de filmes, ficamos praticamente a madrugada em claro vendo filmes, é meio que uma tradição de família, desde sempre fazemos isso.

Acordei no dia seguinte com um aroma muito bom, olhei pro lado e minha mãe dormia como um anjo, se a minha mãe está aqui quem está cozinhando? Peguei um vaso na estante e segui para a cozinha com muita cautela, assim que cheguei no batente da porta vi que não precisava ter medo, eram as meninas e meu pai.

- Olha só quem acordou. - Meu pai sempre tirando uma com a minha cara.

- Dormiu bem bela adormecida? - Só agora notei Kaio e Marcel na cozinha.

- Bom dia meus amores. Vou acordar a mãe.

Acordei minha mãe ela fez o favor de beijar meu pai. Eu to acostumada, mas o pessoal não. Pô mãe, não fode tudo mãe, ôôôôôôô mãe, tinha que ser minha mãe, por que mãe? Hein? Por que? Fiquei meio constrangida o pessoal me olhava com cara tipo: Você não vai fazer nada? E eu meio que olhava pra eles com a minha cara: Tanto faz. Já to acostumada, uma hora eles param.

Depois do café da manhã ficamos o dia conversando e jogando todo quanto que é tipo de jogo, as meninas me ajudaram a fazer as malas e a gente se divertia lembrando as loucuras que fazíamos. Vou sentir muita falta dessas loucas.

No dia seguinte eu me despedi de cada uma no aeroporto, eu vou pra New York em um jatinho. Isso mesmo telespectadores em um JA-TI-NHO. Agora digam, meu pai é ou não foda? Ele é sim. Me despedi dos meninos também. Sinto um aperto no peito por ter que deixá-los. Amo muito esse bando de loucos. Principalmente as meninas que neste momento estão se derramando em lágrimas.

- Gente eu prometo voltar pra visitar vocês.

- Se você não vier eu te mato. Se cuida chatinha, vamos sentir muito a sua falta. AMAMOS VOCÊ. - Eliza disse por todos.

Choramos e eu embarquei no jatinho, agora que a minha segunda vida começa. Vou deixar tudo pra trás e vou recomeçar, recomeçar de verdade. Nova Iorque aqui vou eu.

#Isinha